PRAZER É PODER

Abril - Julho

Entre os meses de abril e julho, Despina | Largo das Artes irá sediar as atividades do 1º Programa PRAZER É PODER.

Com curadoria de Bernardo José de Souza e Susana Guardado, este programa compreende uma série de ações e debates que investigam noções de arte, hedonismo e contracultura, mas sobretudo uma plataforma de pesquisa sobre a potência criativa que emana dos instintos vitais ou mesmo das pulsões de destruição. Impulsionados pela curiosidade que mata e nos faz viver, os encontros buscam especular sobre o princípio do prazer e as diversas manifestações culturais que dele derivam.

Estruturado em blocos, o programa de conversas, performances, festas e ações artísticas e políticas movidas a sol, prazer e inteligência coletiva, ganha corpo em 2016 a partir de colaboradores interessados em explorar as fronteiras que separam pensamento e ação, trabalho e ócio, necessidade e liberdade, natureza e espírito.

Eis algumas especulações a alimentar o debate proposto por PRAZER É PODER :

Estaríamos vivendo, hoje, uma crise de imaginação? Ainda há espaço para a utopia na vida contemporânea? Seria a praia uma grande arena democrática para o exercício do prazer e da liberdade? Seria a rua a grande arena política onde crenças pessoais e coletivas são expressadas, experimentadas e ouvidas pelas massas?

Das ruas e dos morros cariocas verte a força vital de uma cidade em convulsão: artérias de um Rio de Janeiro para poucos, mas de muitos: cenário do Carnaval como catarse coletiva, do Funk como antídoto à alta-cultura, do sexo e do corpo como plataformas de prazer e de poder – uma paisagem exuberante que contrasta passado e futuro, riqueza e pobreza, repressão e liberdade.

SERVIÇO

1º PROGRAMA PRAZER É PODER
Local dos encontros: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2. Centro Histórico. Rio de Janeiro
Fone: (21) 3197 6002
Email: info@despina.org

Àqueles que puderem, sugerimos ingresso colaborativo a partir de R$ 20.

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PROGRAMAÇÃO

20 de abril, às 19:00
Uma ideia na cabeça e uma câmera no pau: do ultravioleta ao infravermelho

Marcos Chaves + Bernardo Mosqueira

Conversa entre Marcos Chaves e Bernardo Mosqueira sobre praia, corpos, sexo e prazer, seguida da exibição do filme “Oferta e Procura”.

Oferta e Procura (Day and Nightspots),
de Marcos Chaves
Produção de Lula Buarque de Hollanda, fotografia de Toca Seabra e Marcos Chaves e edição de Natara Ney
Filme integrante do projeto “Destricted.br”, curado por Marcia Fortes e Neville Wakefield

Marcos Chaves nasceu no Rio de Janeiro em 1961, e iniciou sua atividade artística na segunda metade dos anos 1980. Trabalhando sobre os parâmetros da apropriação e da intervenção, sua obra é caracterizada pela utilização de diversas mídias, transitando livremente entre a produção de objetos, fotografias, vídeos, desenhos, palavras e sons.

Bernardo Mosqueira é diretor do Prêmio FOCO Bradesco ArtRio. É membro da Comissão Curatorial da Galeria de Arte IBEU desde 2011; lecionou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage; participou de residências no Brasil e no exterior; Recebeu o prêmio-residência V::E::R, como crítico/curador, em Terra Una, MG (2011); foi premiado no 1º Laboratório Curatorial da SP-Arte; realiza de forma independente e anualmente o festival de performance Vênus Terra desde 2010; É escritor e foi responsável por mais de 40 curadorias.

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6 de maio, às 19:00
Nossa Liturgia

Leo Felipe + Tiago Rivaldo

Aos filhos do cinismo e da ironia resta apenas a pista de dança como espaço da experiência de comunhão. A dimensão litúrgica da festa a coloca ao lado da religião. O paganismo dos pós-modernos substitui um templo por outro. Êxtase por apenas 30 reais.

Leo Felipe canta e dança sempre que pode. É escritor e curador; mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pesquisa que investiga a contracultura, o punk e outros fenômenos localizados entre as artes, a política e a cultura pop. É diretor e curador da Galeria de Arte da Fundação Ecarta. Desde a década de 1990 tem se dedicado a diversos projetos na cidade de Porto Alegre, compreendendo artes visuais, música, literatura, jornalismo e radiodifusão.

Tiago Rivaldo vive no Rio de Janeiro desde 2001, onde além de desenvolver seus projetos em Arte trabalha em produções de Cinema. Utiliza imagens técnicas associadas a ações performativas e operações relacionais para pensar a relação do seu corpo com o espaço e com o tempo e refletir sobre o eu-e-o-outro e o ser-estar. É um dos criadores do coletivo Bota na Roda que desde o início de 2013 produz eventos com música e intervenções de arte contemporânea.

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13 de maio, às 19:00
Funk: O Proibidão

Carlos Palombini + Praga

Palombini apresenta o compositor Thiago Jorge Rosa dos Santos, o MC Praga, da Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, autor de vários dos maiores sucessos do proibidão, para falar sobre sua técnica e sua arte.

Carlos Palombini estudou piano com Sebastian Benda, formou-se em direção teatral pela UFRGS e obteve doutorado em música na Universidade de Durham, no Reino Unido, com tese sobre a tipo-morfologia do objeto sonoro. Sua pesquisa sobre o funk carioca conta com apoio do CNPq, e investiga, em particular, o subgênero proibidão, isto é, aquele que trata da “vida do crime”.

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25 de maio, às 20:00

Conversa com os curadores Pablo León de la Barra e Bernardo José de Souza durante a abertura da exposição “Jugador como pelota, pelota como cancha”. Mais informações aqui.

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8 de junho – 19:00
O Corpo como Plataforma de Prazer

Bruno Cuiabano + Catarina Saraiva

Em nossa sociedade produtiva, tende-se a dissociar mente e corpo. Ócio: onde o corpo encontra a mente, tornando-se uma coisa só. O espaço de ócio, de festa, é aquele onde este encontro se faz com naturalidade em um terreno que pode ser comum aos dois, sem hierarquias. O corpo como expressão da sexualidade e de suas formas de performance de gênero. A dupla propõe jogos entre corpo e mente, e o tantra, para investigar o paradoxo que é a dissociação de ambos.

Catarina Saraiva é curadora, produtora e investigadora de artes cênicas. Dirigiu o festival alkantara em Lisboa, o festival Panorama, no Rio de Janeiro e desenvolveu projetos de curadoria e investigação em várias cidades entre Europa e América Latina. Actualmente, é curadora da plataforma internacional de artes cênicas Movimiento Sur, sediada no Chile. Em paralelo desenvolve distintos projetos de curadoria, assessoria artística e apoio dramaturgista a artistas e organizações entre Europa e América Latina, dois continentes onde se desdobra profissional e emocionalmente. O foco de trabalho de todas estas colaborações e projetos assenta na importância do diálogo igualitário entre curador e criador e no desenvolvimento do discurso crítico artístico para uma melhor compreensão da sociedade.

Bruno Cuiabano é especialista em Análise Institucional e Esquizoanálise pelo instituto Felix Guattari e especialista em Acupuntura pelo Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagem, com formação profissionalizante em Teatro pelo Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. Desenvolveu trabalhos de investigação e apresentações de obras artísticas nas áreas de Teatro, Dança Contemporânea e Performance como intérprete-criador e preparador corporal. Tem percurso de investigação na filosofia tântrica e trabalha com o método da Massagem 5 Elementos desenvolvido por Miho Mihov e Jayanatha Devidasi. Coordenador de grupos de estudo com os temas: sexualidade, relações de gênero e paradigmas não-monogâmicos de relacionamento amoroso.

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15 de junho – 19:00
O prazer de não trabalhar, ou: a recusa do trabalho

Rodrigo Nunes

A relação entre prazer e trabalho normalmente é pensada ou como exclusão mútua –– prazer é algo que ocorre fora do tempo de trabalho –– ou como investimento do primeiro no segundo: quanto mais a fronteira entre tempo de trabalho e tempo de lazer desaparece, mas somos chamados a encontrar prazer e identificação em nossos empregos. Mas há uma outra maneira de conceber esta relação, que é o prazer como tempo liberado, tempo tomado de volta do imperativo do trabalho assalariado. A isto se deu o nome, na Itália dos anos 70, de rifiuto al lavoro: a recusa do trabalho. As diferentes dimensões desta ideia, e do prazer a ser encontrado nela, são o que esta apresentação pretende desenvolver.

Exibição do filme:

Lavorare con Lentezza (Guido Chiesa, 2004)

Radio Alice foi uma rádio livre em Bologna, Itália, no final dos anos 70. Autodeclarando-se “mao-dadaísta”, representava a “ala criativa” do amplo movimento social que ficou conhecido como Autonomia. O filme, roteirizado pelo coletivo Wu Ming (autores, entre outros, do livro Q, O Caçador de Hereges), ficcionaliza este movimento por meio do encontro de dois de seus vetores mais importantes: a contestação contracultural e experimentação de novas formas de vida, por um lado, e a recusa do trabalho assalariado e da disciplina fabril, por outro.

Rodrigo Guimarães Nunes é PhD em Filosofia pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres e professor de filosofia moderna e contemporânea no Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tendo antes sido professor visitante em diversas universidades do Brasil e do exterior. É autor do livro Organisation of the Organisationless. Collective Action After Networks (Mute/PML Books, 2014) e colaborador de diversas publicações nacionais e internacionais, como Radical Philosophy, Les Temps Modernes, Le Monde Diplomatique, Serrote, Nueva Sociedad, The Guardian, Al Jazeera e Folha de São Paulo. Em 2014, editou um dossiê sobre o quadro político brasileiro pós-junho de 2013 para a revista francesa Les Temps Modernes. Foi membro do coletivo editorial da revista Turbulence e atualmente coordena o grupo de pesquisas Materialismos: Ontologia, Ciência e Política na Filosofia Contemporânea (CNPq). Como curador, organizou o programa de filmes e debates ‘Stronger Are the Powers of the People’: Politics, Poetics and Popular Education in Brazilian Cinema, 1962-1979, apresentado em Londres (No.w.here, 2009) e Berlim (Eiszeit Kino, 2011).

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9 de julho – 19:30
Prazer é poder – Jogo Social / Ato Performance
Facilitador: Bruno Cuiabano


<INSCRIÇÕES LIMITADAS máximo 30 pessoas>

Numa ação performática de ativação da consciência individual e coletiva, a ficção pode comer a realidade, mas o contrário também. Podemos juntos fazer viver a ideia de que realidade é ficção. Onde se estabelecem as fronteiras entre o possível e o impossível quando se entra num espaço de Performance? O que significa libertar o corpo da mesma forma que liberta a mente? Durante um tempo definido, vamos assumir um espaço de permissão e também limitação, onde todo o poder é dado à vontade e liberdade de cada um.

Bruno Cuiabano propõe uma experiência de prazer, uma festa de carinho que seguirá regras de um jogo que permita aos participantes encontrar a essência do pensamento e da prática que não leva a lugar nenhum, mas que ajuda à criação de energias positivas e confiança.

Uma experiência coletiva onde cada participante assume o papel de performer e entra num espaço de desejo e consentimento. Onde corpo e mente têm que estar presentes, ativos e disponíveis. A proposta é uma festa de carinho, onde também se exige uma análise crítica sobre a disponibilidade do toque ou não-toque, dos limites mentais e corporais de estar com o outro. O desafio é lançado a partir do momento em que os performers/participantes entram no ato. Através do jogo, cria-se uma zona autônoma temporária e solicita-se a participação de todos numa experiência que pretende libertar corpo e mente através de ações carinhosas, amorosas, eróticas e sexuais. E ao mesmo tempo, ativar a mente sobre a sua relação com estes conceitos: o que é carinho, amor, erotismo e sexo?

Se possível traga uma canga e uma pequena luminária. 😉

Bruno Cuiabano é especialista em Análise Institucional e Esquizoanálise pelo instituto Felix Guattari e especialista em Acupuntura pelo Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagem, com formação profissionalizante em Teatro pelo Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. Desenvolveu trabalhos de investigação e apresentações de obras artísticas nas áreas de Teatro, Dança Contemporânea e Performance como intérprete-criador e preparador corporal. Tem percurso de investigação na filosofia tântrica e trabalha com o método da Massagem 5 Elementos desenvolvido por Miho Mihov e Jayanatha Devidasi. Coordenador de grupos de estudo com os temas: sexualidade, relações de gênero e paradigmas não-monogâmicos de relacionamento amoroso.

>Inscrição antecipada: 20 reais (deposito até dia 8).
Inclui a entrada gratuita na festa
> Inscrição com pagamento na hora: 35
tambem inclui a entrada gratuita na festa

Conta
Bruno Pereira Vieira Cuiabano
Banco do Brasil
Agencia 3610-2
conta corrente 38.502-6

Comprovante para o email:
bruno.cuia@gmail.com

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9 de julho – 00:00
Prazer é Poder convida Cashu

Com formação em arquitetura, Carol Schutzer (Cashu) começou a organizar festas de rua e ocupações no centro de São Paulo com o coletivo Voodoohop. Neste contexto, ao lado de Laura Diaz criaram a festa Mamba Negra, oferecendo experiências mais obscuras e focada em apresentações live. Através de sua pesquisa, seus sets transitam entre o minimal techno, deep, house e com referências deinstrumentais e percussivas. Com sonoridades fortes e texturas ácidas, tingidas com melodias suaves e levemente melancólicas, de forma sutil, seu conjunto tece uma atmosfera misteriosa, soturna.

Cashu é residente da Mamba Negra, fazendo parte também da Voodoohop e Carlos Capslock e tocando frequentemente em outras festas bem presentes na cena independente de São Paulo – Vampire Haus, Blum. Já tocou e participado ativamente de movimentos como Ravetalização na Cracolândia e no Parque Augusta. Além de ser chamada com frequencia para tocar em outras cidades do Brasil como Santos, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Floripa. Tocando em festas de rua, clubes ou warehouse partys.

Recentemente, ao lado de L_cio e Tessuto lançou a track Traumatesado pela nova label da Capslock, MEMNTGN. E junto com L_cio, produz a Radio Vírus que tem programação quinzenal e dá suporte à cena local, apresentando lives e djsets.

Horário: 24:00
Line:
Sugu
Cashu

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Data a ser confirmada
Helio Oiticica: Crelazer

Lisette Lagnado

“Eu inventei um negócio chamado Crelazer, eu queria transformar o dia todo, inclusive o lazer, e a preguiça, numa coisa assim de estado permanente inventivo, por isso eu comecei a transformar o lugar que eu moro, o ideal era esse, morar na própria obra”
Helio Oiticica

Crelazer é fusão entre crer, criar e lazer, e busca implantar uma nova prática de vida, baseada na percepção criativa do indivíduo e na sua inclusão no coletivo, tomando lazer como produção

Lisette Lagnado é escritora e curadora, doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Foi coordenadora do arquivo da obra de Hélio Oiticica (Projeto HO, Instituto Itaú Cultural, São Paulo), e sua abordagem original nesta pesquisa levou à ampliação dos estudoa sobre o artista. Em 2013, foi curadora do Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo e, em 2006, foi curadora da 27 ª Bienal de São Paulo. Em 2010, fez a curadoria da mostra Desvíos de la deriva. Experiencias, travesías y morfologías, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri. Lagnado contribuiu para publicações de muitos artistas como Dominique Gonzalez- Foerster, Thomas Hirschhorn e Rivane Neuenschwander.

 

Galeria de Fotos

 

Saara Nights #5

Quinta, 28.04.2016

Nesta edição:

EXPOSIÇÃO: “DA URGÊNCIA DE CADA UM
Visita guiada especial com os artistas e curadores + performance  “Fato-indumento” com Lyz Parayzo e Augusto Braz

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MOSTRA FINAL DE RESIDÊNCIAS
Susan Leen (Irlanda)

+

CONVERSA
com a curadora-residente Kristyna Muller (Suécia) e o curador associado ao Programa de Residências Despina Bernardo José de Souza

+

ATELIÊS ABERTOS
com as artistas em residência
Cleo Sanchez (Espanha) e Nancy Popp (EUA)
+ artistas associados

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nas carrapetas:
FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE

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QUINTA-FEIRA | 28 DE ABRIL | 19:00
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

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Sobre “Fato-indumento”

Como uma bomba plástica “Fato-Indumento” dinamita alicerces normativos por meio de uma transFiguração de valores. Não só as usualidades do papel manilha e do tijolo são abandonadas como também a “naturalidade” do corpo e suas leituras socialmente construídas a partir de tecnologias heteronormativas. Um corpo lido como masculino é atacado com informações femininas ao fundir-se com um papel/vestido e um tijolo/salto. Novas leituras são criadas e o periférico se torna centro. Esta performance já foi apresentada na Galeria Tato (SP), OcupaTrans na Galeria Artur Fidalgo (RJ), Cena Experimental na PUC Rio, Ateliê da Performance na UERJ e como ação paralela à exposição “Quarta-feira de cinzas” na EAV Parque Lage.

Programa de Residências Despina + Central Saint Martins, University of the Arts London

Março 2016

Durante o mês de março de 2016, o Programa de Residências Despina realizou um ciclo especial em parceria com a Central Saint Martins, University of the Arts London. Quatro artistas recém formadas foram selecionadas e comissionadas por meio de uma convocatória aberta conduzida pela instituição britânica para participar do nosso programa. Beatrice Vermeir, Carlotta Novella, Helena de Pulford e Sarah Crew ocuparam ateliês na Despina, receberam suporte curatorial e participaram de uma série de atividades, incluindo workshops, conversas e seminários, além de visitas a outros ateliês e espaços culturais.

 

beatrice

Beatrice Vermeir é uma artista, crítica e poeta que vive e trabalha em Londres. É formada em escultura pela Central Saint Martins, University of the Arts London. Em junho de 2015, Beatrice participou de uma residência no Grizedale Arts, em Cumbria, no noroeste inglês, onde desenvolveu um projeto que combinou a história da comida local com a filosofia educacional e experimental de John Ruskin. As atividades desta residência envolveram oficinas de produção de queijo e de um café comunitário de baixo custo, além do cultivo de uma horta. Em novembro do mesmo ano, Beatrice colaborou com o coletivo londrino “Houserules”, participando de um programa de passeios conduzidos por artistas na região de Peckham, em Londres (parte da programação da ArtLicks). Também atuou como diretora e figurinista na produção teatral “‘You Are Me And I Am You ”, que esteve em cartaz durante o último Festival VAULT, em Londres. A sua prática artística é mista e colaborativa e está focada na pesquisa de formas alternativas de organização social, de trabalho e educação.

 

carlota

Carlotta Novella nasceu em Veneza (Itália). Vive e trabalha em Londres (Inglaterra). É graduada em Gestão da Construção, com mestrado em Arquitetura: Cidades e Inovação pela Central Saint Martins, University of the Arts London. O trabalho de Carlotta aborda questões sócio-políticas e culturais contemporâneas através de um olhar espacial, com foco na confluência entre espaços públicos e privados. Um de seus projetos, “Bairros Industriais”, apresentou estratégias urbanas alternativas e intervenções de design para facilitar o trabalho em casa para beneficiários de programas de habitação social. Entusiasta do trabalho colaborativo, a sua prática transita por estruturas temporárias (sócio-espaciais e móveis), desenhos arquitetônicos, oficinas participativas, eventos e performances. Mais informações: http://carlottanovellaworks.com/

 

helena

Helena de Pulford vive e trabalha em Londres (Inglaterra). Graduada pela Central Saint Martins, University of the Arts London, foi contemplada com o Art Cass Prize e selecionada para o programa Acme. A sua prática artística é essencialmente escultórica, mas também incorpora performance, escrita e imagens em movimento. Seu trabalho reinterpreta a história visual europeia por meio de questões que envolvem teorias contemporâneas de gênero. Exposições recentes incluem: 3×3 Collaborations for Art Licks Weekend 12 Orpen Walk, Londres (2015); Supermarket Sweep, Nice Galley, Londres (2015); Degree Show CSM School of Art, Londres (2015); Open Studios, 1 Granary Square, Londres (2014); Talking about Pink Salmon, 1 Granary Square, Londres (2014); Copy, Elthorne Road Project Space, Londres (2014) e Para-Site, Concourse Gallery, Londres (2013).

 

sarah

Sarah Crew é um artista e escritora que vive e trabalha em Bristol (Inglaterra). É mestre em Fotografia pela Central Saint Martins, University of the Arts London. A sua prática transita pela instalação, filme, som e performance ao vivo, e envolve as relações mutáveis, as conexões e os pontos de disjunção entre o humano, o animal e a paisagem. As implicações disso são analisadas por meio da utilização da tecnologia contemporânea, que está incorporada em um ambiente cada vez mais tátil e dualista. Mais informações: www.sarahcrew.com

 

 

 

Durante a residência, as quatro artistas conceberam uma estrutura nos moldes de uma habitação provisória, que permitiu uma espécie de “co-polinização” entre as suas práticas individuais. Este projeto recebeu o nome de  “Trânsito-Rio”  e ganhou um blog – http://transito-rio.weebly.com –, que serviu como plataforma de documentação das experiências e processos vivenciados pelo grupo no Rio de Janeiro.

Também participaram do I Seminário Internacional de Escolas de Arte no Parque Lage, onde puderam compartilharam as experiências dessa residência com o público. E numa parceria entre o MAR – Museu de Arte do Rio e a Despina, a artista Sarah Crew realizou um workshop especial, em colaboração com os educadores do museu. O público presente no espaço foi convidado a construir “guarda-chuvas”, com o objetivo de explorar os cenários desafiadores do século XXI. A estrutura do guarda-chuva tornou-se um objeto para discussões visuais e explorações lúdicas. À medida em que novas paisagens foram adicionadas à estrutura, o guarda-chuva como um todo passou a refletir a curvatura da terra, ressurgindo como um campo criativo para ser investigado a partir de cima. Depois de concluídas, estas esculturas tridimensionais (que a artista nomeou de “brella-scapes”) também assumiram a forma de uma instalação, que foi construída ao longo da atividade.

Ao final da residência, uma mostra especial foi aberta ao público na Despina, apresentando os resultados dessa experiência coletiva. Confira abaixo alguns registros da passagem de Beatrice, Carlotta, Helena e Sarah pelo Rio de Janeiro. E não deixe de ler, em PDF, o texto de Bernardo José de Souza, curador que acompanhou as artistas durante a residência (página 1, página 2).

 

Galeria de Fotos (navegue pelas setas na horizontal e clique na imagem para ampliar)

Saara Nights #4

Quarta, 30.03.2016

Nesta edição especial da SAARA NIGHTS, o espaço da nossa galeria foi tomado pelos trabalhos desenvolvidos por quatro artistas recém-formadas pela Central Saint Martins, University of the Arts London, que participaram de um ciclo especial de residências durante o mês de março – fruto de uma parceria inédita entre a Despina | Largo das Artes e a instituição de ensino britânica. Mais informações sobre esta residência por aqui.

ARTISTAS
Beatrice Vermeir
Carlotta Novella
Helena de Pulford
Sarah Crew

+ ATELIÊS ABERTOS
+ FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE
+ SURPRESAS

SERVIÇO

SAARA NIGHTS (edição especial: março 2016)
Quando: Quarta-feira | 30 março | 19:00
Onde: Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

Saara Nights #3

Quinta, 25.02.2016

Nesta edição:

MOSTRA FINAL DE RESIDÊNCIAS
Carla Barchini (Líbano)
Catherine Boisvenue (Canadá)
Cecilia Vilca (Peru)
Joe Williamson (Inglaterra)

+ ATELIÊS ABERTOS
+ FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE

QUINTA-FEIRA | 25 FEVEREIRO | 19:00
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

Saara Nights #2 Deluxe Edition

Quarta, 16.12.2015

A segunda edição da SAARA NIGHTS foi especial. Além das mostras que encerraram o último ciclo do ano do Programa de Residências Despina e a quinta edição do Programa Claraboia, convidamos o músico carioca Lê Almeida, o grupo multimídia SNSTSIA e a artista residente Amanda Selinder para ocupar a nossa galeria com apresentações musicais especiais. Na mesma noite, e em meio às apresentações, o artista carioca Felippe Moraes, coordenador do LargoLAB, realizou a ação “Órbitas”.

Sobre os artistas convidados

LÊ ALMEIDA é um músico carioca que escreve canções concisas sobre jeans velhos, bikes e comprimidos, saturadas por altas doses de fuzz. Também está por trás do selo DIY “Transfusão Noise Records” (fundado em 2004) e desde 2013 administra o “Escritório”, estúdio e clube de recreação que abriga novas gerações de bandas do cenário independente brasileiro. No show que irá trazer para o Largo das Artes, Lê apresenta canções do seu segundo álbum, “Paraleloplasmos”, lançado em março deste ano.

Saiba mais:
www.lealmeida.bandcamp.com

​​SN​ST​SIA é um grupo de artistas visuais que se reuniu em abril de 2015 com o intuito de explorar novas combinações entre sons, palavras e imagens. Alexandre Palito (​texto e ​voz), Rafael Bandeira (sopro), Thiago TW (guitarra, baixo), Vagner do Nasc (baixo e sintetizadores) e Wilson Domingues (projeções) têm em comum o gosto pelo improviso, pelo deboche, por ambientes lúdicos e caóticos e por velhas e novas tecnologias, o que faz do SN​S​TSIA um ajuntamento de seres inquietos dispostos a colocar um pouco de fumaça nos sentidos que ​atravessam​ a nossa​​ percep​ç​​ão.

Saiba mais:
www.vimeo.com/133407009​

 

Galeria de Fotos

Saara Nights

Todo mês

Saara Nights #1

Quinta, 26.11.2015

SAARA NIGHTS é o primeiro projeto da parceria Despina | Largo das Artes, cuja edição inaugural aconteceu em 26 de novembro de 2015.

Na ocasião, as artistas Kaia Sand (EUA) e Karen Kraven (CAN) exibiram alguns trabalhos produzidos durante o período em que participaram do Programa de Residências Despina e que reuniram objetos, instalações, fotografia, textos e têxteis. O público também pôde visitar os ateliês de mais quatro artistas em residência: Alison Dunhill (ING), Amanda Selinder (SUE), Patrícia Francisco (BRA) e Rosana Sancin (SLO).

Na mesma noite, o artista carioca Alexandre Colchete inaugurou a quarta ocupação do Salão do Buraco, com uma instalação audiovisual que investiga as falhas de segurança em câmeras de vigilância domésticas.

Diagonale

Todo ano

O centro de arte contemporânea canadense Diagonale é parceiro da Despina desde 2015 em um projeto especial que oferece uma bolsa integral para artistas que moram e trabalham em Quebéc participarem do nosso programa de residências.

Esta iniciativa conta com o suporte do Conseil des Arts de Montréal e tem como objetivo fomentar a experimentação e o desenvolvimento de práticas artísticas contemporâneas e promover a mobilidade internacional de artistas que utilizam a fibra em termos de material e conceito de trabalho.

As residências têm a duração de 1 mês e estão 100% focadas no processo, permitindo ao artista visitante uma produção em resposta ao novo ambiente e às novas interlocuções, que incluem atividades como workshops, encontros com curadores, visitas a ateliês e outros espaços de arte, além de um evento de ateliê aberto no final do período da residência.

Para saber mais sobre a Diagonale, acesse www.artdiagonale.org

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Histórico das residências

2019

Artista selecionada: Mégane Voghell

Vive e trabalha em Montreal, Canadá. Seu interesse está nas muitas maneiras pelas quais o mundo pode ser vivenciado na ausência de um corpo físico. Por meio de instalação, correspondência (textual), desenho e vídeo, seu trabalho questiona os binarismos transcendência / imanência; real / virtual.

Através de dispositivos – tangíveis e intangíveis – Voghell utiliza uma mitologia pessoal que aponta para uma experiência além-mundo, mas que é extraída de uma temática muito real. Seu trabalho emerge do desejo de definir as peculiaridades das forças elementares e fenomenológicas ao nosso redor para melhor manipulá-las e reinventá-las.

Seu trabalho tem sido apresentado em festivais e várias exposições coletivas e individuais, incluindo “harbinger”, no espaço de arte Eastern Bloc (2015); no FME, em Rouyn-Noranda (Center l’Écart, 2015); no Centro de Arte Le Lobe, em Chicoutimi (2016); na Feira Paris Variation (2017); e mais recentemente na Galeria Calaboose, em Pointe-Saint-Charles (2019) e Galeria Vicki, em Newburgh (2019). Seu trabalho já foi incluído em algumas publicações, tais como Nut II, ETC MEDIA e Cigale. Também foi curadora do evento “Episode Laurier”, em junho de 2018.

2018
Artistas selecionados:  Chloë Lum e Yannick Desranleau

Vivem e trabalham em Montreal, Canadá. O trabalho da dupla é multidisciplinar e está centrado na teatralidade, na coreografia e na performance, assim como no interesse em encenar uma situação e trabalhar com materiais efêmeros que são operados por meio da reutilização e dissolução. Os trabalhos recentes da dupla investigam a representação dos objetos, a condição material do corpo e o potencial transformador que corpos e objetos exercem uns sobre os outros. Esses interesses são desvelados por meio da experiência de Chloë com uma doença crônica e o efeito disso na sua parceria como Yannick, juntamente com a exploração de narrativas de literatura, teatro e televisão.

Para eles, é importante mostrar o corpo em ação, a fim de ilustrar os desconfortos e descobertas táteis durante um primeiro contato entre dois corpos; é por isso que a performance e o vídeo se tornaram dois dos meios favoritos de suas práticas, em transição com seus trabalhos instalativos.

A pesquisa dos dois artistas no Rio de Janeiro partiu de uma imersão nos arquivos de cartas da escritora Clarice Lispector e da exploração de figurinos e acessórios que irão compor uma performance em vídeo a ser desenvolvida em breve. Dando continuidade ao tema das doenças crônicas, a dupla quer abordá-lo a partir de um viés transformador – um acontecimento sensorial e físico que eles pretendem ilustrar a partir do fenômeno da “segunda pele”. Assim, Chloë e Yannick estão interessados ​​em aprofundar a sua investigação sobre a elasticidade dos tecidos e a capacidade que eles têm de criar um efeito de transformação na forma do corpo por meio dessa propriedade – até talvez prolongá-lo.

A dupla já expôs no Center for Books and Paper Arts, Columbia College, Chicago (EUA); no Musée d’art contemporain de Montreal (Canadá); Kunsthalle Wien, Viena (Áustria); BALTIC Centre for Contemporary Art (Reino Unido); Whitechapel Project Space, Londres (Reino Unido);  University of Texas, Austin (EUA); The Confederation Centre Art Gallery, Charlottetown (Canadá); The Blackwood Gallery, University of Toronto (Canadá) e The Darling Foundry, Montreal (Canadá).  A dupla também é conhecida no cenário musical internacional como co-fundadores do grupo de avant-rock AIDS Wolf, inclusive produzindo pôsteres de concertos premiados sob o nome de Séripop. O trabalho da dupla está na coleção do Museu Victoria and Albert, Londres (Reino Unido), no Museu de Belas Artes de Montreal (Canadá) e no Musée d’arte contemporain de Montréal (Canadá).

Clique aqui para visitar a página de perfil da dupla de residentes com galeria de fotos, vídeos e texto curatorial.

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2017
Artista selecionada: Lorna Bauer

lorna_bauer_2017_thumbLorna Bauer nasceu em Toronto. Vive e trabalha em Montreal (Canadá). Recentemente, apresentou seu trabalho no The Loon, Toronto; Galeria CK2, Nova York; The Darling Foundry, Montreal; Model Projects, Vancouver; no Musée d’Art Contemporain de Montréal, entre outros espaços. Já participou de inúmeras residências nacionais e internacionais, incluindo estadias no The Couvent des Récollets, Paris; Residência Quebec-Nova Iorque (financiada pelo Conselho das Artes e Letras do Québec); o Banff Center, Alberta e o Atlantic Center for the Arts, na Flórida (trabalhando com o artista Josiah McElheny). Também é responsável pela gestão do espaço L’escalier (juntamente com os artistas Jon Knowles e Vincent Bonin), localizado em Montreal.

Sua prática artística transita pela fotografia, instalação e, mais recentemente, pela utilização de materiais como vidro e bronze. Sua linguagem formal e uso de materiais aludem a idéias desenvolvidas através do planejamento urbano e da teoria urbana. Seu trabalho está centrado em exemplos específicos de arquitetura, planejamento urbano e psicopatologias do século XX.

Os projetos de Bauer geralmente são caracterizados como relacionados ao espaço, levando a um resultado final que respondeu a um local e contexto específicos. Seus interesses são amplos e variam de tópicos que vão da planta urbana da cidade de Paris – em particular as velhas arcadas e o cultivo subterrâneo de cogumelos nas catacumbas parisienses -, “Haussmannização”, jardins utópicos da costa oeste norte-americana dos anos 70 até as cartas de Walter Benjamin para o amante, descrevendo a ilha de Ibiza durante seu exílio. Todos esses projetos tratam de espaços e a maneira com que eles moldam as percepções individuais e a correlação entre o ambiente natural e o ambiente construído.

No Rio de Janeiro, a artista concentrou a sua pesquisa em um dos mais proeminentes nomes da arquitetura paisagística do Brasil, Roberto Burle-Marx (e seus contemporâneos). A filosofia de Burle-Marx é contígua a dos modernistas canadenses, Arthur Erickson e Cornelia Oberlander, ambos já pesquisados pela artista em projetos passados. Todos esses visionários do design paisagístico utilizaram plantas nativas e materiais naturais locais, o que é revelado na continuidade entre espaços construídos e naturais, na atenção plena sobre como nos movemos pelo espaço e no interesse peculiar por reflexo e materiais que refletem.

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2016
Artista selecionado: Romeo Gongora

romeo_gongora_2016_thumbRomeo Gongora é um artista visual canadense-guatemalteco. Sua prática envolve principalmente a participação e está baseada em uma metodologia pedagógica radical, cujo propósito é ativar a consciência humana e sócio-política por meio de projetos coletivos. Entre algumas de suas colaborações no campo artístico, destaque para: Rencontres de Bamako (Mali), CCA – Lagos (Nigéria), Centro de Arte Torun (Polônia), Festival Belluard (Suíça), HISK (Bélgica), The Office (Berlim) e Open School East (Londres). Em 2007, participou de uma residência de dois anos no Rijksakademie Van Beeldende Kunsten (Amsterdam). Em 2009, representou o Canadá como um artista em residência na Künstlerhaus Bethanien (Berlim) e no Acme Studios (Londres), em 2016.

Durante a sua estadia no Rio, Romeo coordenou o workshopSonhos despertos: novos modelos de identidade”, uma experiência coletiva que durou três semanas e que envolveu um processo de pesquisa sobre identidade e experimentos vestíveis para uma sociedade utópica. Os participantes do workshop criaram coletivamente uma coleção de roupas pensada para uma sociedade utópica. Algumas questões que foram abordadas durante os encontros: Qual é o significado de “identidade” em uma sociedade utópica? Como os cidadãos irão se vestir? Que tipo de vestuário e códigos comportamentais estes cidadãos terão acesso? A metodologia participativa dessa atividade foi inspirada nas técnicas desenvolvidas por Augusto Boal no seu “Teatro do Oprimido”; na noção de consciência crítica, teorizada por Paulo Freire; e em algumas técnicas de pesquisa-ação participativa de Orlando Fals Borda.

O resultado foi exibido na última SAARA NIGHTS de 2016, em 29 de novembro. No espaço da nossa galeria e dos ateliês, aconteceu uma performance nos moldes de um desfile de moda.

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2015
Artista selecionada: Karen Kraven

karen_kraven_2015_thumbKaren Kraven vive e trabalha em Montreal, Canadá. É representada pela galeria Parisian Laundry. Já expôs no ICA do Maine College of Art, Portland, ME (2015); na Darling Foundry, em Montreal (2014) e na Mercer Union, em Toronto. Suas obras têm sido comissionadas pelo Canadian Council for the Arts, Quebec Council for the Arts e pela Fundação Dale & Nick Tedeschi.

Para a sua prática artística, Karen busca inspiração nas roupas e acessórios usados por atletas e espectadores que circundam, por exemplo, um jogo de basquete. A textura brilhante dos uniformes dos jogadores, o movimento ritualístico do público acenando com seus cachecóis, ou o padrão moiré revelado na figura do mestre de cerimônias e sua camisa listrada, têm atraído a atenção da artista, que compara este universo ao da Comedia del Arte. Aqui, entra a figura do arlequim, cuja função era a de divertir o público durante os intervalos dos espetáculos. Sua importância foi gradativamente afirmando-se, e o seu traje, feito de retalhos multicoloridos (geralmente em forma de losango), destacava a sua presença ainda mais em cena. No esporte, o traje e a vestimenta também estão claramente concebidos para este fim, o que também aproxima os participantes destes eventos esportivos da figura de uma “ave-de-paraíso”, ora em destaque, ora camuflada, como numa revoada em bando. Tais marcações “chamativas” enfatizam a velocidade e o movimento dos corpos, enquanto, potencialmente, servem também para distrair a atenção de um adversário.

No desenvolvimento atual do seu trabalho, Karen tem elaborado redes de pesca artesanais e fotografado roupas esportivas e tecidos de elastano esticados sobre esculturas corpóreas fracionadas. Também tem desenvolvido esculturas a partir de uniformes de ginástica e chapéus de senhoras que frequentam corridas de cavalo. O interesse da artista está na política de gênero das roupas esportivas e a sexualidade latente embutida no ocultamento dos corpos pelos uniformes, na oposição apertado x solto e o quanto os tecidos e o vestuário em si são vistos como uma segunda pele.

A sua pesquisa recente está focada no vestuário esportivo desenvolvido no início do século XX pela artista construtivista russa Varvara Stepanova. Nesta seara do design têxtil, Stepanova explorou ao máximo as linhas e formas geométricas, o que fez com que o movimento e a aparência dos corpos ganhassem contornos abstratos e exagerados. Além desta, Karen também tem pesquisado o trabalho da estilista italiana Elsa Schiaparelli e a sua relação com a arte dos cubistas e surrealistas.

Durante o período em que esteve no Rio de Janeiro, a artista investigou a história do design têxtil no Brasil e a utilização de materiais reciclados em produtos artesanais, como tapetes e bolsas. Karen também explorou a região comercial da SAARA (que circunda o nosso espaço, no centro histórico da cidade) e adquiriu uma variedade de tecidos que foram, posteriormente, combinados em relevos escultóricos.

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