Lançamento do livro Multitud Marica + mostra de vídeos sexo-dissidentes

Sábado, 23.06.2018

Convidamos todxs para o lançamento do livro ~ Multitud Marica: Ativações de arquivos sexo-dissidentes na América Latina ~ com a presença de um dos editores, Felipe Rivas San Martín, e xs artistas Pêdra Costa e Taís Lobo. Teremos também uma pequena mostra de vídeos com algumas obras que estiveram presentes na exposição homônima.

O livro é a segunda etapa do projeto curatorial ‘Multitud Marica’, dirigido por Francisco Vega Godoy e Felipe Rivas San Martín e realizada no Museo de la Solidaridad Salvador Allende entre 8 de abril e 13 de Agosto de 2017.

Não se trata somente do catálogo de uma exposição: a obra inclui um amplo diálogo curatorial entre Rivas e Godoy, que expressa processualidade fragmentária e político-afetiva envolvendo pensar o projeto curatorial como um todo; além dos textos apresentados no seminário ‘Quarto escuro: Perverter a claridade do desejo’. Nesta coleção de artigos participam André Menard, Johan Mijail, Cynthia Francica, Juan Pablo Sutherland, que junto com os editores, refletem a partir de um quarto escuro interseccional, relacionando sexualidade, raça e classe na América Latina.

O livro termina com um texto que expande a amostra para outros vetores, escrito pelo ensaísta Nelly Richard. Neste texto, Richard expõe e aborda sua própria biografia crítica como um pensador central para ativismo e práticas artísticas bicha / queer / gênero-dissidentes no Chile dos anos 70 até hoje.

A exposição ‘Multitud Marica’, no Museu de Salvador Allende Solidarity (MSSA), reuniu artistas e ativistas de oito países latino-americanos: Peru, Argentina, México, Paraguai, Nicarágua, Equador, Brasil e Chile que foram convocadxs para trabalhar com arquivos que recorressem a fatos históricos relacionados à homossexualidade, lesbianismo e transgeneridade em seus respectivos contextos. O quarto escuro se converteu em um dispositivo de exposição, que propunha aos espectadorxs outras formas de vincular-se às obras e ao museu.

Registros de obras: 
CUDS (Ernesto Orellana, Josecarlo Henriquez), Chile
Pedra Costa, Taís Lobo (Brasil)
Pao Lunch (Argentina)
Erwing Austen (Paraguay)
Hector Acuña (Perú)
Fredman Barahona – Miranda de las Calles (NIcaragua)
Lía García (México)
Leticia Rojas (Ecuador)

Ediciones Museo de la Solidaridad Salvador Allende 2018.

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Este evento faz parte das atividades da residência que o artista chileno Felipe Rivas San Martín está desenvolvendo na 3ª edição do Arte e Ativismo na América Latina, um projeto da Despina realizado em parceria com o Prince Claus Fund.

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SERVIÇO
Lançamento do livro Multitud Marica + vídeos sexo-dissidentes
Quando: sábado, 23 de junho
Horário: das 15 às 17 horas
Local: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Entrada gratuita

Os livros estarão à venda no espaço por uma valor promocional de R$ 40 e só aceitamos dinheiro como forma de pagamento.

Cine Clube Despina especial apresenta: “A 13ª Emenda”

Sexta, 22.06.2018

Arte e Ativismo na América Latina – ano III

Para esta edição especial do Cine Clube Despina, convidamos todxs para a exibição de “A 13ª Emenda”, aclamado documentário da cineasta norte-americana Ava DuVernay, em que estudiosos, ativistas e especialistas em política procuram analisar o percurso que vem construindo formas de escravidão contemporânea nos Estados Unidos, articuladas com os programas de segurança pública e os circuitos econômicos.

A exibição desse filme é um convite para os presentes pensarem as relações do contexto norte-americano com o cenário brasileiro, junto com as artistas e pesquisadoras Luciane Ramos (Revista Omenelick 2º Ato) e Renata Codagan (Universidade das Quebradas), que participam de uma roda de conversa logo após a projeção.

Este evento faz parte das atividades da residência que a artista pernambucana Ana Lira está desenvolvendo na 3ª edição do Arte e Ativismo na América Latina, um projeto da Despina realizado em parceria com o Prince Claus Fund.

Esperamos vocês a partir das 18h30! Entrada gratuita, sujeita à lotação do espaço.

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SINOPSE DO FILME

O título do extraordinário documentário de Ava DuVernay se refere à 13ª emenda à Constituição dos Estados Unidos, que afirma que “não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado”. A progressão da segunda cláusula da emenda aos horrores da criminalização em massa e à crescente indústria penitenciária norte-americana é retratada por DuVernay com incrível lucidez. Através de uma poderosa mistura de imagens de arquivo e testemunhos de uma variedade de ativistas, políticos, historiadores e ex-detentos e detentas, DuVernay cria um trabalho de extrema importância histórica.

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SOBRE AS CONVIDADAS

LUCIANE RAMOS é antropóloga, bailarina, pesquisadora, gestora de projetos no Acervo África (SP) e uma das integrantes do corpo editorial da revista Omenelick 2º Ato. Doutora em Artes da Cena e mestre em antropologia pela UNICAMP, atua nas áreas de artes da cena, estudos africanos e educação.

RENATA CODAGAN é arte-educadora, membro da equipe do Instituto de Artes Tear desde 1996, onde coordena os projetos de mediação de leitura. É integrante do grupo de coordenação da Universidade das Quebradas / UFRJ. Presta consultoria para instituições e projetos sociais que atuem com educação, arte e cultura.

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SERVIÇO

Cine Clube Despina especial apresenta: “A 13ª Emenda” (Ava DuVernay, EUA, 100′, 2016) + roda de conversa com Luciane Ramos e Renata Codagan 
Quando: sexta-feira, 22 de junho
Horário: a partir das 18h30
Local: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Entrada gratuita – Classificação indicativa: 16 anos 

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta terceira edição (2018), o projeto tem como tema “DISSENSO E DESTRUIÇÃO” e acontece entre maio e junho. Mais informações, por aqui.

Oficina – Retrofuturismo Queer

Quinta, 21.06.2018

INSCRIÇÕES ENCERRADAS!

Arte e Ativismo na América Latina – ano III (2018)

Artista proponente: Felipe Rivas San Martín

Esta oficina tem como proposta uma viagem no tempo. A ideia é construir um fórum coletivo de discussão e ativação político-afetiva em torno da temporalidade do ativismo das dissidências sexuais e de gênero. Vamos rever e discutir os principais debates sobre dissidência sexual, teoria queer e tempo. Também serão abordadas nossas memórias queer que cruzam biografia pessoal (micro) com contextos sociais (macro), além do passado sexual de resistência latino-americana, que hoje se tornou mais visível graças ao boom dos arquivos de arte.

Vamos refletir sobre o ativismo como uma atividade humana que habita a urgência do presente, mas que também é afetado pelo passado e um futuro possível. Questões a serem levantadas: os dissidentes sexuais e de gênero têm futuro? Ou melhor, o futuro é heterossexual? O futuro será queer, uma utopia queer ou uma distopia político-sexual?

Neste âmbito, o objetivo da oficina é propor uma metodologia retrofuturista, com base na revisão de arquivos do passado e acontecimentos do presente, convidando todos os participantes a produzirem materiais (textos ou imagens) que projetem as dominações, lutas, conquistas e resistências sexuais-dissidentes do futuro.

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Serviço
O quê: Oficina gratuita – “Retrofuturismo Queer”
Ministrado por: Felipe Rivas San Martín
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Quando: Quinta-feira, 21 de junho
Horário: das 18:30 às 22:00
Vagas: 15
Público-alvo: artistas, ativistas ou pesquisadores, dissidentes sexuais e de gênero.
Como se inscrever: enviar até o dia 15 de junho um email para arteativismo@despina.org com o título “Oficina Retrofuturismo Queer” + nome completo + telefone de contato + uma breve carta de apresentação indicando as suas motivações em participar desta oficina. Selecionadxs serão informadxs por email.

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Galeria de Fotos (navegue pelas setas na horizontal)
por Frederico Pellachin

Esta oficina gratuita fez parte da programação da terceira edição do projeto Arte e Ativismo na América Latina, concebido e realizado pela Despina com suporte do Prince Claus Fund. Mais informações por aqui.

 

Dissenso e Destruição

Ana Lira, Danitza Luna e Felipe Rivas San Martín
14.06.2018 - 25.06.2018

Arte e Ativismo na América Latina – ano III (2018)

Neste terceiro ano do ciclo Arte e Ativismo na América Latina, nos propomos a pensar essas formas de ação como ferramentas políticas, capazes de sacudir discursos hegemônicos tidos como inabaláveis. Práticas que se originam em zonas de desconforto e desacordos, que emergem frente às urgências: discordâncias que confluem em combate às injustiças sociais e violências institucionalizadas – dissenso.

Tais descontentamentos evoluem por meio de ações estéticas e políticas de denúncia e contestação, articulando intenção de desestruturação das dominâncias por meio de gestos de reconstrução da percepção. Abrem, dessa feita, passagem para novas formas políticas de subjetivação – destruição.

Neste encontro de artistas latinx americanxs tornou-se evidente o quanto compartilhamos emergências sociais e, para além dos contextos específicos, fica claro o enorme abismo entre os vizinhos, visto a ínfima interlocução que estabelecemos entre nós. Celebramos, portanto, a possibilidade do encontro de Ana Lira (Brasil), Danitza Luna (Bolívia) e Felipe Rivas San Martín (Chile) tornar-se possível neste espaço e tempo.

Estes três artistas e ativistas, cujas práticas colaboram na diluição das fronteiras entre artes e ativismos, configuraram aqui uma mostra não apenas expositiva, mas, para além disto, realizada como um emaranhado em que diversas frentes de agenciamentos se entrelaçaram, desenvolvendo estratégias de atuação em rede, por meio de articulações coletivas para pesquisas conjuntas.

Ana Lira pergunta: porque ativamos mecanismos de politização a partir de uma linguagem militarizada? A artista, que decide não se colocar mais na linha de tiro da polícia em suas ações, propõe pensar um distanciamento de práticas bélicas, assim como a invisibilidade como lugar de articulação. Através de agenciamentos coletivos, produção de bandeiras e letreiros e intervenções na rua, propõe refletir sobre o quanto o desarmamento do verbo e a manutenção de redes de cuidado podem estabelecer meios não cooptáveis no fazer político.

Já o movimento anarco-feminista boliviano Mujeres Creando, aqui representado por Danitza Luna, propõe a pixação “Nossa vingança é sermos felizes” como uma metodologia para ativação política a partir do campo simbólico. Através de uma série de encontros com mulheres para práticas criativas, denominadas “Gráficas Feministas”, este processo produz confluências entre diversos enfrentamentos ao machismo. As participantes – muitas sem experiência prévia com produção gráfica – expressaram sentimentos e revoltas através de desenhos e escritos que resultaram em 75 cartazes, reunidos em um conjunto de impressos compartilhado entre as participantes, para serem distribuídos gratuitamente.

Enquanto isso, Felipe Rivas San Martin apresenta resultados de sua pesquisa “Homosexual Data”, sobre a construção do sujeito homossexual através do tempo (data) e de dados biométricos (data) a partir de dois ‘estudos’. O primeiro, de 1938, identificaria homossexuais (frequentadores da praça Tiradentes) a partir da forma triangular de seu conjunto de pelos pubianos, e o outro, de 2017, via algoritmos de reconhecimento facial. Oitenta anos os separam e, nesta revisão de arquivos do passado e do presente, o chileno denuncia o persistente desenho e controle do corpo das bixas, e nos convida a criar nossos próprios arquivos transviadxs.

O que se configura, por meio da convergência dessas múltiplas práticas discursivas, é uma plataforma que convida outros olhares e novas vozes para o diálogo e ação, em busca do compartilhamento de distintos modos de pensar e em direção ao reconhecimento das convergências e dissonâncias que nossas experiências diversas têm em comum.

Guilherme Altmayer
curador

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Para saber mais sobre os artistas e a terceira edição do Arte e Ativismo na América Latina, clique aqui.

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GALERIA DE FOTOS (navegue pelas setas na horizontal)
Fotos: Denise Adams e Frederico Pellachin

 

Ana Lira, Danitza Luna (Mujeres Creando) e Felipe Rivas na UERJ

Quinta, 07.06.2018

Temos o prazer de convidar todxs para uma conversa com xs artistas e ativistas Ana Lira, Danitza Luna (Mujeres Creando) e Felipe Rivas na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Este encontro, que acontece dia 7 de junho às 11 horas no auditório do Instituto de Artes, ocorre a convite e foi organizado pelos professores Alexandre Sá, Denise Espirito Santo e Aldo Victorio Filho como parte dos programas de Graduação e Pós Graduação em Artes.

Os artistas e ativistas Ana Lira (Recife), Danitza Luna (Bolivia) e Felipe Rivas (Chile) foram contemplados com uma bolsa para participar de uma residência especial de dois meses no Rio de Janeiro através do projeto Arte e Ativismo na América Latina, da Despina, com o suporte da organização holandesa Prince Claus Fund.

Nesta terceira edição, o Arte e Ativismo na América Latina tem como tema “DISSENSO E DESTRUIÇÃO” e acontece entre maio e julho. A residência ocorre em sintonia com o propósito do projeto de promover o encontro entre artistas e ativistas latino-americanos para que novas narrativas – mais democráticas, transgressoras e multiculturais – sejam desenvolvidas, difundidas, amplificadas e ouvidas. Este ano o objetivo é convergir práticas que abordem questões relativas à criação de novos mundos, com o intuito de articular outros modos de organização, meios de subjetivação, formas de sociabilidade, modelos de produção, sistemas de troca, mecanismos de remuneração e metodologias de educação: existências transformadoras capazes de exercitar outras maneiras de viver, focadas nos afetos e partilha do comum.

Esperamos vocês! #UERJResiste

SOBRE OS ARTISTAS

ANA LIRA é uma artista e ativista brasileira que vive e trabalha em Recife (Pernambuco, Brasil). As suas experiências artísticas buscam discutir vivências políticas e ações coletivas como processos de mediação. Relações de poder e implicações nas dinâmicas de comunicação estão entre os seus principais interesses no desenvolvimento de projetos, que articulam narrativas visuais, material de imprensa, mídias impressas e publicações independentes. É especialista em Teoria e Crítica de Cultura e, nos últimos anos, também desenvolveu trabalhos independentes de pesquisa, curadoria, além de projetos educacionais articulados com projetos visuais. Participou de mais de sete coletivos durante duas décadas. É articuladora dos projetos educacionais Cidades Visuais, Entre-Frestas e Circuitos Possíveis, este último relacionado à elaboração de fotolivros e fotozines. Recebeu o Prêmio Funarte Arte Contemporânea 2015 pela exposição Não-Dito, que foi apresentada no MABEU/CCBEU em Belém (2017) e no Capibaribe Centro da Imagem, em Recife (2015). É autora do livro Voto, publicado pela editora independente Pingado Prés, em 2014 (1ª ed.) e 2015 (2ª ed. – traduzida), que hoje integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo e a coleção de fotolivros do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Museu da UFPA (Belém do Pará). Também é pesquisadora em projetos audiovisuais – atualmente está iniciando uma pesquisa para o projeto Terrane, uma narrativa visual sobre as mulheres pedreiras do semiárido brasileiro, a partir da experiência da Casa da Mulher do Nordeste. Durante a sua residência na Despina, Ana pretende investigar as relações e dinâmicas entre visibilidade e poder, por meio do mapeamento de saberes e compartilhamento de informações-em-cultura que não passam pelos grandes circuitos de comunicação.

DANITZA LUNA é uma mulher feminista boliviana, cartunista e designer gráfica, que vive e trabalha em La Paz. É formada em Artes Visuais pela Universidad Mayor de San Andrés, com especialização em escultura. Desde 2011, integra o movimento político anarco-feminista “Mujeres Creando”, uma das plataformas de arte e ativismo mais importantes e influentes do seu país, que desenvolve projetos artísticos de intervenção e performance em espaços públicos, além de oficinas de arte e serigrafia e programas educacionais em universidades e sindicatos de mulheres. Dentre as exposições recentes que participou como parte do movimento, destaque para a mostra “Muros Blandos”, no Museu da Solidariedade Salvador Allende, em Santiago do Chile (2017), onde desenvolveu, junto com as artistas Esther Angollo e Maria Galindo, uma série de murais provocativos e irônicos que ressaltaram algumas polêmicas políticas e religiosas. Já em 2016, desenvolveu especialmente para a Bienal Internacional de Artes da Bolívia (também com Esther e Maria) os projetos de intervenção pública “Altar Blasfemo” e “Escudo Anarco-Feminista Antichauvinista”, que ocuparam o muro externo do Museu Nacional de Arte da Cidade de La Paz. E em 2015, participou do Encontro Internacional de Arte de Medelín – “Historias Locales / Prácticas Globales”, na Colômbia, onde ministrou com demais membros do coletivo a oficina de serigrafia “Grafica Feminista, No acepto ser cosificada”, no Museu de Antioquia. Os resultados dessa experiência foram exibidos em um mural público na ruas de Medelín. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Danitza irá coordenar um oficina gráfica feminista gratuita, que acontece em 7 datas diferentes durante os meses de maio de junho. Os resultados gráficos desses encontros estarão compilados em uma memória impressa com tiragem gratuita.

FELIPE RIVAS SAN MARTÍN é um artista e ativista chileno, que vive e trabalha em Valência, Espanha, onde atualmente é bolsista de doutorado na Comissão Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, CONICYT, da Universidade Politécnica de Valência (UPV). É mestre em Artes Visuais pela Universidade do Chile. Sua produção artística compreende pintura, desenho, performance e vídeo em confluência com a imagem tecnológica (interfaces virtuais, codecs digitais). É co-fundador do Coletivo Universitário de Dissidência Sexual, CUDS, plataforma de ativismo que participa desde 2002. Dirigiu as revistas de crítica e cultura queer “Torcida” (2005) e Disidenciasexual.cl (2009). Rivas vincula ativismo e produção artística com pesquisa, texto e curadoria relacionados à arte, política e tecnologias, teoria queer, pós-feminismo e performatividade. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Felipe irá apresentar questões que transitam por sua pesquisa, como as tecnologias disciplinares e de controle às quais os corpos homossexuais são submetidos. Para tanto, pretende utilizar como foco inicial o caso dos homossexuais do Rio de Janeiro nos anos 30 do século passado, quando serviram de objeto de estudo para o livro “Homossexualismo e Endocrinologia” (Leonidio Ribeiro, 1938). Essas técnicas foram atualizadas com a nova lógica de dados e algoritmos computacionais, incluindo projetos que visam identificar a orientação sexual de pessoas com base em análises biométricas e algorítmicas. A noção de “dados” tem um duplo sentido: de um lado, refere-se aos dados, isto é, ao fenômeno da “informatização da sexualidade”. Por outro lado, “dados” refere-se ao tempo. Segundo Felipe, essas tecnologias de poder vão além do tempo e forçam o ativismo a pensar sobre a temporalidade das lutas. Daí surge a sua proposta de um “Retrofuturismo Queer”, como uma metodologia para abordar esses problemas do ativismo atual diante das tecnologias do poder. “Retrofuturismo Queer” pretende projetar o futuro do poder e das lutas maricas, através de um olhar sobre o passado de lutas e experiências de violência.

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Este evento faz parte do ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA, um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta terceira edição (2018), o projeto tem como tema “DISSENSO E DESTRUIÇÃO” e acontece entre maio e junho.

SERVIÇO
Ana Lira, Danitza Luna (Mujeres Creando) e Felipe Rivas na UERJ
Onde: Auditório do Instituto de Artes da UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 – 11º andar – bloco E
Quando: Quinta-feira, dia 7 de junho
Horário: das 11 da manhã a 1 da tarde.
Entrada gratuita

FICHA TÉCNICA
Concepção e desenvolvimento do tema: Consuelo Bassanesi e Guilherme Altmayer
Comunicação e Documentação: Frederico Pellachin
Gestão Financeira e Jurídica: Clarice Goulart Correa
Produção: Pablo Ferretti
Comitê de Seleção: Consuelo Bassanesi, Guilherme Altmayer e Pablo León de la Barra

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Lançamento da revista teteia

Quinta, 06.06.2018

~teteia ~ é uma revista de pensamento, de crítica e de arte editada por quatro mulheres que refletem essas instâncias nos desafios sociopolíticos do presente. teteia, além de ser título de uma série de instalações de Lygia Pape (grafia: Ttéia), surgida a partir da pesquisa neoconcreta sobre tecer emaranhados na cidade, é expressão utilizada para se referir a mulher ou coisa graciosa e delicada – da qual nos apropriamos ironicamente. Em busca de construir e ativar outros espaços de produção de pensamento crítico e do fazer artístico, surgiu, em 2013, o desejo de criar teteia. Editada por Fernanda Pequeno, Marília Palmeira, Natália Quinderé e Steffania Paola, e com estratégia de comunicação de Mariana Marques, ~teteia ~ quer tête-à-tête, trocas, encontros, ferver a cabeça.

Quarta, dia 6 de junho, a partir das 19 horas, com falas de:
Gabriela Mureb, Sem título (campo)
Roberta Barros, Passarelas e a urgência de se falar em feminismoS
Vanessa Teixeira de Oliveira, Um demo malpensante cai sobre ti: Cassandra, Calpúrnia, Camila

https://teteia.org

Arte e Ativismo na América Latina – ano III (2018)

Ano III - 2018

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta terceira edição (2017), o tema escolhido foi Dissenso e Destruição.

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Apresentação do tema
por Consuelo Bassanesi e Guilherme Altmayer

Como um terremoto, práticas artísticas e ativistas, através de ações vanguardistas e revolucionárias, podem provocar rachaduras em estruturas tidas até então como inabaláveis. Há muito que formas discordantes de organização da vida coexistem – paralelas, clandestinas ou mesmo em conflito – com modelos normativos e dominantes.

Diante da imperfeição inconteste dos sistemas sociais e políticos em curso, embasados na desigualdade, indiferença e injustiça, que outras formas de sobrevivência serão possíveis a partir deste cenário distópico?

Propomos, alicerçados nesta pergunta, articular estratégias de ação confluentes para que seja possível a derrubada, o desmoronamento e a implosão das hegemonias: para pensar novos futuros.

Neste terceiro ano do projeto Arte e Ativismo na América Latina, lançaremos olhares sobre aquelxs que transformam descontentamento em ideias incendiárias e conspirações cotidianas, tendo como ferramentas de luta espaços de colaboração para a insurreição e configurações de redes de contraconduta.

Entre temas tão relevantes e urgentes como racismo, deslocamentos em massa, extermínio indígena, violência de gênero, notícias falsas, perseguições políticas, processos de normatização e moralização de corpos, discursos e práticas, serão bem vindas propostas em campos como inteligência artificial, criptomoedas, afrofuturismo, desconstrução da branquitude, hacktivismo, algoritmos, regulação de redes, ativismo jurídico, metodologias ativas de educação, saúde comunitária, espaços e sistemas alternativos de arte e cultura, práticas agrícolas alternativas, ficção especulativa, entre tantos.

Buscamos existências dissonantes, tensionamentos em curso, posicionamentos radicais; não como mera alegoria, mas como abertura de brechas nos sistemas operativos econômico, político e social. Contravenções que ofereçam alternativas para cohabitar o presente, em plena aceleração do processo de ruína, que já não suportamos mais contradizer sem contra-atacar.

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Os artistas selecionados para participar da residência desta edição foram a brasileira Ana Lira, a boliviana Danitza Luna e o chileno Felipe Rivas. Durante os meses de maio e junho, os três artistas ocuparam ateliês na Despina e desenvolveram suas pesquisas e projetos em resposta às novas interlocuções e ao novo ambiente. Também participaram de uma série de atividades, como conversas, seminários, oficinas, visitas a universidades públicas, entre outras ações. Ao final da residência, foram reunidas as pesquisas e processos dos três artistas na mostra “Dissenso e Destruição” (mais informações, incluindo texto crítico e registros por aqui).

Dois destaques da programação desta edição: o ato-intervenção “Noite Estranha: cuidado, convivência, agência”, concebido por Sabine PassareliMarta SupernovaClarissa Ribeiro e Lorran Dias, em diálogo com a vida, obra e poética de Matheusa Passareli (mais informações, incluindo textos críticos e registros, por aqui) e a Oficina-processo: cartografia ativa de redes de cuidado e criação, coordenada pela artista e pesquisadora Cristina Ribas (mais informações, por aqui).

Os custos de participação dos artistas e convidados foram totalmente cobertos pelo Prince Claus Fund como parte de seu Network Partnership Programme, do qual Despina faz parte.

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PROGRAMAÇÃO

ABRIL E MAIO

21, 28 abril e 5 maio / 13h
Oficina-processo: Cartografia ativa de redes de cuidado e criação. Com a artista e pesquisadora Cristina Ribas. Mais informações, por aqui.

1º maio
Início da residência dos artistas selecionados para esta edição: Ana Lira (Recife, Brasil), Danitza Luna (Bolívia) e Felipe Rivas San Martin (Chile).

17 maio / 19h
Conversa pública com Ana Lira, Danitza Luna e Felipe Rivas San Martin.

19, 22, 24, 26 e 29 maio; 5 e 7 junho  / horários variados
Oficina gráfica feminista “Nuestra venganza es ser felices” – com Danitza Luna. Mais informações, por aqui.

28 maio; 4, 11, 18 e 25 junho / 18h30
Oficina coletiva “Sobre um sentir insurgente” – com Ana Lira. Mais informações, por aqui.

30 maio / 19h
Noite estranha: Cuidado, Convivência, Agência
Ato-intervenção concebido por Sabine Passareli, Marta Supernova, Clarissa Ribeiro e Lorran Dias, em diálogo com a vida, obra e poética de Matheusa Passareli (mais informações, incluindo texto crítico e registros por aqui).

JUNHO

7 junho / 11h
Seminário público com Ana Lira, Danitza Luna e Felipe Rivas San Martín na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

14 junho / 19h
Abertura da exposição “Dissenso e Destruição”, reunindo as pesquisas e processos desenvolvidos por Ana Lira, Danitza Luna e Felipe Rivas San Martín durante o período de suas residências no Rio de Janeiro (mais informações, incluindo texto crítico e registros por aqui).

21 junho / 18h30
Oficina “Retrofuturismo Queer” com Felipe Rivas San Martín. Mais informações, por aqui.

22 junho / 18h30
Cine Clube Despina apresenta: “A 13ª Emenda” (Ava DuVernay, EUA, 100’, 2016) + roda de conversa com Luciane Ramos (Revista O Menelick 2° Ato) e Renata Codagan (Universidade das Quebradas) + visita guiada especial à exposição “Dissenso e Destruição” com Danitza Luna. Mais informações, por aqui.

23 junho / 15h
Lançamento do livro “Multitud Marica”, de Felipe Rivas San Martín + projeção de vídeos sexo-dissidentes.

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SOBRE OS ARTISTAS EM RESIDÊNCIA

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Ana Lira é uma artista e ativista brasileira que vive e trabalha em Recife (Pernambuco, Brasil). As suas experiências artísticas buscam discutir vivências políticas e ações coletivas como processos de mediação. Relações de poder e implicações nas dinâmicas de comunicação estão entre os seus principais interesses no desenvolvimento de projetos, que articulam narrativas visuais, material de imprensa, mídias impressas e publicações independentes. É especialista em Teoria e Crítica de Cultura e, nos últimos anos, também desenvolveu trabalhos independentes de pesquisa, curadoria, além de projetos educacionais articulados com projetos visuais. Participou de mais de sete coletivos durante duas décadas. É articuladora dos projetos educacionais Cidades Visuais, Entre-Frestas e Circuitos Possíveis, este último relacionado à elaboração de fotolivros e fotozines. Recebeu o Prêmio Funarte Arte Contemporânea 2015 pela exposição Não-Dito, que foi apresentada no MABEU/CCBEU em Belém (2017) e no Capibaribe Centro da Imagem, em Recife (2015). É autora do livro Voto, publicado pela editora independente Pingado Prés, em 2014 (1ª ed.) e 2015 (2ª ed. – traduzida), que hoje integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo e a coleção de fotolivros do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Museu da UFPA (Belém do Pará). Também é pesquisadora em projetos audiovisuais – atualmente está iniciando uma pesquisa para o projeto Terrane, uma narrativa visual sobre as mulheres pedreiras do semiárido brasileiro, a partir da experiência da Casa da Mulher do Nordeste. Durante a sua residência na Despina, Ana procurou investigar as relações e dinâmicas entre visibilidade e poder, por meio do mapeamento de saberes e compartilhamento de informações-em-cultura que não passam pelos grandes circuitos de comunicação. A artista coordenou a oficina “Sobre um sentir insurgente”, que aconteceu no nosso espaço durante 5 segundas-feiras. Mais informações, por aqui.

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Danitza Luna é uma mulher feminista boliviana, cartunista e designer gráfica, que vive e trabalha em La Paz. É formada em Artes Visuais pela Universidad Mayor de San Andrés, com especialização em escultura. Desde 2011, integra o movimento político anarco-feminista “Mujeres Creando”, uma das plataformas de arte e ativismo mais importantes e influentes do seu país, que desenvolve projetos artísticos de intervenção e performance em espaços públicos, além de oficinas de arte e serigrafia e programas educacionais em universidades e sindicatos de mulheres. Dentre as exposições recentes que participou como parte do movimento, destaque para a mostra “Muros Blandos”, no Museu da Solidariedade Salvador Allende, em Santiago do Chile (2017), onde desenvolveu, junto com as artistas Esther Angollo e Maria Galindo, uma série de murais provocativos e irônicos que ressaltaram algumas polêmicas políticas e religiosas. Já em 2016, desenvolveu especialmente para a Bienal Internacional de Artes da Bolívia (também com Esther e Maria) os projetos de intervenção pública “Altar Blasfemo” e “Escudo Anarco-Feminista Antichauvinista”, que ocuparam o muro externo do Museu Nacional de Arte da Cidade de La Paz. E em 2015, participou do Encontro Internacional de Arte de Medelín – “Historias Locales / Prácticas Globales”, na Colômbia, onde ministrou com demais membros do coletivo a oficina de serigrafia “Grafica Feminista, No acepto ser cosificada”, no Museu de Antioquia. Os resultados dessa experiência foram exibidos em um mural público na ruas de Medelín. Durante a sua residência na Despina, Danitza coordenou uma oficina gráfica feminista gratuita, dividida em sete encontros. Os resultados gráficos dessa experiência coletiva foram compilados em uma memória impressa com tiragem gratuita. Mais informações, por aqui.

felipe_inner4Felipe Rivas San Martín é um artista e ativista chileno, que vive e trabalha em Valência, Espanha, onde atualmente é bolsista de doutorado na Comissão Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, CONICYT, da Universidade Politécnica de Valência (UPV). É mestre em Artes Visuais pela Universidade do Chile. Sua produção artística compreende pintura, desenho, performance e vídeo em confluência com a imagem tecnológica (interfaces virtuais, codecs digitais). É co-fundador do Coletivo Universitário de Dissidência Sexual, CUDS, plataforma de ativismo que participa desde 2002. Dirigiu as revistas de crítica e cultura queer “Torcida” (2005) e Disidenciasexual.cl (2009). Rivas vincula ativismo e produção artística com pesquisa, texto e curadoria relacionados à arte, política e tecnologias, teoria queer, pós-feminismo e performatividade. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Felipe irá apresentar questões que transitam por sua pesquisa, como as tecnologias disciplinares e de controle às quais os corpos homossexuais são submetidos. Para tanto, pretende utilizar como foco inicial o caso dos homossexuais do Rio de Janeiro nos anos 30 do século passado, quando serviram de objeto de estudo para o livro “Homossexualismo e Endocrinologia” (Leonidio Ribeiro, 1938). Essas técnicas foram atualizadas com a nova lógica de dados e algoritmos computacionais, incluindo projetos que visam identificar a orientação sexual de pessoas com base em análises biométricas e algorítmicas. A noção de “dados” tem um duplo sentido: de um lado, refere-se aos dados, isto é, ao fenômeno da “informatização da sexualidade”. Por outro lado, “dados” refere-se ao tempo. Segundo Felipe, essas tecnologias de poder vão além do tempo e forçam o ativismo a pensar sobre a temporalidade das lutas. Daí surge a sua proposta de um ” Retrofuturismo Queer “, como uma metodologia para abordar esses problemas do ativismo atual diante das tecnologias do poder. “Retrofuturismo Queer” pretende projetar o futuro do poder e das lutas maricas, através de um olhar sobre o passado de enfrentamentos e experiências de violência.

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GALERIA DE FOTOS 1 (navegue pelas setas na horizontal)
Programa de residências, encontros, conversas, seminários, oficinas, etc.
Fotos: Frederico Pellachin

GALERIA DE FOTOS 2 (navegue pelas setas na horizontal)
Noite Estranha: Cuidado, Convivência, Agência
Fotos: Denise Adams

GALERIA DE FOTOS 3 (navegue pelas setas na horizontal)
Exposição “Dissenso e Destruição”
Fotos: Denise Adams e Frederico Pellachin

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA – ANO III (2017)

Concepção e direção do projeto
Consuelo Bassanesi

Concepção e desenvolvimento do tema
Consuelo Bassanesi e Guilherme Altmayer

Interlocução Curatorial
Bernardo José de Souza, Guilherme Altmayer, Guilherme Marcondes e Leno Veras

Produção, Comunicação e Documentação
Frederico Pellachin

Gestão Financeira e Jurídica
Clarice Goulart Correa

Assistente de Produção
Pablo Ferretti

Comitê de Seleção (Programa de Residências)
Consuelo Bassanesi, Bernardo José de Souza, Pablo León de la Barra

Noite Estranha (Equipe Curatorial)
Sabine Passareli, Marta Supernova, Clarissa Ribeiro, Lorran Dias

Logomarca e Design Gráfico (publicação)
Pablo Ugá

Fotos (Exposição e Noite Estranha)
Denise Adams

Agradecimentos
Aldo Victorio Filho, Alexandre R. de Oliveira, Alexandre Sá, Bertan Selim, Coletivo Corpo-Terra, Denise Espirito Santo, Luciana Ramos-Silva, Renata Codagan, PUC-RJ, Prince Claus Fund, Sandra Benites.

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Oficina – Sobre um sentir insurgente

De 28.05 a 25.06.2018

INSCRIÇÕES ENCERRADAS!

Arte e Ativismo na América Latina – ano III (2018)

Artista proponente: Ana Lira

Este grupo de estudo e articulação coletiva tem o objetivo de mobilizar discussões e produções materiais, discursivas e simbólicas acerca das ações coletivas e insurgentes que estamos vivenciando no Brasil atualmente. Existem conexões para além de um sentir insurgente?

A formação vai reunir atividades de estudos/discussão/experimentação e um ateliê aberto para produção de materiais. O desejo é elaborar uma série de dispositivos de ativação coletiva com o intuito de promover reflexões, materiais e publicações que ajudem a construir ações artísticas que podem ser ativadas tanto durante quanto no final da residência, como parte integrante da pesquisa desenvolvida no projeto Arte e Ativismo.

A proposição é que os encontros ocorram todas as segundas-feiras, entre 28 de maio a 25 de junho, das 18h às 21h.

As atividades são gratuitas e abertas a todxs os interessados pelo tema: estudantes, pesquisadores, trabalhadores da cultura e de outras áreas, ativistas, e participantes de coletivos e da sociedade civil organizada. O importante deste projeto é que tenhamos um grupo disposto a construir uma conexão durante 5 encontros, de 3h de duração.

Encontro I

Estamos realmente juntos?

O primeiro encontro tem o intuito de trabalhar as conexões, sutilezas e diferenças entre os movimentos e as movimentações da sociedade civil organizada por transformações sociais e garantia de direitos, bem como pensar quais as relações possíveis e quais as diferenças destas novas insurgências o histórico tradicional de mobilizações no país.

Encontro II

O que dizem de nós estas bandeiras?

O segundo encontro propõe uma reflexão sobre a materialidade das ações e movimentos cotidianas. Como transformamos desejos em elementos visíveis, que passam a falar junto conosco no espaço público e no imaginário coletivo?

Encontro III

Como insurgência se conecta com o sensível?

O terceiro encontro convida os participantes a dialogar sobre as interseções do insurgente com o sentir e a construir traçados sobre outros caminhos de se atuar no discurso simbólico.

Encontros IV e V (18 e 25 junho)

Estes dois encontros serão ateliês de produção coletiva bem como espaço para produzir ações a serem realizadas no Rio de Janeiro pelo grupo na semana final da residência.

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Serviço

O quê: Oficina gratuita – “Sobre um sentir insurgente”
Artista proponente: Ana Lira
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Quando: Todas as segundas, entre 28 de maio e 25 de junho
Horário: das 18:00 às 21:00
Vagas: 20
Faixa etária: a partir de 15 anos, mas mãe com crianças pequenas podem participar
Como se inscrever: enviar até o dia 23 de maio um email para arteativismo@despina.org com o título “Inscrição Insurgências” + nome completo e telefone para contato, além de uma carta de desejos que pode ser escrita, em áudio, em vídeo ou fotografia. Esta carta deve trazer uma proposição à questão: como viver pode ser um ato político? 

Galeria de Fotos (navegue pelas setas na horizontal)
por Frederico Pellachin

Esta oficina fez parte da programação da terceira edição do projeto Arte e Ativismo na América Latina, concebido e realizado pela Despina com suporte do Prince Claus Fund. Mais informações por aqui.

Oficina – “Nuestra venganza es ser felices”

7 encontros entre maio e junho

INSCRIÇÕES ENCERRADAS!

Arte e Ativismo na América Latina – ano III (2018)

Artista proponente: Danitza Luna

“Nuestra venganza es ser felices” (Nossa vingança é sermos felizes) é uma oficina gráfica feminista livre e gratuita para mulheres de todos os tipos, de todas as formas e todas as cores, de todas as profissões e ocupações, de todas as origens imagináveis e inimagináveis, mulheres criativas e mulheres raivosas, silenciosas e barulhentas. Mulheres em estado de rebelião irreversível e irreprimível.

“Nuestra venganza es ser felices” é uma inscrição em grafite do movimento feminista boliviano “Mujeres Creando”, que também funciona como a síntese de um método, uma estratégia de luta, força e resistência. Mas que não quer ser apenas resistência.

Durante a oficina, serão utilizados apenas lápis e papel. Não é necessário ter experiência anterior em desenho ou arte. Serão três horas de um trabalho mais político do que artístico, cujos resultados gráficos estarão compilados em uma memória impressa que será distribuída para todas as mulheres que participarem dos encontros.

A oficina acontece em 7 datas diferentes. Confira abaixo a programação dos encontros, não é necessária inscrição prévia, basta aparecer no nosso espaço no dia (ou dias) em que deseja participar. A Despina está localizada à Rua do Senado, 271 (Centro). Metrô mais próximo: Central.

Programação

Sábado – 19 de maio – das 15 às 18 horas

Terça-feira – 22 de maio – das 18 às 21 horas

Quinta-feira – 24 de maio – das 15 às 18 horas

Sábado – 26 de maio – das 15 às 18 horas

Terça – 29 de maio – das 18 às 21 horas

Terça-feira – 5 de junho – das 18 às 21 horas

Quinta-feira – 7 de junho – das 15 às 18 horas

Atenção! Os encontros não são contínuos. Você pode participar de quantos quiser.

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Serviço

O quê: Oficina gráfica feminista gratuita “Nuestra venganza es ser felices”
Artista proponente: Danitza Luna
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Quando: 7 encontros – 19.05 (sábado, das 15 às 18 horas); 22.05 (terça, das 18 às 21 horas); 24.05 (quinta, das 15 às 18 horas); 26.05 (sábado, das 15 às 18 horas), 29 de maio (terça, das 18 às 21 horas); 5.06 (terça, das 18 às 21 horas) e 7 de junho (quinta, das 15 às 18 horas).
Vagas: ilimitadas
Faixa etária: mulheres de 14 a 99 anos.
Como se inscrever: não é necessária inscrição prévia, basta aparecer no nosso espaço no dia (ou dias) que deseja participar.

Crédito da Imagem
Colagem de produtos gráficos desenvolvidos em oficinas anteriores do “Mujeres Creando”.

Galeria de Fotos (navegue pelas setas na horizontal)
por Frederico Pellachin

Esta oficina gratuita fez parte da programação da terceira edição do projeto Arte e Ativismo na América Latina, concebido e realizado pela Despina com suporte do Prince Claus Fund. Mais informações por aqui.

Conversa com Ana Lira (Brasil), Danitza Luna (Bolívia) e Felipe Rivas (Chile)

Quinta, 17.05.2018

Para marcar o início da terceira edição do Arte e Ativismo na América Latina, um projeto da Despina realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, convidamos todxs para uma conversa com os residentes selecionados para a edição deste ano – Ana Lira, Danitza Luna e Felipe Rivas San Martín. O evento acontece no nosso novo sobrado (Rua do Senado, 271) na próxima quinta-feira, dia 17 de maio, e terá início às 19h30. A entrada é gratuita.

Para esta terceira edição, cujo tema é  DISSENSO & DESTRUIÇÃO, o objetivo é convergir práticas que abordem questões relativas à criação de novos mundos, com o intuito de articular outros modos de organização, meios de subjetivação, formas de sociabilidade, modelos de produção, sistemas de troca, mecanismos de remuneração e metodologias de educação: existências transformadoras capazes de exercitar outras maneiras de viver, focadas nos afetos e partilha do comum.

Os três residentes já ocupam seus ateliês na Despina e pelos próximos dois meses irão desenvolver suas pesquisas e projetos em resposta às novas interlocuções e ao novo ambiente. Também irão participar de uma série de atividades, que incluem seminários, oficinas, visitas a escolas públicas, entre outras ações. Fiquem atentxs à programação aqui no site, Facebook (www.facebook.com/despina.org) e Instagram (@despina.rio).

Sobre os residentes

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Ana Lira é uma artista e ativista brasileira que vive e trabalha em Recife (Pernambuco). As suas experiências artísticas buscam discutir vivências políticas e ações coletivas como processos de mediação. Relações de poder e implicações nas dinâmicas de comunicação estão entre os seus principais interesses no desenvolvimento de projetos, que articulam narrativas visuais, material de imprensa, mídias impressas e publicações independentes. É especialista em Teoria e Crítica de Cultura e, nos últimos anos, também desenvolveu trabalhos independentes de pesquisa, curadoria, além de projetos educacionais articulados com projetos visuais. Participou de mais de sete coletivos durante duas décadas. É articuladora dos projetos educacionais Cidades Visuais, Entre-Frestas e Circuitos Possíveis, este último relacionado à elaboração de fotolivros e fotozines. Recebeu o Prêmio Funarte Arte Contemporânea 2015 pela exposição Não-Dito, que foi apresentada no MABEU/CCBEU em Belém (2017) e no Capibaribe Centro da Imagem, em Recife (2015). É autora do livro Voto, publicado pela editora independente Pingado Prés, em 2014 (1ª ed.) e 2015 (2ª ed. – traduzida), que hoje integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo e a coleção de fotolivros do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Museu da UFPA (Belém do Pará). Também é pesquisadora em projetos audiovisuais – atualmente está iniciando uma pesquisa para o projeto Terrane, uma narrativa visual sobre as mulheres pedreiras do semiárido brasileiro, a partir da experiência da Casa da Mulher do Nordeste. Durante a sua residência na Despina, como parte das ações e atividades do terceiro ano do projeto “Arte e Ativismo na América Latina”, Ana pretende investigar as relações e dinâmicas entre visibilidade e poder, por meio do mapeamento de saberes e compartilhamento de informações-em-cultura que não passam pelos grandes circuitos de comunicação.

 

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Danitza Luna é uma mulher feminista boliviana, cartunista e designer gráfica, que vive e trabalha em La Paz. É formada em Artes Visuais pela Universidad Mayor de San Andrés, com especialização em escultura. Desde 2011, integra o movimento político anarco-feminista “Mujeres Creando”, uma das plataformas de arte e ativismo mais importantes e influentes do seu país, que desenvolve projetos artísticos de intervenção e performance em espaços públicos, além de oficinas de arte e serigrafia e programas educacionais em universidades e sindicatos de mulheres. Dentre as exposições recentes que participou como parte do movimento, destaque para a mostra “Muros Blandos”, no Museu da Solidariedade Salvador Allende, em Santiago do Chile (2017), onde desenvolveu, junto com as artistas Esther Angollo e Maria Galindo, uma série de murais provocativos e irônicos que ressaltaram algumas polêmicas políticas e religiosas. Já em 2016, desenvolveu especialmente para a Bienal Internacional de Artes da Bolívia (também com Esther e Maria) os projetos de intervenção pública “Altar Blasfemo” e “Escudo Anarco-Feminista Antichauvinista”, que ocuparam o muro externo do Museu Nacional de Arte da Cidade de La Paz. E em 2015, participou do Encontro Internacional de Arte de Medelín – “Historias Locales / Prácticas Globales”, na Colômbia, onde ministrou com demais membros do coletivo a oficina de serigrafia “Grafica Feminista, No acepto ser cosificada”, no Museu de Antioquia. Os resultados dessa experiência foram exibidos em um mural público na ruas de Medelín. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Danitza irá coordenar um oficina gráfica feminista, que acontece em 7 datas diferentes durante os meses de maio de junho. Os resultados gráficos desses encontros estarão compilados em uma memória impressa com tiragem gratuita (número de exemplares a serem definidos durante o processo).

 

felipe_inner4Felipe Rivas San Martín é um artista e ativista chileno, que vive e trabalha em Valência, Espanha, onde atualmente é bolsista de doutorado na Comissão Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, CONICYT, da Universidade Politécnica de Valência (UPV). É mestre em Artes Visuais pela Universidade do Chile. Sua produção artística compreende pintura, desenho, performance e vídeo em confluência com a imagem tecnológica (interfaces virtuais, codecs digitais). É co-fundador do Coletivo Universitário de Dissidência Sexual, CUDS, plataforma de ativismo que participa desde 2002. Dirigiu as revistas de crítica e cultura queer “Torcida” (2005) e Disidenciasexual.cl (2009). Rivas vincula ativismo e produção artística com pesquisa, texto e curadoria relacionados à arte, política e tecnologias, teoria queer, pós-feminismo e performatividade. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Felipe irá apresentar questões que transitam por sua pesquisa, como as tecnologias disciplinares e de controle às quais os corpos homossexuais são submetidos. Para tanto, pretende utilizar como foco inicial o caso dos homossexuais do Rio de Janeiro nos anos 30 do século passado, quando serviram de objeto de estudo para o livro “Homossexualismo e Endocrinologia” (Leonidio Ribeiro, 1938). Essas técnicas foram atualizadas com a nova lógica de dados e algoritmos computacionais, incluindo projetos que visam identificar a orientação sexual de pessoas com base em análises biométricas e algorítmicas. A noção de “dados” tem um duplo sentido: de um lado, refere-se aos dados, isto é, ao fenômeno da “informatização da sexualidade”. Por outro lado, “dados” refere-se ao tempo. Segundo Felipe, essas tecnologias de poder vão além do tempo e forçam o ativismo a pensar sobre a temporalidade das lutas. Daí surge a sua proposta de um “Retrofuturismo Queer”, como uma metodologia para abordar esses problemas do ativismo atual diante das tecnologias do poder. “Retrofuturismo Queer” pretende projetar o futuro do poder e das lutas maricas, através de um olhar sobre o passado de enfrentamentos e experiências de violência.

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ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, workshops, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta terceira edição (2018), o projeto tem como tema “DISSENSO E DESTRUIÇÃO” e acontece entre maio e junho. Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

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Serviço

Conversa com Ana Lira, Danitza Luna e Felipe Rivas San Martin
Arte e Ativismo na América Latina, ano III
Quando: quinta-feira, 17 de maio
Horário: 19h30
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Sobrado)
Entrada gratuita

 

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