Horizonte Indelével com Lilian Soares

Acontece
Quinta, 07.07.2016

Na próxima quinta-feira, dia 7 de julho, às 10hs, Despina | Largo das Artes recebe a defesa da pesquisa teórico-prática de doutorado da artista Lilian Soares, integrante do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais / PPGAV-UFRJ na linha de Poéticas Interdisciplinares, com a exposição e apresentação do trabalho HORIZONTE INDELÉVEL. A defesa contará ainda com a participação do orientador Carlos Alberto Murad, os artistas e professores externos da UERJ Leila Danzinger e Malu Fatoreli e os artistas e professores membros do programa da UFRJ, Leonardo Ventapane e Doris Kominsky, que irão compor a banca avaliadora.

A artista, que ocupa um ateliê na Despina | Largo das Artes, é natural de Recife, Pernambuco. Vive no Rio de Janeiro, mas retorna regularmente a João Pessoa para reencontrar e filmar sua avó materna. É a partir destas visitas e da revelação das ausências de memória cada vez mais frequentes de Maria Lúcia, que artista encontra o ponto de partida para seu processo criativo. Este nasce em um diálogo entre elas, que se inicia por palavras, e vai se tornando cada vez mais incógnito. Seu projeto é mediado por desenho, fotografia, performance e vídeo, abordando questões relativas à construção de espaços poéticos, memória, narrativa e apagamento.

HORIZONTE INDELÉVEL está na linha traçada, apagada, repetida que Lilian Soares produz. Suas fábulas confundem-se de forma delicada com a própria materialidade da obra, em um emaranhado poético quase indistinguível, construído em meio a um espaço que é lacunar. Soares entrelaça sua produção textual com a produção de vestígios que exploram um certo estado de partida, que a existência parece carregar. “Contaminados por este estado de deriva, os trabalhos se mostram como um pequeno esquema de navegação do ‘perder-se’. É como uma espécie de navegar às avessas, ou como seguir uma bússola em que ponteiros se dirigem simultaneamente para norte e sul. Mas como seria este espaço do perder-se?” – provoca a artista. Sem algo definitivo, os trabalhos vão abrindo caminhos e compondo uma infinidade de trajetórias que a busca produz. Como resultado desta experiência que não se fixa e nenhum mapa pode abarcar, restam apenas vestígios, fragmentos entre o real e a imaginação.

O projeto, que foi contemplado com a bolsa CAPES e bolsa FAPERJ, teve parte dos trabalhos selecionados para exposições coletivas nacionais e internacionais, além de artigos que fazem parte do corpo da tese, publicados e apresentados em seminários no Brasil e no exterior. Mas, pela primeira vez, o corpo do projeto será exposto em conjunto e acompanhado pela fala da artista que apresentará seu processo criativo.

por Claudia Elias