Senado Tomado #7

Sexta, 26.06.2019

Convidamos todxs para mais uma noite de ateliês abertos na Despina – SENADO TOMADO #7 – que acontece nesta sexta-feira, dia 26 de abril, a partir das 19 horas.

A programação desta edição reúne uma mostra especial com os trabalhos desenvolvidos por Gunga Guerra, Mariana Magalhães Costa, Natalia Ocerin Gomis e Robert Fraher, artistas que participam de mais um ciclo do Programa de Residências Despina.

Nossos agradecimentos especiais aos curadores Victor Gorgulho e Ulisses Carrilho, que acompanharam xs artistas durante seus processos.

Esperamos vocês!

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SERVIÇO
Senado Tomado #7
Quando: sexta, 26 de abril
Horário: a partir das 19 hs
Onde: Despina
Rua do Senado, 271 – Centro
Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

Cine Clube Depina apresenta: “A poeira não quer sair do esqueleto” e “Perpétuo”

Quinta, 11.04.2019

Convidamos todxs para a próxima edição do Cine Clube Despina, em dose dupla!

Vamos exibir os filmes “A poeira não quer sair do esqueleto”, de Daniel Santiso e Max Willa Morais, e “Perpétuo”, de Lorran Dias, seguidos de conversa com os realizadores.

No documentário “A poeira não quer sair do esqueleto”, primeiro filme da dupla, os diretores ouviram relatos de quatro habitantes do estado do Rio de Janeiro que foram afetados pelas remoções da comunidade do Metrô-Mangueira. Essas narrativas surgem do encontro com as imagens da remoção da comunidade do Esqueleto, naquele mesmo lugar cinco décadas antes.

“Perpétuo” é a primeira ficção dirigida e escrita por Lorran Dias, na qual um jovem casal volta a morar junto em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A partir do contato com vizinhos e familiares, costuram memórias às suas narrativas e constroem um retorno. “Tá sabendo a história do furacão?”

Classificação indicativa: 12 anos

Serviço
Cine Clube Despina: “A poeira não quer sair do esqueleto”, de Daniel Santiso e Max Willa Morais, e “Perpétuo”, de Lorran Dias + roda de conversa com os diretores.
Quando: Quinta-feira, 11 de abril
Horário: 19h30
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Entrada gratuita

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A POEIRA NÃO QUER SAIR DO ESQUELETO

Ano: 2018
Estado de produção: RJ
Município de produção: Rio de Janeiro
Nome do diretor(a): Daniel Santiso e Max William Morais
Categoria: documentário
Formato de exibição: MOV H264/ DCP
Som: stereo
Janela: 1,78 (16:9)
Duração: 20′

Ficha técnica
Roteiro: Daniel Santiso e Max Willa Morais
Direção: Daniel Santiso e Max Willa Morais
Produtor ou empresa produtora: Edital Elipse- Fundação CESGRANRIO
Produtor executivo: Daniel Santiso e Max Willa Morais
Direção de fotografia: Natália Alvim
Montagem: Daniel Santiso e Laís Lifschitz
Trilha: As rosas não falam – Cartola
Som direto: Artur Seidel e Igor Leite
Edição de som: Victor Oliver
Direção de arte: Daniel Santiso e Max Willa Morais
Elenco: Maria Dalva, Elizangela Roberta, Luís Oliveira, Fuscão Preto e Walbi Ferreira

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PERPÉTUO

Direção: Lorran Dias, ficção, 24min, Nova Iguaçu/RJ, 2018
Silvia e Alex voltam a morar juntos. Vida em movimento.

Ficha técnica
Elenco: Rainha Timbuca, Gustavo Dias, Edna Toledo, Elvecio Martins, Kesia de Farias e Marilda Batista
Assistente de Direção: Yaminaah Abayomi, Gabriela Amadei
Produção Executiva: Gabriela Amadei
Produção: Daniele Araujo
Assistente de Produção: Bruno Dionizyus
Direção de Fotografia: Suelen Menezes
Assistente de Fotografia: Paula Ortiz, Thiago Camárgo, Wallace Mugica, Roberto Sprinter
Direção de Arte, produção de arte, costura, e figurino: Max Willa Morais
Assistente de Arte: Guilherme Sanva
Hairstyle: Karla Raymundo
Costura: Aline Besouro
Som: Isabela Godoi
Microfonista: Thamires Selvática
Maquinária: Wallace Mugica
Elétrica: Anderson Martins
edição e Montagem: Clarissa Ribeiro e Lorran Dias
Original Soundtrack: Jhonatta Vicente / Podeserdesligado
Edição de som: Raquel Lazaro e Victor Oliver
Correção de Cor: Paulo Carou/Link Digital
legendas: Amanda Marques
Ilustrações: Max Willa Morais

Senado Tomado #6

Sexta, 22.03.2019

Convidamos todxs para a nossa noite especial de ateliês abertos, SENADO TOMADO, que acontece na próxima sexta-feira, dia 22 de março, a partir das 19 horas.

A programação desta edição reúne uma mostra especial com os trabalhos desenvolvidos por Philip Boven, Manuel La Rosa e pela dupla Daniel Santiso e Max Willa Morais, artistas que participaram de mais um ciclo Programa de Residências Despina.

Nesta edição vamos contar também com uma performance de Roberta Vaz, artista que participou do nosso programa de residências lá em 2015. Que beleza de reencontro!

E na trilha sonora deluxe xs convidadxs Clarissa Ribeiro, Sabine e Quimera com músicas para dançar e conspirar.

Esperamos vocês!

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SERVIÇO
Senado Tomado #6
Quando: sexta-feira, 22 de março
Horário: a partir das 19 hs
Onde: Despina (
Rua do Senado, 271 – Centro)
Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

Cine Clube Despina apresenta: “Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia”

Quinta, 14.02.2019

ATENÇÃO! Em virtude das chuvas fortes no Rio de Janeiro este evento foi adiado de 7 de fevereiro para o dia 14 de fevereiro (quinta). Esperamos vocês!

“Quem não seguiu o mendigo Joãosinho Beija-Flor”
Reconvexo – Caetano Veloso, 1989

No dia 7 de fevereiro de 1989, a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis entrou na Marquês de Sapucaí, mesmo sob censura da Arquidiocese do Rio de Janeiro, para fazer história no carnaval brasileiro. Com o enredo “Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia”, desenvolvido pelo carnavalesco Joãosinho Trinta, a agremiação da Baixada Fluminense causou um impacto visual e estético que arrebatou a crítica e o público presentes no sambódromo naquela manhã de terça-feira de carnaval.

30 anos depois, o CINE CLUBE DESPINA revisita este desfile com a projeção na íntegra de sua transmissão televisionada pela extinta Rede Manchete, que contava então com um time respeitável de comentaristas: Fernando Pamplona, Haroldo Costa, José Carlos Rêgo, Roberto Barreira e Sérgio Cabral.

Após a sessão, rola uma conversa com a participação dos nossos convidados especiais, a crítica de arte e curadora Daniela Name, o professor e pesquisador da UERJ Felipe Ferreira e o artista visual e curador independente Rafael Bqueer.

Esperamos vocês a partir das 19h30! A projeção terá início pontualmente às 20 horas. Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço. Estamos na Rua do Senado, 271 – Centro.

SOBRE OS CONVIDADOS

DANIELA NAME é curadora e crítica de arte. Doutora em Comunicação e Cultura e mestre em História e Crítica da Arte pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), edita a plataforma colaborativa Caju, com revista digital, cursos e projetos (http://revistacaju.com.br). Foi jurada dos desfiles de escola de samba do Grupo de Acesso, no Rio de Janeiro, no quesito enredo. No momento, realiza a pesquisa para a biografia de Dona Ivone Lara, que será escrita em parceria com Luís Filipe de Lima.

FELIPE FERREIRA é professor associado do Instituto de Artes da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), coordenador do Centro de Referência do Carnaval, jurado do Prêmio Estandarte de Ouro (Jornal O Globo), editor da revista “Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares” e autor de diversos livros sobre o tema carnavalesco.

RAFAEL BQUEER é um artista visual graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Já trabalhou como carnavalesco de escolas de amba em Belém do Pará (2011- 2012) e também como assistente de carnavalescos de escolas de samba do Rio de Janeiro (2014-2015). Atualmente é destaque das escolas de samba Acadêmicos do Cubango e São Clemente; e também é rainha de bateria do bloco “Fala meu Louro”. Trabalha com performance, vídeo e fotografia, entre outras poéticas a partir das investigações sobre corpo, decolonialidade, gênero e sexualidade. Atua também em pesquisas como Drag Queen, por meio de sua persona “Uhura Bqueer” e é curador do espaço independente Caixa Preta – RJ.

SERVIÇO

Cine Clube Despina: “Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia”
(TV Manchete, Brasil, 1989, 100′) + roda de conversa com os convidados Daniela Name, Felipe Ferreira e Rafael Bqueer.
Quando: Quinta-feira, 14 de fevereiro
Horário: 19h30
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Entrada gratuita

Residência Corpos Abertos / Open Bodies Residency 2018

Setembro 2018

A Residência Corpos Abertos (Open Bodies Residency) é um programa especial concebido em conjunto pela Despina e The Fruitmarket Gallery, com o apoio do British Council e do Creative Scotland.

O programa reúne artistas brasileiros e escoceses que trabalham com performance e abordam nas suas práticas questões relacionadas a gênero e/ou sexualidade. O programa é dividido em duas partes. A primeira parte foi uma residência artística que aconteceu na Despina, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018. Os artistas selecionados participaram de uma série de atividades, como conversas públicas, oficinas e evento de ateliê aberto. A segunda parte do programa aconteceu em fevereiro de 2019 durante o programa Open Out da The Fruitmarket Gallery, em Edimburgo, com  novas versões das performances e oficinas apresentadas pelos artistas escoceses no Rio, além da exibição de alguns trabalhos desenvolvidos por todos os artistas durante a residência.

Nesta primeira edição, os artistas selecionados foram Miro Spinelli (Brasil), Vinícius Pinto Rosa (Brasil), Henry McPherson (Escócia) e Stephanie Black-Daniels (Escócia). Durante o mês de setembro de 2018, os quatro artistas ocuparam ateliês de residência na Despina e desenvolveram suas pesquisas e projetos em sintonia com o novo ambiente e com as interlocuções propostas.

SOBRE OS ARTISTAS

miro_thumb

Miro Spinelli vive e trabalha no Rio de Janeiro (RJ). É mestre em Performance pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da UFRJ e atualmente investiga a performance e sua relação com a materialidade, a escrita e a dissidência. Desde 2014 desenvolve o projeto continuado e seriado Gordura Trans, que entre ações, fotografias, textos e instalações, já foi apresentado em diversas cidades brasileiras e no exterior. O projeto já teve a colaboração de artistas como Fernanda Magalhães, Jota Mombaça e Jup Pires.

 

Em 2017 Miro foi contemplado como bolsista, junto à artista Luisa Marinho, para uma residência na Biblioteca Andreas Züst, na Suíça, onde desenvolveram o projeto “Chupim Papers”. Sua produção é atravessada por temas como precariedade, abjeção, decolonialidade, política dos afetos e transgeneridades, tendo como foco o corpo e suas possíveis poéticas e políticas. Mais recentemente, tem se interessado em pesquisar como a performance, a partir de uma conexão radical com a matéria, pode gerar forças despossessivas sobre os sujeitos, criando possíveis contra ontologias.

Texto crítico, por Guilherme Altmayer

O artista Miro Spinelli desenvolve sua pesquisa artística a partir do próprio corpo e dos vestígios por ele deixado para pensar questões como abjeção e precariedade. Na série Gordura Trans, composta de ações performáticas (dezessete performadas até o momento), Miro promove o contato, de seu corpo nu, com diversos tipos de mídias como óleo de soja, graxa, manteiga e dendê. O material utilizado em cada ação é uma escolha política a partir do contexto social e geográfico em que está inserido. Envolto em substâncias oleosas, gordurosas, pegajosas, o artista se movimenta de forma imprevisível, com leveza e dificuldade, fundindo seu corpo ao espaço e estabelecendo uma relação com o público através da troca de olhares.

Nesta residência na Despina, o artista amplia seu campo de investigação, a partir da Gordura Trans (e para além dela), para experimentar o encontro de substâncias, em processos químicos, para a materialização de vestígios para além de seu corpo, porém dele indissociável. Utilizando como base muitos litros de óleo de cozinha de reuso, soda cáustica e água, o artista produz sabão, em grandes quantidades. Nosso senso comum nos faz pensar o sabão como símbolo de limpeza, de higienização. Porém, é com este sabão que o artista invade o espaço expositivo para manchar, sujar e se alastrar pelo cubo branco a partir de uma de suas esquinas. Uma mancha que remete à cor da pele, representativa de muitos tons. Peles que habitam corpos diversos, que provocam repensar discursos binários e higienizantes, borrando fronteiras (e esquinas) e abrindo fendas que dão a ver múltiplos outros lugares possíveis de estar no mundo.

* O curador e pesquisador Guilherme Altmayer acompanhou Miro Spinelli durante a sua residência na Despina.

 

vinicius_thumbVinicius Pinto Rosa vive e trabalha em Niterói (RJ). Atualmente, cursa bacharelado em Artes Visuais na Universidade Federal Fluminense e trabalha como assistente da artista mineira radicada no Rio de Janeiro Laura Lima. Sua prática incorpora questões que atravessam identidades e subjetividades na produção de objetos e instalações, tendo o próprio corpo como potência de imagem e ação, que por sua vez estabelece novas formas de relações, acessos e imagens do mundo e do outro. Realiza sua produção muito influenciado pelo universo de uma marcenaria (onde seu pai trabalha e onde acontece boa parte de sua vivência em ateliê).

Seus trabalhos atingem ao mesmo tempo campos da performance e do design, e questionam as construções, polarizações e linhas de binaridades já estabelecidas. Também revelam um hibridismo e uma multiplicidade de ativações e acessos que o corpo pode criar a partir de uma relação direta com o objeto. “Dispositivos” e “Baseline” são projetos que o artista vem desenvolvendo desde 2014 e que já foram apresentados em diversas galerias e espaços de arte brasileiros.

Texto crítico, por Raphael Fonseca

As práticas escultóricas e suas associações com o corpo humano são alguns dos interesses centrais no percurso recente de Vinícius Pinto Rosa. Com grande habilidade artesanal e experiência com acessórios e joalheira, o artista desenvolve peças usadas tanto para a decoração, quanto para a provocação dos usos normativos do corpo humano. Para essa residência na Despina, ele desenvolveu uma série de novos trabalhos feitos em papel que, içados no teto, anteriormente foram vestidos por sua anatomia e registrados fotograficamente. Nasce com esse registro um personagem entre o humano e pós-humano, pautado na experimentação dos materiais e na fragilidade dessa matéria que é a própria vida.

* O professor e curador Raphael Fonseca acompanhou Vinícius Pinto Rosa durante a sua residência na Despina.

 

henry_thumbHenry McPherson é um artista intermídia que vive e trabalha em Glasgow, Escócia. Sua prática em composição, improvisação e performance está ancorada na produção de partituras musicais mistas, performance planejada, composição em tempo real e prática interdisciplinar e cruzada, por meio da qual ele explora identidades pessoais e coletivas, tradições musicais e performativas. Seu trabalho está centrado no corpo-mente, no objeto-ponto como mediador, no tema da invocação, geração impulsionada, práticas artísticas queer e sustentáveis, ​​e significados de propriedade na improvisação gerada coletivamente.

Henry é membro fundador do coletivo de artes mistas “EAST” (Experimental Artists Social Theatre), da dupla de instrumentistas (piano) “KUI” e do trio de câmara “Savage Parade”. Nos últimos anos, tem colaborado com diversos grupos e artistas, como a BBC Scottish Symphony Orchestra, a BBC Scotland, Martyn Brabbins, o RedNote Ensemble, a Glasgow New Music Expedition, Garth Knox, Zilan Liao e o Ensemble Modern, da Alemanha. É graduado em composição pelo Royal Conservatoire of Scotland e entre os prêmios que recebeu, destacam-se: Dinah Wolfe Memorial Prize for Composition (2014); Scottish Opera’s Opera Sparks Competition (2016); the Patron’s Prize for Composition (2017); the BBC Scottish Symphony Orchestra Composition Club Prize (2017); the Harriet Cohen Memorial Music Award (2018). Também foi indicado para o primeiro Scottish Awards for New Music (2017). Residências que participou como bolsista incluem: Banff Centre for the Arts and Creativiy (CA, Alberta, The Creative Gesture: Collective Composition Lab for Music and Dance) e Skammdegi Residency and Festival (IS, Olafsfjördur).

Texto crítico, por Raphael Fonseca*

Musicista de formação, as experiências de Henry McPherson no campo das artes visuais costumam ter o som como ponto de partida. Práticas experimentais com instrumentos clássicos, edições de som com tempo extendido e cruzamentos entre a sala de concerta e o cubo branco tem interessado o jovem artista. Para a residência na Despina, ele realizou uma série de gravações dos sons de diferentes ambientes no Rio de Janeiro que são associados às culturas queer. Bares, pontos da prática do cruising, espaços para acolhimento e as ruas da cidade informaram o seu trabalho. Diferentes faixas foram criadas e estas podem ser escutadas individualmente dentro de um dos espaços mais íntimos da Despina – um dos três banheiros.

* O professor e curador Raphael Fonseca acompanhou Henry McPherson durante a sua residência na Despina.

 

stephanie_thumbStephanie Black-Daniels vive e trabalha em Glasgow, Escócia. Passou grande parte da sua infância e adolescência no Oriente Médio, onde iniciou seus estudos. Mais recentemente, completou seu doutorado em Artes Visuais, com especialização em Performance, na The Glasgow School of Art. Desde 2010, tem excursionado por festivais e galerias no Reino Unido, Alemanha, Lituânia, Finlândia e Estados Unidos. Em 2011, recebeu o Prêmio Athena pela New Moves International e National Review of Live Art, Glasgow. Stephanie foi orientada pela pioneira de “King Drag”, Diane Torr (1948 – 2017).

A sua minuciosa prática como moderadora de oficinas é vital para a maneira como faz, pesquisa e produz novos trabalhos. Seu mais recente workshop aconteceu no Glasgow Sculpture Studios, onde explorou a relação entre objeto e corpo através da performance. Stephanie está interessada em como um objeto pode mudar a sua interação e intimidade com os outros, criando pontuações visuais e poéticas que agem como uma chave dramatúrgica para o desenvolvimento narrativo de uma performance. Seu trabalho situa-se entre uma prática física e escultórica, cujos resultados performativos (ao vivo e documentados) combinam som, movimento, imagem, objeto, luz e vestuário. O seu comprometimento com a performance acontece a partir de um desejo de explorar a relação entre corpo e espaço, especialmente em torno do gênero e da sexualidade. Ela usa o corpo como uma ferramenta de medição e está interessada no “corpo estendido” e no “corpo como objeto” para trazer à tona questões em torno do “eu”, “o outro” e “o teatral”.

Texto crítico, por Guilherme Altmayer

A artista escocesa Stephanie Black-Daniels vem desenvolvendo sua pesquisa artística para pensar formas de expandir o corpo feminino a partir da criação de esculturas e dispositivos como vestimentas do corpo. Através destes dispositivos, a artista, em suas ações performáticas, busca explorar os limites do próprio corpo para pensar na fragilidade das relações entre corpo e espaço e suscitar questões de gênero e sexualidade a partir da fragilidade, castidade, sensualidade e selvageria, disparados através de suas práticas performativas. Sendo sua primeira visita ao Brasil, a artista se mostrou preocupada em escutar e ler o território que habitava, durante sua residência na Despina, e para tal, promoveu quatro oficinas-encontro denominados “Performando Mulheres na Cidade”, através de convocatória aberta apenas para mulheres e mulheres trans. A partir de propostas em torno de temas como rituais e selvageria, identidade e superfície, ritmos e sexualidade, os encontros, com duração de sete horas, se deram de forma individualizada com as quatro artistas participantes, garantindo intimidade para uma intensa troca de experiências, conhecimentos locais e de território e práticas performáticas. Conformaram-se aqui redes transatlânticas de alianças, de cumplicidades estético-políticas entre estranhamentos e afinidades de corpos e territórios expandidos.

* O curador e pesquisador Guilherme Altmayer acompanhou Stephanie Black-Daniels durante a sua residência na Despina.

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Galeria de Fotos I (navegue pelas setas na horizontal)
Processos, oficinas, evento de ateliês abertos (Despina, setembro 2018)
Fotos: Frederico Pellachin

Galeria de Fotos II (navegue pelas setas na horizontal)
Obras realizadas/apresentadas pelxs artistas  (Despina, setembro 2018)
Fotos: Frederico Pellachin

Galeria de Fotos III (navegue pelas setas na horizontal)
Programa Open Out (The Fruitmarket Gallery, fevereiro 2019)
Fotos: Chris Scott

Residência Corpos Abertos 2018

Um projeto
Despina
The Fruitmarket Gallery

Apoio
British Council
Creative Scotland

Concepção e Coordenação do Projeto
Consuelo Bassanesi
Iain Morrison

Comunicação, Produção e Documentação
Frederico Pellachin

Interlocução Curatotial
Guilherme Altmayer
Raphael Fonseca

Gestão Financeira e Jurídica
Clarice Corrêa

Agradecimentos
Alexandre de Oliveira, Iain Morrison & The Fruitmarket Gallery, British Council, Creative Scotland, Ricardo Kelsch, Jak Soroka, Hanna Tuulikki, Raphael Fonseca, Guilherme Altmayer, Lorena Pazzanese, Maíra Barillo, Maria Clara Contrucci, Manuela Maria, Paula Villa Nova, Marcelo Sant’Anna e Tetsuya Maruyama.

 

 

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Festival TransArte 2018

O Festival TransArte 2018 é um festival multilinguagem que aborda as questões de gênero e sexualidade com foco principalmente na questão da transexualidade. Ele acontece entre os dias 6 e 9 de dezembro na Despina (Rua do Senado, 271 – Centro), com uma programação que reúne exposições, filmes, espetáculos teatrais, performances e apresentações musicais.

Nos anos de 2016 e 2017, o Festival TransArte realizou a sua primeira e segunda edições no Rio de Janeiro (com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura) e em Belo Horizonte (com patrocínio do edital de ocupação da Funarte). Nas duas últimas edições reuniu mais de 100 grupos e 200 artistas da cena LGBTQ+.

Este ano, em sua terceira edição, retorna ao Rio de Janeiro, com patrocínio do Fundo Elas e do Programa Pontes da OI, compondo uma ficha técnica de 80% de pessoas trans.

PROGRAMAÇÃO – GRATUITA

? DIA 01 – 06 de dezembro (Quinta-Feira)
17h – Exposição Transolhar (fica aberta a visitação durante todo o Festival)
18h – Mostra de Curtas
19h – Exibição: Br 3 e TransBaixada
20h – Espetáculo: “Monstro, Prostituta, Bichinha – Sonhos de Waldirene”
21h – Special Set Pamela Beli

? Dia 02 – 07 de dezembro (Sexta-Feira)
17h – Exposição Transolhar (fica aberta a visitação durante todo o Festival)
18h – Mostra Multilinguas
20h – Show Solo com Natalia Carrera

? Dia 03 – 08 de dezembro (Sábado)
17h – Exposição Transolhar (fica aberta a visitação durante todo o Festival)
18h – Mostra de Curtas
19:00h – Exibição: Jéssika – longa
20h – Espetáculo Bird
21h – Special Set Pamela Beli

? Dia 04 – 09 de dezembro (Domingo)
17h – Exposição Transolhar (fica aberta a visitação durante todo o Festival)
17:30 -Mesa sobre Representatividade: Kit + Dandara + Juliah
18:30 – Exibição: Preciso Dizer que Te Amo – longa metragem
20h – Espetáculo da Residência Artística TransArte Rio x Londres
21h – Special Set Pamela Beli

Senado Tomado #5

Quarta, 28.11.2018

Convidamos todxs para o último Senado Tomado do ano, que acontece na próxima quarta-feira, dia 28 de novembro, na Despina.

2018 foi dureza, mas terminamos como começamos: na luta e na labuta pelo fortalecimento da arte e da cultura nesta terra em transe. Entre o esgotamento e o devir, saudações a quem tem coragem. Avante e juntxs!

A programação dessa edição reúne uma mostra especial com os trabalhos desenvolvidos pelos artistas em residência Amina McConvell (Austrália) e a dupla Chloë Lum & Yannick Desranleau (Canadá).

Na sacada do nosso sobrado, inauguramos uma faixa que é um norte para os atravessamentos futuros e também uma declaração de resistência.

E por que a alegria é a prova dos nove, convidamos a artista e professora Dani Mattos para uma segunda edição (e com novo repertório) do seu projeto “Algo de Fatal – Dani Mattos canta Gal com Marcelo Figueiredo” e a equipe “Faixa Rosa”, um grupo de Dj’s LGBTs / mulheres de favela ritmado por Dj TERTU, artista, produtora de funk e pesquisadora do Crias-UERJ. Para este set especial, xs convidadxs são DJ MALARIA e DJ RAMON CARVALHO.

Esperamos vocês!

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SERVIÇO
Senado Tomado #5
Quando: quarta, 28 de novembro
Horário: a partir das 19 hs
Onde: Despina
Rua do Senado, 271 – Centro
Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

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Chloë Lum e Yannick Desranleau foram comissionados com uma bolsa integral para participar do nosso programa de residências, em uma parceria com a Diagonale e o Conseil des arts de Montréal. Já a residência de Amina McConvell contou com o suporte do Australia Council for the Arts.

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Galeria de fotos (navegue pelas setas na horizontal)
por Frederico Pellachin

Cine Clube Despina recebe Distruktur

Quinta, 18.10.2018

Cine Clube Despina tem o prazer de receber Distruktur (Melissa Dullius & Gustavo Jahn) para uma sessão de quatro filmes realizados entre 2006 e 2018: “Éternau”, “Triangulum”, “No coração do viajante” e “El Meraya”, este último inédito no Rio.

A dupla vive em Berlim há mais de uma década e está no Brasil pelos próximos meses exibindo trabalhos e coordenando oficinas de cinema analógico. Após a sessão, o curador e pesquisador Victor Gorgulho irá mediar uma conversa com os realizadores e o público.

Esperamos todxs no dia 18 de outubro, quinta-feira, a partir das 19 horas. A projeção acontece em dois blocos e terá início pontualmente às 20 horas. Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço.

#elenão

(((( BLOCO 1 ))))

EL MERAYA
Egito/Brasil/Alemanha, 2018, cor/P&B, sonoro, 19min, 16mm transf. para vídeo
A máquina do tempo funciona sobrepondo enigmas, materializando o passado e projetando o futuro. Todas as imagens, anteriores e posteriores, encontram-se para sempre impressas, como os fotogramas em um rolo de filme.

NO CORAÇÃO DO VIAJANTE
Lituânia/Alemanha/Brasil, 2013, cor, sonoro, 20min, 16mm transf. para vídeo
Um viajante que leva consigo apenas o necessário adentra uma paisagem desconhecida onde é assombrado pela solidão e pela natureza selvagem. O seu duplo, o guardião do seu coração, acabará por destruí-lo ao fundir-se com ele. (Projeto comissionado pelo Contemporary Art Centre Vilnius, com o apoio da Nida Art Colony e do Goethe-Institut-Vilnius. Estreou em abril de 2013 na forma de instalação, uma projeção dupla, na exposição Ritual Room, no CAC Vilnius).

(((( BLOCO 2 ))))

TRIANGULUM
Egito/Alemanha/Brasil, 2008, cor/P&B, sonoro, 22min,16mm transf. para vídeo
Um trio à beira do abismo encontra o destino, personificado em uma jovem mulher. São transportados para uma metrópole oriental onde o acaso irá conduzir cada um deles para uma jornada pessoal. Em movimento perpétuo, paranoicos, eles avançam em busca do equilíbrio.

ÉTERNAU
Brasil, 2006, cor, sonoro, 21min,16mm transf. para vídeo
Viajando por terra, mar e através do espaço-tempo em busca de riquezas e belezas, os extravagantes Arqueólogos Mercenários invadiram os limites do jardim ancestral, causando o descompasso do céu e do mar.

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SOBRE OS REALIZADORES

MELISSA DULLIUS (Porto Alegre, 1981) & GUSTAVO JAHN (Florianópolis, 1980) vivem e trabalham em Berlim desde 2006. Juntos formam DISTRUKTUR. Movendo-se através das fronteiras entre arte e cinema, experimental e narrativo, fotografia e imagem em movimento, Melissa e Gustavo exploram diferentes níveis da experiência sensorial e intelectual. Desestabilizam as noções do real e do imaginário ao mesmo tempo em que fundem as camadas de passado, presente e futuro. Deslocamento e transposição acontecem aqui como estratégias para produzir transformações, e as narrativas instáveis a que dão vazão sugerem que há muitas outras maneiras de comunicação além das normalmente conhecidas. Combinando ficção com arquivo pessoal, os trabalhos da dupla fazem abrir um baú pessoal e coletivo, onde se encontram e reorganizam fantasticamente símbolos de diversas eras e lugares, denotando as veias profundas que unem os indivíduos e as culturas que os formam. Começaram a fazer filmes em Porto Alegre no ano 2000, primeiro em Super 8 e depois em 16mm. Depois de mudarem-se para Berlim, juntam-se ao grupo fundador do coletivo LaborBerlin e.V. e passam a incorporar práticas experimentais de filmagem e revelação analógicas ao seu processo criativo. Além de conceber e produzir imagens em movimento também trabalham como atores, músicos e técnicos de laboratório de cinema, realizando grande parte da pós-produção dos seus filmes. Seus trabalhos tomam forma como filmes, instalações, filmes-performance, fotografias, textos e impressos. Nos últimos anos participaram de festivais como Berlinale, Torino Film Festival, Mostra Internacional de Cinema de SP, Videobrasil, Melbourne IFF, e em instituições de arte como Berlinische Galerie, Contemporary Art Centre Vilnius, CCBB-Rio, Paço das Artes-SP e SESC Belenzinho, onde participam da exposição coletiva “Via Aérea”, em cartaz até 2 de dezembro desse ano.

MAIS INFORMAÇÕES
www.distruktur.com

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SERVIÇO
Cine Clube Despina recebe Distruktur
Quando: quinta-feira, 18 de outubro
Onde: Despina (Rua do Senado, 271 – Centro)
Horário: a partir das 19 horas
Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço

CRÉDITO DA IMAGEM
Still do filme “El Meraya” (2018)

The Art Of English – aulas particulares para artistas, etc. desenrolarem seu inglês

Estão abertas as inscrições para novos ciclos de aulas do curso “The Art Of English” – aulas particulares para artistas, etc. desenrolarem seu inglês – com o professor Frederico Pellachin.

As aulas têm duração de 1 hora e acontecem na Despina – ou em local de preferência do(a) aluno(a), em dias e horários a serem combinados entre as partes. A metodologia das aulas irá variar de acordo com o nível de fluência do(a) aluno(a). No entanto, a abordagem será preferencialmente conversacional, com discussões focadas em tópicos do campo artístico e assuntos da atualidade. Esta abordagem também irá valorizar simultaneamente a leitura de textos críticos, exercícios de escuta e escrita, desenvolvimento de vocabulário, além da correção de erros gramaticais mais comuns. Imersão preparatória para provas de mestrado ou doutorado pode ser priorizada, de acordo com a necessidade. O material é diversificado e está incluso no valor da mensalidade, que tem duas opções de valores: 450 reais (8 aulas por mês, 2 x por semana) ou 250 reais (4 aulas por mês, 1 x por semana). Interessados(as) favor enviar uma mensagem de whatsapp ou ligar diretamente para o professor no telefone: +55 21 98336 1984

Frederico Pellachin é Arte-Educador formado pela Fundação Bienal de São Paulo (1998) e Bacharel em Comunicação Social graduado pela Unesp – Universidade Estadual Paulista (Bauru, 1994 -1998). Diplomado em Inglês pelo London Institute of Technology and English (Londres, 2004 -2006), trabalha há 6 anos na Despina como Gestor Cultural, Coordenador de Comunicação e do Programa Internacional de Residências, que já recebeu mais de 100 artistas visuais de diversas partes do mundo.

Senado Tomado #4 (Especial – Residência Corpos Abertos / Open Bodies Residency)

Quinta, 27.09.2018

Nesta quinta-feira, dia 27 de setembro, abrimos a Despina a partir das 19 horas para mais um “Senado Tomado”, nosso evento mensal de ateliês abertos. Esta edição será especial, pois marca o encerramento das residências de Miro Spinelli (RJ, Brasil), Vinicius Pinto Rosa (RJ, Brasil), Henry McPherson (Escócia, Reino Unido) e Stephanie Black-Daniels (Escócia, Reino Unido).

Selecionad_s para a Residência Corpos Abertos (Open Bodies Residency) – um programa concebido em conjunto pela DespinaThe Fruitmarket Gallery, com o apoio do British Council e do Creative Scotland -, _s quatro artistas ocuparam nossos ateliês durante o mês de setembro e desenvolveram suas pesquisas e projetos em sintonia com o novo ambiente e com as interlocuções propostas.

Nesta mesma noite, também iremos exibir, pela primeira vez no Brasil, o filme “SING SIGN: A CLOSE DUET” (2015), da artista e musicista anglo-finlandesa Hanna Tuulikki, além de registros em vídeo da performance “ACTS OF SELF-LOVE”, d_ artista escocês Jak Soroka.

E nas carrapetas, Fina Estirpe DJ Ensemble com uma discotecagem de classe, provocativa e dançante.

Esperamos vocês! A Despina fica na Rua do Senado, 271 (Centro). Entrada gratuita.

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SOBRE _S ARTISTAS RESIDENTES

MIRO SPINELLI vive e trabalha no Rio de Janeiro. É mestre em Performance pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da UFRJ e atualmente investiga a performance e sua relação com a materialidade, a escrita e a dissidência. Desde 2014 desenvolve o projeto continuado e seriado Gordura Trans, que entre ações, fotografias, textos e instalações, já foi apresentado em diversas cidades brasileiras e no exterior. O projeto já teve a colaboração de artistas como Fernanda Magalhães, Jota Mombaça e Jup Pires. Em 2017 Miro foi contemplado como bolsista, junto à artista Luisa Marinho, para uma residência na Biblioteca Andreas Züst, na Suíça, onde desenvolveram o projeto “Chupim Papers”. Sua produção é atravessada por temas como precariedade, abjeção, decolonialidade, política dos afetos e transgeneridades, tendo como foco o corpo e suas possíveis poéticas e políticas. Mais recentemente, tem se interessado em pesquisar como a performance, a partir de uma conexão radical com a matéria, pode gerar forças despossessivas sobre os sujeitos, criando possíveis contra ontologias.

VINÍCIUS PINTO ROSA vive e trabalha em Niterói (RJ). Atualmente, cursa bacharelado em Artes Visuais na Universidade Federal Fluminense e trabalha como assistente da artista mineira radicada no Rio de Janeiro Laura Lima. Sua prática incorpora questões que atravessam identidades e subjetividades na produção de objetos e instalações, tendo o próprio corpo como potência de imagem e ação, que por sua vez estabelece novas formas de relações, acessos e imagens do mundo e do outro. Realiza sua produção muito influenciado pelo universo de uma marcenaria (onde seu pai trabalha e onde acontece boa parte de sua vivência em ateliê). Seus trabalhos atingem ao mesmo tempo campos da performance e do design, e questionam as construções, polarizações e linhas de binaridades já estabelecidas. Também revelam um hibridismo e uma multiplicidade de ativações e acessos que o corpo pode criar a partir de uma relação direta com o objeto. “Dispositivos” e “Baseline” são projetos que o artista vem desenvolvendo desde 2014 e que já foram apresentados em diversas galerias e espaços de arte brasileiros.

HENRY MCPHERSON é um artista intermídia que vive e trabalha em Glasgow, Escócia. Sua prática em composição, improvisação e performance está ancorada na produção de partituras musicais mistas, performance planejada, composição em tempo real e prática interdisciplinar e cruzada, por meio da qual ele explora identidades pessoais e coletivas, tradições musicais e performativas. Seu trabalho está centrado no corpo-mente, no objeto-ponto como mediador, no tema da invocação, geração impulsionada, práticas artísticas queer e sustentáveis, e significados de propriedade na improvisação gerada coletivamente. Henry é membro fundador do coletivo de artes mistas “EAST” (Experimental Artists Social Theatre), da dupla de instrumentistas (piano) “KUI” e do trio de câmara “Savage Parade”. Nos últimos anos, tem colaborado com diversos grupos e artistas, como a BBC Scottish Symphony Orchestra, a BBC Scotland, Martyn Brabbins, o RedNote Ensemble, a Glasgow New Music Expedition, Garth Knox, Zilan Liao e o Ensemble Modern, da Alemanha. É graduado em composição pelo Royal Conservatoire of Scotland e entre os prêmios que recebeu, destacam-se: Dinah Wolfe Memorial Prize for Composition (2014); Scottish Opera’s Opera Sparks Competition (2016); the Patron’s Prize for Composition (2017); the BBC Scottish Symphony Orchestra Composition Club Prize (2017); the Harriet Cohen Memorial Music Award (2018). Também foi indicado para o primeiro Scottish Awards for New Music (2017). Residências que participou como bolsista incluem: Banff Centre for the Arts and Creativiy (CA, Alberta, The Creative Gesture: Collective Composition Lab for Music and Dance) e Skammdegi Residency and Festival (IS, Olafsfjördur).

STEPHANIE BLACK-DANIELS vive e trabalha em Glasgow, Escócia. Passou grande parte da sua infância e adolescência no Oriente Médio, onde iniciou seus estudos. Mais recentemente, completou seu doutorado em Artes Visuais, com especialização em Performance, na The Glasgow School of Art. Desde 2010, tem excursionado por festivais e galerias no Reino Unido, Alemanha, Lituânia, Finlândia e Estados Unidos. Em 2011, recebeu o Prêmio Athena pela New Moves International e National Review of Live Art, Glasgow. Stephanie foi orientada pela pioneira de “King Drag”, Diane Torr (1948 – 2017). A sua minuciosa prática como moderadora de oficinas é vital para a maneira como faz, pesquisa e produz novos trabalhos. Seu mais recente workshop aconteceu no Glasgow Sculpture Studios, onde explorou a relação entre objeto e corpo através da performance. Stephanie está interessada em como um objeto pode mudar a sua interação e intimidade com os outros, criando pontuações visuais e poéticas que agem como uma chave dramatúrgica para o desenvolvimento narrativo de uma performance. Seu trabalho situa-se entre uma prática física e escultórica, cujos resultados performativos (ao vivo e documentados) combinam som, movimento, imagem, objeto, luz e vestuário. O seu comprometimento com a performance acontece a partir de um desejo de explorar a relação entre corpo e espaço, especialmente em torno do gênero e da sexualidade. Ela usa o corpo como uma ferramenta de medição e está interessada no “corpo estendido” e no “corpo como objeto” para trazer à tona questões em torno do “eu”, “o outro” e “o teatral”.

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SOBRE OS FILMES

“SING SIGN: A CLOSE DUET” (Hanna Tuulikki, 2015) é uma suíte vocal e gestual criada em resposta ao mundo particular das históricas “closes” de Edimburgo – pequenas ruelas que desembocam nos dois lados da Royal Mile (que compreende a principal via do centro histórico da cidade). Abrigados no espaço confinado de um “close”, Tuulikki e seu colaborador Daniel Padden encenam um encontro enigmático: um diálogo sem palavras conduzido inteiramente por meio de gestos e canções. Inspirado na suíte de dança barroca, um mapa de ruas de 1765 fornece uma trilha sonora visual. A composição vocal, dividida em quatro movimentos – Allemande, Courante, Sarabande e Gigue – assume a forma de um “hocket” (um dispositivo musical onde a melodia é dividida entre duas vozes), com as partes divididas entre os cantores de acordo com a ramificação dos “closes” na rua principal. Onde Tuulikki alcança as notas mais baixas de seu registro vocal, Padden canta no seu registro mais alto, cada um minando personagens vocais normativos de gênero para encontrar um espaço tonal comum entre eles. A coreografia soletra os nomes das ruas na língua britânica de sinais, no gesto da mão mimética e na linguagem corporal exagerada. Apesar da completa ausência de palavras sonoras, no centro do trabalho está uma reflexão incorporada sobre a linguagem e como as línguas às quais temos acesso moldam a experiência do mundo ao nosso redor.

ACTS OF SELF-LOVE (Jak Soroka, 2016) é uma performance de quatro horas de preparação e de desfile em passarela, na qual Soroka exibe uma variedade de “eus” ao longo de um espectro de expressão de gênero. Ao dispor atos sexuais ao vivo ao lado de selfies escatológicas, “Acts of Self-Love” explora a ficção da identidade e a realidade do corpo. Performance apresentada no The Arches, em Glasgow; New Now Festival, em Amsterdã e Basileia; e Buzzcut 2016.

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RESIDÊNCIA CORPOS ABERTOS 2018
OPEN BODIES RESIDENCY 2018

Um projeto
Despina
The Fruitmarket Gallery

Apoio
British Council
Creative Scotland

Concepção e Coordenação do Projeto
Consuelo Bassanesi
Iain Morrison

Comunicação, Produção e Documentação
Frederico Pellachin

Interlocução Curatotial
Guilherme Altmayer
Raphael Fonseca

Gestão Financeira e Jurídica
Clarice Corrêa

 

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