Sarah Knill-Jones

Sarah Knill-Jones
01.09.2017 - 31.10.2017

Nascida em Londres (Reino Unido), graduada pela Glasgow School of Art e mestra pela University of the Arts London.

Dentre as exposições individuais que participou, destacam-se: “Dis-Appearing Woman“, Baku MoMa (2015) e “Perceptions at the Centre for Contemporary Art“, Baku (2010). Exposições coletivas incluem “This Year’s Model“, Studio 1.1, Londres (2017); “Editions“, Tripp Gallery, Londres (2016); “Threadneedle Exhibition“, Mall Galleries, Londres (2013); “Caspiy“, Caspian Biennale Convention, Centre of Contemporary Art, Baku (2012); “WMD Weapons of Mass Destruction“, MiM Center of Contemporary Art, Baku (2011).

A prática de Knill-Jones está enredada na exploração da pintura como um meio relevante em um mundo cada vez mais tecnológico. Seus experimentos são imprevisíveis e se deslocam entre o etéreo e o concreto. Nesta trama, vem a tona a questão do valor do original frente aos processos de cópia e desmonte.

Enquanto viveu no Azerbaijão por quase cinco anos, o contexto político teve um impacto significativo no desenvolvimento de seu trabalho – refletido no projeto “Dis-Appearing Woman“. Recém-chegada ao Brasil – onde passará a viver com sua família -, a artista acredita que a sua participação no Programa de Residências Despina, bem como todo o processo de deslocamento e a nova geografia, irão desafiar a sua prática, tanto literal quanto metaforicamente.

Mais informações
Email: sknill-jones@live.fr
www.sarahknill-jones.co.uk
Instagram: houdojnik

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em breve

Mariela Scafati

Mariela Scafati
01.08.2017 - 30.09.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Nasceu em Olivos, Argentina. Vive e trabalha em Buenos Aires. Estudou Artes Visuais na E.S.A.V. Bahia Blanca e participou das oficinas de Tulio de Sagastizábal, Pablo Suárez e Guillermo Kuitca. Considerada uma das mais importantes artistas argentinas de sua geração, seu trabalho faz parte de coleções importantes, como a coleção permanente do Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires). Desde 2010, Scafati é uma agente da C.I.A – Centro de Investigação Artística. Scafati também tem participado de vários projetos coletivos e colaborativos ligados à serigrafia, educação, rádio e teatro.

Em 2002, ela co-fundou a T.P.S. * – “Taller Popular Serigrafía”. Desde 2007, ela é membro de “Serigrafistas Queer” **. Fez parte da equipe da Galeria Belleza y Felicidad, foi fundadora do Proyecto Secundario Liliana Maresca, na Escuela Secundaria Nº349 Artes Visuales, Fiorito, Lomas  de Zamora. Também coordenou uma oficina de serigrafia para a Cooperativa y Editorial Eloísa Cartonera e participou de várias intervenções da “Brigada Argentina por Dilma”, com Roberto Jacoby, na Bienal de São Paulo em 2009.

Em 1998, ela participou da exposição coletiva “Três Paredes”. Em 2000, realizou sua primeira exposição individual “Pinturas e parede.” Em seguida, “Show Me Your Pink (2001)” na Galeria Bis, Rosario, Santa Fé; “He venido para decirte que me voy” (2001); “Mariam Traoré” (2004) e “Scafati, un cuadro” (2005), todas na Galeria Belleza y Felicidad, Buenos Aires; “Pintura gustosa” (2001), na Casona de Los Olivera, Buenos Aires; “Sos un sueño” (2009), na Galeria Abate, Buenos Aires; “¡Teléfono! en diálogo con Lidy Prati” (2009), no CCBorges, Buenos Aires; “Windows” (2011), na Galeria Abate, Buenos Aires; “Ni verdaderas ni falsas” (2013), no Instituto de Investigaciones Gino Germani, Buenos Aires; “Pinturas donde estoy 1998-2013”, na CCRecoleta, Buenos Aires;  “Las palabras vienen después” (2014) na Maria Casado Home Gallery, Buenos Aires e “Las cosas amantes” (2015), junto com Ariadna Pastorini, na Galeria Isla Flotante, Buenos Aires. Ainda este ano, a artista vai apresentar um projeto individual na Art Basel, em Miami (EUA).

Entre as suas experiências ligadas ao teatro, estão as séries Kamishibai, Yotiteretú e uma companhia de fantoches com Fernanda Laguna; além de seu trabalho como cenografista para os biodramas dirigidos por Vivi Tellas, no Museo de la paloma y Las personas, com os funcionários do Teatro San Martin (2014).

A “Taller Popular Serigrafía” (TPS) funcionou em Buenos Aires entre 2002 e 2007. Foi fundada por Scafati e outros artistas em uma das muitas assembleias populares que surgiram a partir da insurreição popular de dezembro de 2001. A partir desse momento, o coletivo passou a intervir no contexto dos movimentos sociais, diretamente na rua, com o objetivo de socializar o processo de produção gráfica, produzindo todos os tipos de vestuário com imagens relacionadas ao clima político de cada evento.

** “Serigrafistas Queer” (SQ), auto-intitulado como um “não-grupo”, nasceu em 2007. O coletivo tem sediado reuniões periódicas em que são pensados e discutidos slogans e screenprints e stencils são montados em varias formatos de impressão para serem usados na Parada do Orgulho LGBT, que é realizada anualmente em diferentes cidades da Argentina. Os materiais produzidos são mantidos e re-utilizados livremente em outras ações.

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, workshops, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2017), o projeto tem como tema o CORPO e se estende de maio a outubro. Mais informações, cobertura completa e galeria de vídeos e fotos, por aqui.

Carlos Martiel

Carlos Martiel
01.08.2017 - 30.09.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Nasceu em Havana, Cuba. Vive e trabalha entre Nova York e Havana. Graduou-se em 2009 pela Academia Nacional de Belas Artes “San Alejandro”, em Havana. Entre os anos 2008-2010, estudou na Cátedra Arte de Conducta, dirigida pela artista cubana Tania Bruguera. Martiel é conhecido por suas ações performáticas viscerais que expõem críticas sobre questões contemporâneas associadas ao seu país de origem e ao resto do mundo. Seu trabalho aborda temas relacionados à injustiça, repressão, discriminação, censura e imigração. Martiel usa seu corpo como um espaço para o discurso, refletindo sobre as relações de poder e o contexto social.

As suas obras foram incluídas na 57ª Bienal de Veneza, na Itália; Bienal de Casablanca, no Marrocos; Bienal “La Otra”, em Bogotá, Colômbia; Bienal de Liverpool, no Reino Unido; Bienal de Pontevedra, em Galiza, Espanha e Bienal de Havana, em Cuba. Já realizou performances no Walker Art Center, Minneapolis, EUA; no Museu de Belas Artes de Houston (MFAH), EUA; no Museu de Arte Contemporânea de Zulia (MACZUL) em Maracaibo, Venezuela; na Padiglione d’Arte Contemporanea, em Milão, Itália; na Robert Miller Gallery, em Nova York, EUA; no Museu Nitsch, em Nápoles, Itália. Também foi contemplado com vários prêmios, incluindo o “Franklin Furnace Fund” em Nova York, EUA, 2016; “Prêmio CIFOS Grants & Commissions Program” em Miami, EUA, 2014; “Arte Laguna” em Veneza, Itália, 2013. Seu trabalho já foi exibido no Museu de Arte Latino-Americana (MOLAA), Long Beach, EUA; Zisa Zona Arti Contemporanee (ZAC), Palermo, Itália; Patricia e Phillip Frost Art Museum, Miami, EUA; Benaki Museum, Atenas, Grécia; Museu Nacional de Belas Artes, Havana, Cuba; Museu Tornielli, Ameno, Itália; Museu Estoniano de Arte e Design, Tallinn, Estônia; Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, Argentina; entre outros.

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, workshops, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2017), o projeto tem como tema o CORPO e se estende de maio a outubro. Mais informações, cobertura completa e galeria de vídeos e fotos, por aqui.

Cristiano Lenhardt

Cristiano Lenhardt
01.08.2017 - 30.09.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Nasceu em Itaara (Rio Grande do Sul) em 1975. Vive e trabalha em Recife, Pernambuco. Formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Santa Maria (1996-2000), participou da Orientação Artística Torreão, em Porto Alegre, de 2001 a 2003. Dentre as exposições individuais que participou, destaque para “O habitante do plano para fora” (2015) e “Litomorfose” (2014), na Galeria Fortes Vilaça, em São Paulo; “Matéria Superordiária Abundante” (2014) e “Planalto” (2013), na Galeria Amparo 60, em Recife; Bienal Naifs do Brasil (2016); 32ª Bienal de São Paulo (2016); “Cruzamentos”, Wexner Center for the Arts, Ohio/EUA (2014); Rumos Visuais Itaú Cultural, São Paulo (2012) e Mythologies – Cité Internationale des Arts, Paris (2011).

Recebeu diversos prêmios nacionais, dentre eles: Bolsa Iberê Camargo – Programa de Artistas Universidad Torcuato Di tella, Buenos Aires, 2011; Prêmio Projéteis da Arte Contemporânea, Funarte, Rio de Janeiro (2008); Prêmio Concurso Videoarte, Fundação Joaquim Nabuco, Recife (2007); SPA das Artes, Recife (2007 e 2004); Bolsa Prêmio do 26º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (2006), entre outros. Também participou de residências artísticas em importantes espaços e instituições como Phosphorus, em São Paulo (2013); Gasworks, em Londres, Reino Unido (2013) e Made in Mirrors Foundation, em Guangzhou, China (2011).

Cristiano tece sua prática artística como um jogo ilusório entre o plano bidimensional e o espaço tridimensional. A partir de vídeos, performances, observações, fotografias, desenhos e gravuras, o artista busca na realidade ordinária e mundana ferramentas para construir uma obra que acontece por atração e transformação dos materiais e símbolos.

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, workshops, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2017), o projeto tem como tema o CORPO e se estende de maio a outubro. Mais informações, cobertura completa e galeria de vídeos e fotos, por aqui.

Alexa Eisner

Alexa Eisner
01.08.2017 - 31.08.2017

Vive e trabalha em São Francisco (EUA). O trabalho de Eisner está centrado na exploração do corpo e do ambiente, com ênfase na construção da identidade e nos limites entre as coisas. Sua intenção é quebrar as barreiras que dividem a ideologia identitária e cultivar conexões através da experiência humana compartilhada. Seu processo é multidisciplinar e incorpora performance, pintura, vídeo, fotografia e instalação.

Graduada em Comunicações pela U.C. Berkeley, com mestrado em Comunicação Retórica pela Universidade Syracuse, Eisner também se dedica à dança contemporânea. Em decorrência de seu projeto de mestrado, que combinou fenomenologia, teoria social e dança, foi realizada uma oficina comunitária como parte de um projeto de residência com a organização Dance Exchange. A artista também já trabalhou como estilista de moda e de objetos de cena para marcas como Apple e Levi’s e desenvolveu projetos de design de interior comerciais e residenciais.

Durante a sua residência na Despina, Eisner desenvolveu uma espécie de escavação ecológica, algo como um ritual de interação com os quatro elementos (água, fogo, terra e água) em busca de uma natureza elementar. Por meio da performance, pintura e instalação – e incorporando superfícies de plástico e vidro -, a intenção da artista foi revelar camadas internas da psiquê e as relações que se podem construir a partir daí com a natureza pura (porém, complexa) dos elementos primordiais.

Mais informações
www.alexaeisner.com

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(por Frederico Pellachin)

Mariana Sameiro

Mariana Sameiro
01.08.2017 - 31.08.2017

Portuguesa, vive e trabalha em Londres. Sameiro é uma artista e designer multidisciplinar, mestra em Comunicação Visual e graduada pelo Royal College of Art (Londres, Reino Unido), onde atualmente é professora visitante.

Sua prática artística investiga a nova época geológica conhecida como “Antropoceno” e o impacto que a humanidade exerce sobre a Terra. O Antropoceno pavimenta um caminho em que um tipo de material híbrido se destaca, por meio da combinação do orgânico e do inorgânico e da justaposição entre o homem e a natureza. Sameiro explora e traduz essas idéias, permitindo que geologia e arqueologia futuras tornem-se narrativas da cultura humana.

Além de sua prática pessoal, ela trabalhou como curadora independente, organizando exposições sobre utopias e distopias, bem como sobre ambientes digitais e físicos. Os shows que organizou ocorreram em Londres, Berlim, Lisboa e Ithaca (Grécia).

Durante a sua residência na Despina, Sameiro buscou nos desastres naturais e nas violações geológicas um ponto de partida para um possível cenário futuro. Um cenário em que novos fósseis surgem como conseqüência do aumento de resíduos. Tomando isso como referência, a artista desenvolveu algumas pesquisas visuais para uma instalação/escultura e alguns objetos. A artista também ministrou um workshop gratuito com os alunos do coral “Uma Só Voz”, no Museu do Amanhã, localizado na região portuária do Rio de Janeiro. Nesta atividade, os participantes puderam conceber objetos em conexão com os “fósseis do futuro” pesquisados pela artista e que ocuparam um espaço no seu ateliê durante a mostra final.

Mais informações
marianasameiro.com
marianasameiro@gmail.com
instagram: marianasameiro
twitter: @MarianaSameiro

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Romy Pocztaruk

Romy Pocztaruk
01.07.2017 - 31.07.2017

Vive e trabalha em Porto Alegre, Brasil.
 É mestre em Poéticas Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Seu trabalho lida com simulações e com a posição a partir da qual o artista interage com diferentes lugares, e com as relações possíveis a partir do cruzamento de diferentes campos e disciplinas (como ciência e comunicação) com o campo da arte, gerando resultados poéticos em diferentes meios e suportes.

Realizou exposições individuais no CDF Centro de Fotografia de Montevideo (2016), Centro Cultural São Paulo (2015), SIM Galeria (2014), Galeria Gestual (2014) e Instituto Goethe de Porto Alegre (2013). Entre as principais mostras coletivas das quais participou estão: Uma coleção particular (2015), Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Telón De Fondo (2015), Backroom Caracas (em colaboraçao com a  Fundação Cisneros), Venezuela; 31ª Bienal de São Paulo (2014); BRICS (2014), Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil; Convite à Viagem – Rumos Artes Visuais (2011-13), Itaú Cultural, São Paulo/Rio de Janeiro/Goiânia, Brasil; 9ª Bienal do Mercosul (2013), Porto Alegre, Brasil; Region 0 – The Latino Video Art Festival of New York (2013), Nova York; 64º Salão Paranaense (2012),  Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, Brasil; Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (2012), Casa das Onze Janelas, Belém do Pará, Brasil; Percursos Simulados (2011), Paço das Artes, São Paulo, Brasil; Simulated Pathways (2011), Skalitzer 140, Berlim, Alemanha.

Também participou de residências no Bronx Museum (Nova York), pela Bolsa Iberê Camargo de residências artísticas; China (Sunhoo Creatives in Residency), Berlim (Takt Kunstprojektraum) e Instituto Sacatar, na Bahia.

Contemplada pelo Prêmio Foco Bradesco ArtRio em 2016 com uma residência na Despina, Romy aproveitou a oportunidade para dar continuidade a um projeto sobre o programa nuclear secreto brasileiro, explorando arquivos históricos e materiais de pesquisa durante a sua estadia na cidade do Rio de Janeiro.

Texto curatorial
por Alexandre Sá

Romy Pocztaruk trava a todo tempo um embate ferrenho com a imagem fotográfica e seu devir de apresentação, representação e paradoxal esvaziamento. Tratam-se de imagens insólitas capturadas através de um processo exaustivo de pesquisa, reinvenção e descoberta de uma história natural, humana e em alguns casos, brasileira. O estranho, entendido neste caso, como familiar, é o processo de reconhecimento atroz que tais imagens produzem no espectador; que por sua vez, termina recebendo-as como uma sinfonia memorial perdida ao longo dos tempos e ao longo de tanto sofrimento público. A relação tensionada com o espaço expositivo termina provocando atmosferas e subcamadas irônicas que empalidecem vagarosamente durante a experiência estética, mergulhando em perversidades mútuas (entre a obra e o espectador) e provavelmente explicitando um devir político que sobra como um refluxo de marés. Para esta mostra, a artista nos surpreende e opta por exibir apenas textos, pequenas reportagens, memórias perdidas quase ficcionais (e não menos verdadeiras) de uma história que talvez tenhamos sidos obrigados a esquecer.

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Ana Zegarra

Ana Zegarra
01.07.2017 - 31.07.2017

Vive e trabalha em Lima, Peru.

Zegarra desenvolve seu trabalho a partir de diferentes meios físicos e materiais, principalmente usando técnicas de gravura e cerâmica. Está interessada em observar o momento em que as coisas mudam e podem entrar em colapso, contraste ou oposição. Uma espécie de jogo com o limite de significado e materialidade das coisas, com a fantasia e a mística, com o “meta-corpóreo”.

Sua prática gira em torno da existência humana e da tendência incerta e mutável que a acompanha. Neste processo, ela procura destacar a fragilidade como característica inerente do indivíduo e também os seus sistemas de crenças, sentimentos, identidades e culturas, evocando o paradoxo e o bizarro. Sem contar na fragilidade do material visto no tempo, criando referências arqueológicas e metáforas na fusão corpo-território.

Durante a sua residência na Despina, Zegarra concebeu uma série de “objetos-ruínas”. Neste processo, a artista explorou desde as formas primitivas até a cerâmica (e sua fusão com a paisagem), tendo em vista a passagem do tempo e o poder da natureza sobre as criações humanas.

Mais informações
www.anazegarra.com
www.anazegarraartwork.tumblr.com
instagram: @satrina_

Texto curatorial
por Alexandre Sá

Ana Zegarra preocupa-se com as relações já conhecidas e historicamente solidificadas entre a arte e a natureza (e vice-versa). Embora seja possível detectar elementos e posturas surrealistas nas formas informes que são erigidas, o corpo e a memória do corpo surgem como um manancial profícuo para a sua pesquisa visual. Tratam-se de objetos, pequenos recortes, instantes frágeis de captura utópica de uma corporeidade que é instaurada muito mais pelo olhar que especificamente pelo seu devir tátil. Como se fosse possível devolver a uma figuração perdida índices de paisagem que foram descobertos a partir do corpo (seu e dx outrx) em uma disposição de elementos simbólicos que evanescem a  proposição simbólica que talvez os componha, eliminando seu desejo de experimentação e interação para mergulhar na construção inconsciente de uma paisagem outra, composta por um tipo de observação extremamente delicada e não menos rigorosa.

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Shachaf Predilailo

Shachaf Predilailo
01.07.2017 - 31.07.2017

Vive e trabalha em Tel Aviv (Israel). Graduada pela Bezalel Academy of Art and Design (Jerusalém), com especialização em cerâmica e design de vidro.

Após um período dedicado a materiais mais tradicionais como vidro e cerâmica, Predilailo agora se volta para materiais mais efêmeros e transitórios como papel e sal. Durante a sua residência na Despina, a artista buscou inspiração na quantidade vertiginosa de materiais disponíveis na região comercial que circunda o ateliê.  Sua intenção, neste processo, foi experimentar pesquisas e criar um mapeamento subjetivo dos ambientes conduzidos por seu próprio ponto de vista e experiência.

Mais informações:
www.shahafpredilailo.crevado.com
shachafp@gmail.com

Texto curatorial
por Alexandre Sá

Shahaf Predilailo é uma artista que discute as relações físicas do trabalho com o espaço arquitetônico (entendido inclusive, em seu manancial humano). Se a princípio, as relações site specific podem parecer obsoletas, o que surge neste caso é um giro dentro dessa lógica, onde a forma passa a ser um elemento quase alegórico para um conjunto de processos, andanças, deambulações e observações muito apuradas sobre o entorno e a paisagem. Se as referências minimalistas e pós-minimalistas são incontestes, a lógica entrópica termina por reinventar a visualidade, trazendo-lhe experimentações sensórias que exploram a espacialidade de uma outra maneira, provavelmente mais generosa e bem pouco egocêntrica. A descoberta do chiclete como material vivo das ruas da Saara torna-se uma obsessão precisa, que por sua vez, revisita sua trajetória anterior de produção de desenhos espaciais para descobrir novamente, outro fluxo de construção; sem obviamente desconsiderar a herança de alguma história da arte brasileira.

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Lyz Parayzo

Lyz Parayzo
01.05.2017 - 30.06.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Manicura e puta-pornô-terrorista, Lyz Parayzo iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage e começou a invadir galerias de arte com intervenções estético-políticas. Como um vírus, subverteu os protocolos de poder dos espaços institucionais borrando as fronteiras do que é oficial. Tem o corpo como principal suporte de trabalho e sua performatividade diária como plataforma de pesquisa. Suas bombas-plásticas desestabilizam as tecnologias heteronormativas e coloniais, são projeções anabolizadas da sua existência. Vem desenvolvendo video-instalações com conteúdo pós-pornográfico, joias bélicas e atualmente está pesquisando as performances de gênero e classe a partir da cor em seu “Salão Parayzo”, dispositivo itinerante no qual atua como manicura. Foi indicada este ano ao Prêmio Investidor Profissional de Arte – PIPA. A residência de Lyz Parayzo na Despina é parte das atividade da segunda edição do projeto Arte e Ativismo na América Latina.

Mais informações
cargocollective.com/lyzparayzo
lyzparayzo.tumblr.com

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Fotos por Frederico Pellachin, Raquel Romero-Faz e João Roma