Conversa com Suely Rolnik

Sexta, 16.09.2016

Arte e Ativismo na América Latina – ano I (2016)

Nesta primeira ação do Projeto Arte e Ativismo na América Latina, a psicanalista e professora da PUC-SP, SUELY ROLNIK – cujo foco de trabalho é a subjetividade pensada de um ponto de vista transdisciplinar, indissociável de uma pragmática clínico-política – conversa com o público sobre a noção de “inconsciente colonial-capitalístico” e a relevância da resistência micropolítica que vem se alastrando em alguns setores da sociedade brasileira.

PENSAR A PARTIR DO SABER-DO-CORPO

Uma micropolítica para resistir ao inconsciente colonial-capitalístico

Com a noção de “inconsciente colonial-capitalístico”, pretende-se descrever a política de desejo dominante na cultura moderna ocidental, cuja origem, como sabemos, é indissociável da economia capitalista e da empresa de colonização. Trata-se de uma micropolítica antropo-falo-ego-logocêntrica: ela opera pela obstrução do acesso aos efeitos das forças do mundo em nosso corpo. Tal bloqueio do saber-do-corpo nos torna surdos às demandas da vida para que se crie deslocamentos dos modos de existência que a sufocam, pois nos separa do poder de avaliação de que são portadores os afetos, condição para estar à altura desta exigência. Com diferentes desdobramentos e derivas ao longo da história, este regime cultural, econômico e subjetivo atualiza-se hoje na figura do capitalismo financeirizado que, por meio do estado neoliberal e das novas tecnologias da comunicação, conseguiu colonizar o conjunto do planeta, eliminando violentamente toda e qualquer barreira a seu poder. Isto nos lança numa situação de extrema gravidade, impossível de ser decifrada se insistirmos numa abordagem exclusivamente macropolítica. Ativar o saber-do-corpo é condição incontornável para sairmos da perplexidade e da impotência em direção a ações criadoras contundentes que transformem efetivamente a lógica que rege o atual estado de coisas.

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SUELY ROLNIK – Psicanalista e Professora Titular da PUC-SP, cujo trabalho tem como principal foco a subjetividade, pensada de um ponto de vista teórico transdisciplinar, indissociável de uma pragmática clínico-política, privilegiando as artes visuais como campo de atuação, nos últimos vinte anos. Autora de A hora da Micropolítica (SP: N-1, 2016), Anthropophagie Zombie (Paris: Black Jack, 2012), Archivmanie (dOCUMENTA 13, 2011); Cartografia Sentimental (Porto Alegre: Sulinas, 1989) e co-autora com Félix Guattari de Micropolítica. Cartografias do desejo (Petrópolis: Vozes, 1986), publicado em 8 países. Realizadora do Arquivo para uma Obra-Acontecimento (65 filmes de entrevistas em torno das proposições de Lygia Clark).

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SERVIÇO

Conversa com Suely Rolnik – Projeto Arte e Ativismo na América Latina
Quando: 16 de setembro, a partir das 19h30
(a conversa terá início às 20 horas)
Onde: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro, Rio de Janeiro – RJ
Entrada gratuita

 

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ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta primeira edição (2016), o projeto tem como tema o ESPAÇO PÚBLICO e se estende de julho a outubro. Mais informações, por aqui.

Saara Nights #9

Terça, 30.09.2016
Nesta edição:
 
MOSTRA FINAL DE RESIDÊNCIAS
As artistas Bernardita Bertelsen (Chile) e Jennifer Taylor (Reino Unido) apresentam os trabalhos produzidos durante o período de suas residências no Rio de Janeiro na exposição CIRCO COSMÉTICO.
 
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ENCERRAMENTO “CIDADES INVISÍVEIS”
Última chance para conferir a mostra cujo fio condutor é o Rio de Janeiro e as mudanças simbólicas, assim como narrativas e urbanísticas, que a cidade sofre desde sua invenção.
 
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LANÇAMENTO “FRETE GRÁTIS”
Exposição das primeiras peças que integram o projeto FRETE GRÁTIS, resultado de uma ação concebida pelos artistas visuais Alexandre Palito e Wilson Domingues, com a participação de Leo Lopes. Em um dia qualquer de prática de skate na Praça XV, no centro do Rio de Janeiro, um objeto encontrado ganha contornos performáticos. Uma foto gera um desenho, que, por sua vez, se desdobra em um quadro, em um vídeo e na estampa de uma peça de vestuário, produzida pela marca Cabron Brasil. “Tudo é mera ilusão”.
 
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FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE
Discotecagem fina, provocativa e dançante com Frederico Pellachin e Marina Marchesan.
 
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ATELIÊS ABERTOS
 
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SERVIÇO
 
SAARA NIGHTS #9
Local: Despina | Largo das Artes
Onde: Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro, RJ
Quando: 30 de agosto, terça-feira
Horário: 19 horas

Entrada gratuita

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CRÉDITO DA IMAGEM
Bernardita Bertelsen
Cosmético#1, 2016
Caneta sobre pasta de arquivo
41 x 41 cm
***APOIO


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Saara Nights #8

Quinta, 28.07.2016

Nesta edição:

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO “CIDADES INVISÍVEIS”
Mais informações: http://despina.org/cidades-invisiveis/

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MOSTRA FINAL DE RESIDÊNCIAS
Kira Shewfelt (Estados Unidos)

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ATELIÊS ABERTOS
Destaque para a artista em residência Bernardita Bertelsen (Chile), que abre seu ateliê para exibir alguns trabalhos em processo.

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FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE

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SERVIÇO

Saara Nights na Despina | Largo das Artes
Onde: Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado – Centro
Rio de Janeiro, RJ
Quando: 28 de julho, quinta-feira
Horário: 19 horas
Entrada gratuita 

LAB especial com ex-residentes Despina

Terça, 19.07.2016
Nesta terça-feira, dia 19 de julho, a partir das 14 horas, duas artistas que participaram do Programa de Residências Despina em diferentes momentos – e estão de passagem pelo Rio de Janeiro -, irão conversar com nossos atuais residentes durante o laboratório de acompanhamento de projetos, coordenado pelo artista e pesquisador Felippe Moraes. Para esta ocasião especial, convidamos também o público interessado a participar.

A artista britânica Claire Nichols (residente do nosso programa em maio de 2015) irá compartilhar a experiência que teve recentemente em Piracanga, Bahia, onde participou de uma residência no Two Hotel, junto com a colega Jennifer Taylor, também britânica. Além da conversa, as duas artistas irão propor uma nova interação das performances realizadas em Piracanga, fundamentadas em provocações lúdicas e movimentos improvisados com objetos encontrados. Navegando em espaços geométricos demarcados, Nichols e Taylor constroem novos cenários que vêm a existir como filmes e fotografias.

Claire Nichols vive e trabalha em Londres. É formada em Artes Visuais pela Escola Ruskin da Universidade de Oxford e tem mestrado em Crítica de Arte pela Universidade de Goldsmiths. Seu trabalho brinca com os espaços físicos e “filosóficos” de um ateliê ou de uma galeria. Estes espaços são explorados pela artista através de uma série de desenhos, esculturas ou performances que estão “em processo” e num relacionamento em constante evolução com o espectador. Claire já expôs na Banner Repeater, David Roberts Art Foundation, Whitechapel Gallery e Art on the Underground, em Londres; MoMA PS1 em Nova Iorque e Centre Cultural la Mercè, em Girona. Em maio de 2015, foi selecionada para participar do Programa de Residências Despina, no Rio de Janeiro.

Jennifer Taylor trabalha com performance ao vivo, filme experimental e instalação em grande escala. Seu interesse está no ponto em que os sistemas e comportamentos chegam a um estado de crise ou de avaria e crescem fora de controle. Em seu trabalho, instalações caóticas estão à beira do colapso e performances se degeneram em pantomimas ciborgues low-fi e mal-acabadas. Taylor completou seu mestrado em Escultura no Royal College of Art e, anteriormente, estudou na Escola Ruskin da Universidade de Oxford. Já expôs na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris; The Wapping Project e ICA, em Londres; Art First, em Bolonha e Modern Art Oxford.

Mais informações:
http://twohotel.tumblr.com
http://clairenichols.info
http://jennifertaylor.co

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Já a artista peruana Cecília Vilca (residente do nosso programa em janeiro e fevereiro de 2016) irá apresentar o seu projeto HYBRIS_Latinoamerica: memória política audiovisual, selecionado para a residência CONTRALAB:Reboot, que aconteceu na Estação Rural de Arte e Tecnologia – NUVEM, em Visconde de Mauá (RJ), entre os dias 10 e 17 de julho de 2016.

Este projeto surgiu com o objetivo de consolidar e/ ou construir uma memória audiovisual urgente, utilizando materiais existentes, mas que se encontram dispersos pela internet. A ideia é apropriar-se desta memória audiovisual como instrumento de política vigilante, que pode ser  empregado em momentos sociopolíticos decisivos, contra a desinformação e a distração gerada pela mídia tradicional (TV, rádio, jornais).

Cecília Vilca é artista, designer e professora. Mestre em Artes Digitais pela Universidade Pompeu Fabra, Barcelona, Espanha. A sua prática artística envolve a criação de peças que se utilizam da tecnologia em seu discurso e materialização e que exploram a relação entre este gênero, a sociedade e a natureza. Seus projetos vão desde aqueles construídos com a participação do público, que refletem através de e para os dispositivos tecnológicos àqueles que combinam métodos científicos, como a microscopia eletrônica e mapeamentos. Para tanto, desenvolve projeções, instalações ou aplicações criadas com o propósito de revelar, através da tecnologia, procedimentos, comportamentos ou informações que naturalmente acontecem diante dos nossos olhos, mas que não percebemos. Cecilia tem um forte compromisso com a herança cultural do seu país de origem, Peru. Neste sentido fundou e dirige o PatriaLab, divisão MYAP (especializado em laboratório de microscopia eletrônica).

Mais informações:
http://ceciliavilca.com/

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SERVIÇO

LAB especial aberto ao público*
Coordenação: Felippe Moraes
Local: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro, Rio de Janeiro – RJ
Entrada gratuita* Atenção! As conversas e apresentações deste evento serão realizadas em inglês e espanhol, sem tradução.

“Pavilhão” na Casa França-Brasil

Sábado, 09.07.2016

Pavilhão é uma exposição de exposições. Como nas exposições universais, recorrentes no século XIX e atualizadas nas grandes mostras de arte internacional dos séculos XX e XXI, a ideia é evidenciar as diferentes culturas materiais e imateriais que são negociadas e apropriadas, hoje, entre agentes e gestores de variadas ações culturais no Rio de Janeiro.

Para esta primeira experiência, foram convidados os participantes de um recente seminário realizado na Casa França-Brasil, que discutia cultura em tempos de crise. Museus, espaços independentes e programas educativos do Rio de Janeiro se reúnem novamente para abrir seus gabinetes de curiosidades.

Participam deste primeira Pavilhão: A MESA, casamata, CCBB, Despina | Largo das Artes, EAV Parque Lage, És Uma Maluca, MAM-Rio, MAR, Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, Museu da Maré, Museu Histórico Nacional, Olho da Rua, Paço Imperial, e outras ações relacionadas à exposição.

Como mostrar a cultura advinda de cada instituição? Muito além da cultura material que marcou as exposições universais, exibindo plantas, animais, jóias, especiarias, foram solicitados para este primeiro Pavilhão principalmente, o corpo e a voz. Serão exibidas, assim, falas adversas, ainda atuando nos sentidos de um sistema que distingue, separa, seleciona, mas que também produz seus contra-discursos.

Serviço
Pavilhão
Abertura: 09 de julho | 16h
Exposição segue até 30 de julho
Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí 78
Centro – RJ

Horizonte Indelével com Lilian Soares

Quinta, 07.07.2016

Na próxima quinta-feira, dia 7 de julho, às 10hs, Despina | Largo das Artes recebe a defesa da pesquisa teórico-prática de doutorado da artista Lilian Soares, integrante do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais / PPGAV-UFRJ na linha de Poéticas Interdisciplinares, com a exposição e apresentação do trabalho HORIZONTE INDELÉVEL. A defesa contará ainda com a participação do orientador Carlos Alberto Murad, os artistas e professores externos da UERJ Leila Danzinger e Malu Fatoreli e os artistas e professores membros do programa da UFRJ, Leonardo Ventapane e Doris Kominsky, que irão compor a banca avaliadora.

A artista, que ocupa um ateliê na Despina | Largo das Artes, é natural de Recife, Pernambuco. Vive no Rio de Janeiro, mas retorna regularmente a João Pessoa para reencontrar e filmar sua avó materna. É a partir destas visitas e da revelação das ausências de memória cada vez mais frequentes de Maria Lúcia, que artista encontra o ponto de partida para seu processo criativo. Este nasce em um diálogo entre elas, que se inicia por palavras, e vai se tornando cada vez mais incógnito. Seu projeto é mediado por desenho, fotografia, performance e vídeo, abordando questões relativas à construção de espaços poéticos, memória, narrativa e apagamento.

HORIZONTE INDELÉVEL está na linha traçada, apagada, repetida que Lilian Soares produz. Suas fábulas confundem-se de forma delicada com a própria materialidade da obra, em um emaranhado poético quase indistinguível, construído em meio a um espaço que é lacunar. Soares entrelaça sua produção textual com a produção de vestígios que exploram um certo estado de partida, que a existência parece carregar. “Contaminados por este estado de deriva, os trabalhos se mostram como um pequeno esquema de navegação do ‘perder-se’. É como uma espécie de navegar às avessas, ou como seguir uma bússola em que ponteiros se dirigem simultaneamente para norte e sul. Mas como seria este espaço do perder-se?” – provoca a artista. Sem algo definitivo, os trabalhos vão abrindo caminhos e compondo uma infinidade de trajetórias que a busca produz. Como resultado desta experiência que não se fixa e nenhum mapa pode abarcar, restam apenas vestígios, fragmentos entre o real e a imaginação.

O projeto, que foi contemplado com a bolsa CAPES e bolsa FAPERJ, teve parte dos trabalhos selecionados para exposições coletivas nacionais e internacionais, além de artigos que fazem parte do corpo da tese, publicados e apresentados em seminários no Brasil e no exterior. Mas, pela primeira vez, o corpo do projeto será exposto em conjunto e acompanhado pela fala da artista que apresentará seu processo criativo.

por Claudia Elias

 

Saara Nights #7

Quarta, 29.06.2016
Nesta edição:
 
MOSTRA FINAL DE RESIDÊNCIAS
Camila Cavalcante (Brasil / Escócia)
Linda Söderholm + Dziga Gerbc (Eslovênia)
Cleo Sanchez (Espanha)
 
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ARTISTA CONVIDADO
Rdoisó
 
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RODA DE BREAKING
 
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FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE
(feat. DJs DZIGA e WILBOR)
 
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ATELIÊS ABERTOS

 

Destaque para a artista em residência Bernardita Bertelsen (CHILE), que abre seu ateliê para exibir alguns trabalhos em processo.
 
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SOBRE O ARTISTA CONVIDADO
 
Rdoisó começou a grafitar e a dançar breaking em 2007. Mora no Parque União (Complexo da Maré) desde que nasceu. Respresenta o grupo de hip-hop ATARI FUNKERZ. Seu apelido deriva do seu nome Robson, por conter uma letra R e duas letras O. Costuma se apresentar como um “graffiteiro q dança”, por adotar o grafite como elemento principal. Suas primeiras experiências com o spray surgiram a partir de duas oficinas que participou na Maré. No breaking teve seus primeiros contatos por meio da oficina de Luck (GBCR). Juntamente com b-boys mais experientes como William, Skillo e Weber, começou a desenvolver o seu próprio estilo dentro da dança. Na rua, a sua arte é voltada para as tradicionais caligrafias estilizadas. Rdoisó busca inspiração nos primeiros grafites Nova Iorquinos. Em suas telas procura mostrar um pouco do seu cotidiano dentro do breaking e do grafite. Através de personagens cercados de rádios boombox, letras estilizadas e casas com tijolos aparentes, busca expor estas duas subculturas de maneira espontânea e genuína, trazendo questões que envolvem a diversão e a luta pela paz em um lugar hostil.
 
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SERVIÇO
 
Saara Nights na Despina | Largo das Artes
Onde: Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado – Centro
Rio de Janeiro, RJ
Quando: 29 de junho, quarta-feira
Horário: 19 horas

Entrada gratuita

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GALERIA DE FOTOS

 

Conversa + mostra de portfolio com a artista em residência Nancy Popp

Segunda, 30.05.2016

Na próxima segunda, dia 30 de maio, a artista norte-americana Nancy Popp, que participa do nosso programa de residências, irá apresentar o seu portfolio e conversar com o público na Galeria Cândido Portinari – UERJ. Com a participação do artista e pesquisador Felippe Moraes e do curador Alexandre Sá. A partir das 13 horas (entrada gratuita). Mais informações sobre a artista e sua pesquisa, por aqui.

Galeria de fotos

Workshop – Práticas curatoriais contemporâneas

29.06.2016 - 14.09.2016

Workshop – Práticas curatoriais contemporâneas: pensamentos, processos e realizações.

Intenso debate vem pautando a agenda de curadores, artistas, críticos e historiadores da arte quanto ao que caracterizaria o pensamento curatorial contemporâneo. A emergência do curador-autor nos anos de 1970 e sua ascensão a uma posição central no sistema das artes nos leva a especular sobre as possibilidades de expansão e desconstrução da curadoria a partir de novas dinâmicas de trabalho. Este curso, portanto, propõe a criação de uma exposição coletiva que tomará como princípio a investigação de um tema guarda-chuva proposto pelos curadores-orientadores, o qual será explorado criticamente pelo grande grupo. Buscaremos debater horizontalmente as diversas motivações, questões conceituais e estágios do processo curatorial.

O grande desafio para um curador é trazer a público em um mesmo espaço (urbano, expositivo, impresso ou virtual) obras que constituam em seu conjunto não apenas uma única constelação de sentido, mas que também permitam à audiência estabelecer novas conexões semânticas como decorrência do confronto entre a experiência sensorial e sua própria bagagem cultural – quer seja crítica, afetiva, política, social, histórica ou filosófica. Realizar exposições em espaços institucionais, pois, constitui apenas uma de suas possíveis atividades, uma vez que a formação do pensamento curatorial não apenas precede a escolha de uma determinada abordagem conceitual, de artistas, de suas obras, e a consequente distribuição das mesmas no espaço, como também pode (e deve) se estender para além da abertura do evento. Neste sentido, a exposição deve ser compreendida como um dispositivo para a construção de novas relações que extrapolam seu próprio fim, já que a instituição ou espaço político e geográfico no qual ela acontece, o orçamento disponível para sua realização, a relação com artistas, colecionadores, galerias, gestores, montadores, produtores, editores, designers e jornalistas, a produção de textos/publicações e, finalmente, o contato do público com as obras, são questões de base que se impõem ao curador contemporâneo.

Ao considerar a miríade de preocupações de ordem conceitual e prática inerentes à atividade curatorial, este workshop pretende explorar criticamente as várias etapas do projeto – desde sua concepção à sua realização –, promovendo a reflexão e o debate acerca dos diversos elementos que lhe são constitutivos, quais sejam: formação do pensamento curatorial; pesquisa curatorial; formulação de ideias ou hipóteses a serem exploradas conceitualmente; studio visits; escolha de artistas, obras e definição das ações paralelas à exposição; arquitetura e ocupação de espaços expositivos; produção de textos críticos e curatoriais; montagem da exposição; e articulação de programas públicos e/ou educativos. Partindo de um modelo de curadoria associativa e experimental, no qual os integrantes do workshop contribuirão para as decisões decorrentes das proposições conceituais debatidas coletivamente, iremos investigar, em conjunto, a prática curatorial contemporânea.

Este workshop apresenta como premissa curatorial a reflexão sobre a esfera pública e busca especular sobre os aspectos políticos e culturais que caracterizam a experiência coletiva e constituem a natureza humana, quer seja no âmbito material, religioso ou filosófico.

São eixos norteadores do projeto curatorial:

– o espaço público;

– o tecido social;

– a rua;

– as tramas simbólicas, políticas e culturais articuladas no plano social.

Período do workshop
13 encontros ǀ 29 de junho a 14 de setembro de 2016

Horário
das 19 às 22 horas.

Local
Despina | Largo das Artes
Rua Luís de Camões, 2 – Sobrado – Largo de São Francisco
Centro, Rio de Janeiro – RJ

Período expositivo
de 06 a 29 de setembro de 2016

Investimento
R$ 1.500,00 (em até 3 vezes)
Vagas limitadas (de 15 a 20)

Curadoria
Bernardo José de Souza (PDF – BIO)
Bernardo Mosqueira (PDF – BIO)

Inscrições: enviar um e-mail com CV para cursos@despina.org

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Conteúdo Programático

Aula 1

Quarta-feira dia 29/06, 19 hs

a) Apresentação de algumas ideias norteadoras do pensamento curatorial contemporâneo.

b) Introdução ao processo do workshop e apresentação de breve histórico da prática curatorial e de exposições seminais realizadas no século XX.

c) Comentário sobre a bibliografia indicada, estruturação do seminário e apresentação do processo de desenvolvimento das propostas curatoriais a serem desenvolvidos individualmente ou em grupo.

d) Oitiva sobre os desejos em relação ao curso e verificação  dos conhecimentos anteriores sobre o conteúdo que será apresentado.

Aula 2

Quarta-feira dia 06/07, 19 hs

a) Teoria e História da curadoria.

b) Alguns exemplos de curadoria.

Aula 3

Quarta-feira dia 13/07, 19 hs

a) Experiências curatoriais de Bernardo José de Souza e Bernardo Mosqueira.

b) Oitiva sobre os interesses dos alunos na prática curatorial.

Aula 4

Quarta-feira dia 20/07, 19hs

Seminário e apresentação preliminar de pré-propostas para a exposição final.

Aula 5

Quarta-feira dia 27/07, 19 hs

Discussão teórica, definições sobre a abordagem do tema proposto, elaboração do conceito a ser explorado pelo projeto e distribuição de tarefas.

Aula 6

Quarta-feira dia 03/08, 19 hs

Visita a um ateliê ou entrevista com artista(s) em sala de aula.

Aula 7

Quarta-feira dia 10/08, 19 hs

Sugestão de trabalhos e ações para a exposição e decisão da lista preliminar de obras.

Aula 8

Quarta-feira dia 17/08, 19 hs

Produção: orçamento, soluções, montagem, material gráfico, programas públicos, texto, imprensa, apoios e relações institucionais.

Aula 9

Quarta-feira dia 24/08, 19hs

Reunião de produção e acompanhamento de tarefas.

Aula 10

Quarta-feira, dia 31/08, 19hs

Reunião de produção e acompanhamento de tarefas.

Aula 11

Final de semana dos dias 3 e 4 de setembro (datas e horários a serem confirmados)

Montagem da exposição

Aula 12

Terça-feira, dia 06/09, 19hs

Abertura da exposição

Aula 13

Quarta-feira dia 14/09, 19hs

Pós-abertura

  1. Palestras, performances, ações, encontros e outras ativações.

SAARA NIGHTS #6

Quarta, 25.05.2016

Nesta edição:

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO
“JUGADOR COMO PELOTA, PELOTA COMO CANCHA”
Manuel Casanueva e “Los Torneos”
Organização: Felipe Mujica
(Mais informações aqui)

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CONVERSA
com os curadores Pablo León de la Barra e Bernardo José de Souza – parte das atividades do 1º Programa PRAZER É PODER

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MOSTRA FINAL DE RESIDÊNCIAS
Nancy Popp (EUA)
Silvia Binda Heiserova (Eslováquia)

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ATELIÊS ABERTOS
Além dos ateliês dos artistas locais associados, estarão abertos os ateliês dos artistas em residência Cleo Sanchez (Espanha), Linda Söderholm (Finlândia) & Žiga Gerbec (Eslovênia). E a artista convidada Amanda Baroni irá apresentar o ensaio “B.Woman, B.Girl”, uma serie de fotografias sobre a presença da mulher na cultura hip hop.

e

nas carrapetas
FINA ESTIRPE DJ ENSEMBLE
(feat. Dj Dziga)

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Sobre os artistas convidados

Amanda Baroni vive e trabalha no Rio de Janeiro. É dançarina de breaking. Teve seu primeiro contato com a fotografia através do hip hop. Em 2012, formou-se pela Escola Popular de Fotógrafos, no Observatório de Favelas, Rio de Janeiro. A partir de então, passou a registrar o movimento Rock no Complexo da Maré e inúmeros eventos de dança, principalmente competições de breaking. Mobilizou a participação feminina pelo estado, com encontros dedicados à questão de gênero. Participou das aulas de Design de Exposição no Parque Lage em 2014 e atualmente segue documentando o hip hop, cobrindo espetáculos de dança e realizando projetos pessoais, como o “Ensaio Draw”, “Baixa Velocidade”, “Altas Luzes” e “B.Woman – B.Girl”. Também produz exposições e quadros decorativos na empresa Barracāo de Imagens. O ensaio de fotos que irá apresentar no ateliê ocupado pelo duo Linda Söderholm & Žiga Gerbec  contrapõe a feminilidade que a sociedade está doutrinada a enxergar como norma com a visão “desconstrutiva” de uma outra cultura.

Dj Dziga vive e trabalha em Liubliana (capital da Eslovênia) e está no Rio de Janeiro participando do Programa de Residências Despina. Começou a discotecar por influência de sua prática como B-boy e, por conta disso, passou a se interessar e explorar os “grooves” que fazem o corpo mexer. Seus sets são recheados de funk, soul, disco, afro, latin & hip hop. É um membo bastante ativo da ONG “GOR”, cuja missão é fomentar o desenvolvimento da cultura hip hop e seus elementos (grafite, b-boying, MCing, DJing) na Eslovénia. Ouça um de seus mixtapes no link a seguir: https://www.mixcloud.com/stric_matic/30-days-to-thin-thighs-and-fat-moves/

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Mais informações

www.facebook.com/despina.org
instagram: @despina.rio

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Serviço

Saara Nights na Despina | Largo das Artes
Onde: Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado – Centro
Rio de Janeiro, RJ
Quando: 25 de maio, quarta-feira
Horário: 19:00
Entrada gratuita

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Arte do e-flyer: Frederico Pellachin
Imagem: detalhe da obra (acrílico sobre tela) da artista em residência Silvia Binda Heiserova

#temerjamais