Brooks Dierdorff

Brooks Dierdorff
01.05.2019 - 31.05.2019

Vive e trabalha em Orlando, Flórida (EUA), onde é professor assistente de fotografia na University of Central Florida. Sua pesquisa explora o papel crucial da fotografia na mediação da nossa relação com a natureza na era atual do Antropoceno. Muitas vezes tomando forma final como instalação, Dierdorff usa a tensão entre a fotografia e outros meios para desconstruir imagens e cultura material associadas com o mundo exterior.

Durante a sua residência na Despina, o artista irá pesquisar e desenvolver trabalhos sobre o Parque Nacional da Tijuca, uma área já dizimada pela agricultura e posteriormente replantada por inteiro para preservar a fonte de água do Rio de Janeiro. O artista vê o Parque Nacional da Tijuca como um símbolo ideal para as complexas e exaustivas relações entre os seres humanos e o meio ambiente.

Mais informações
Web site: www.brooksdierdorff.com

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Natalia Ocerin Gomis

Natalia Ocerin Gomis
01.04.2019 - 30.04.2019

Vive e trabalha em Valencia, Espanha. É graduada e pós-graduada em produção artística na Faculdade de Belas Artes da Universidade Politécnica de Valência. Sua prática compreende pintura e instalação. Com um caráter cenográfico, a artista unifica o simbolismo da imagem de suas pinturas com a posterior instalação das mesmas em um ambiente escolhido. Segundo Natalia, toda essa viagem a um ambiente escolhido e seu registro fotográfico subseqüente servem para elevar a consciência do ser humano sobre os problemas sociais que o cercam. Na Despina, a artista pretende desenvolver um trabalho que dialogue com o legado da vereadora e ativista Marielle Franco entre outras questões atuais do cenário sócio-pólítico brasileiro.

Natalia já participou de inúmeras exposições individuais e coletivas na Espanha e também em residências nas cidades de Barcelona (Can Serrat, 2018) e Buenos Aires (La Ira de Dios, 2018).

Mais informações
Web site: www.nataliaocerin.com
Instagram: @natalia_ocerin_gomis

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Robert Fraher

Robert Fraher
01.04.2019 - 30.04.2019

Vive e trabalha em Menomonie, Wisconsin (EUA). É professor associado de Design Gráfico e Mídia Interativa na Universidade de Wisconsin-Stout. Sua pesquisa explora como o design interativo e a mídia digital podem facilitar a expressão individual e o envolvimento da comunidade.

Como artista e designer, Fraher cria experiências atraentes para os usuários através da comunicação e interação. Seu trabalho explora a interatividade através de contextos estéticos imersivos e interação significativa com o usuário. O objetivo dessa exploração é permitir que as pessoas sintam o prazer que pode resultar da participação criativa.

Durante a sua residência na Despina, Fraher avançou no desenvolvimento de um projeto que sintetiza comunicação visual, design de interação, design de som e música. Este projeto é baseado em seu interesse pela cultura urbana brasileira.

Mais informações
http://www.robertfraher.com/

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Texto crítico, por Victor Gorgulho*

A prática artística de Robert Fraher instaura-se em um peculiar território, fruto da interseção entre diferentes campos de conhecimento. Articulando arte, design e computação, o artista norte-americano investiga como estes campos de conhecimento podem ser instrumentos para questionar e reformular o status quo de determinada comunidade. Durante o período em que esteve em residência na Despina, Fraher coletou material para desenvolver, à longo prazo, dois de seus projetos. No primeiro deles, o artista propõe uma reformulação da narrativa da canção “Garota de Ipanema”. Olhada à luz do presente, a composição de Tom Jobim, letrada por Vinicius de Moraes em 1962, levanta questões ligadas a gênero e a objetificação do corpo feminino. Fraher, então, propõe uma nova versão da canção, protagonizada por uma espécie de “anti-girl” de Ipanema. Para tal, o artista coletou material fílmico e fotográfico para o desenvolvimento do trabalho, com o auxílio de diferentes mulheres que conheceu durante o período de sua residência. Em outra frente, dedicou-se a pesquisar projetos de arte e edução cujo foco esteja no benefício do entorno de determinado grupo social ou região da cidade. Em um deles, o projeto Onda Esportiva, da ONG carioca Onda Solidária, filmou crianças participantes de uma escola de futebol, material que editará e utilizará em uma de suas futuras peças interativas. Também visitou – e documentou em entrevista presente nesta edição do Senado Tomado – o projeto Lanchonete.Lanchonete, de Thelma Villas Bôas, hoje abrigado dentro do Bar Delas, bar feminista na região da Gamboa, no Centro da cidade.

O curador e pesquisador Victor Gorgulho acompanhou o processo de Robert Fraher durante a sua residência na Despina.

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por Frederico Pellachin

Mariana Magalhães Costa

Mariana Magalhães Costa
01.04.2019 - 30.04.2019
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Morou em Portugal e na França, onde entrou em contato com culturas que influenciam e se manifestam no seu trabalho, como nas referências ao barroco português, à azulejaria árabe, ao origami japonês, além do modernismo brasileiro.
A formação em arquitetura e urbanismo despertou o seu olhar para a construção e o espaço. Embora parta do desenho e da pintura, sua obra revela uma curiosidade pelo tridimensional, uma vontade de desprender-se do plano e integrar a arte com a arquitetura.
Mais informações
Instagram: @marianamagcosta
Hashtag : #arte_mmc

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Gunga Guerra

Gunga Guerra
01.04.2019 - 30.04.2019

Vive entre três fonteiras identitárias: português, nascido em Moçambique, de pai moçambicano e mãe portuguesa, teve abrigo e cresceu no Brasil.

Por causa da guerra, deixou o seu país de origem e a sua condição de imigrante acabou influenciando a sua pesquisa e seus trabalhos, que carregam uma forte conexão com questões sociais e políticas. Seus temas recorrentes são os refugiados, a violência, as manifestações sociais e as guerras. Suas composições tem características narrativas, utilizando cenários atuais com toques inusitados e fantásticos, além de percorrerem temas como intolerância, radicalismo, liberdade de expressão até a identidade.

Em 2017 foi selecionado para o 8° Salão dos Artistas sem Galeria; em 2018 teve um projeto de site specific selecionado para ocupar a vitrine da Galeria Movimento Contemporâneo e neste mesmo ano ganhou o Prêmio Garimpo da Revista Dasartes.

Mais informações
Web site: www.gungaguerra.com
Instagram: @gungaguerra

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Texto crítico, por Victor Gorgulho*

Fincada na figuração, a prática pictórica de Gunga Guerra é atravessada por aspectos que passam por sua naturalidade e formação. Ainda criança, o artista – filho de pai moçambicano e mãe portuguesa – deixa seus país de origem por conta da Guerra Civil Moçambicana. Junto de sua família, buscam abrigo no Brasil, fincando base em Niterói, no Rio de Janeiro, cidade onde vive e trabalha até hoje. Se uma fatia considerável da produção contemporânea em pintura utiliza-se de fotografias como material primário, as pinturas de Guerra operam uma espécie de subversão deste léxico – cujo uso, muitas vezes, beira o esgotamento. Influenciado por sua formação multicultural, o artista constrói cenários urbanos que, apesar de evocarem determinadas paisagens, não podem ser identificados propriamente como um lugar verossímil. É nesta sobreposição de camadas e paisagens que suas narrativas visuais tangenciam o realismo fantástico, frequentemente reimaginando narrativas de cunho político. Na série “+ educação / – opressão”, em curso desde 2018, o artista pinta cenas de conflito entre policiais e manifestantes, por vezes subvertendo os papeis usualmente desempenhados nestas imagens, tão presentes no imaginário coletivo. Em algumas destas pinturas, os policiais aparecem em posições inversas ao que o noticiário nos mostra, cotidianamente, enquanto em outras os manifestantes são substituídos ora por animais ora por personagens de toy art, campo de interesse do artista. Quem enfrenta a quem, afinal?, parecem nos perguntar estas pinturas. Durante seu período de residência na Despina, o artista deu continuidade a sua pesquisa e apresenta nesta edição do Senado Tomado uma tela em grande escala realizada durante o processo e uma outra, em menor formato, de 2018.

O curador e pesquisador Victor Gorgulho acompanhou o processo de Gunga Guerra durante a sua residência na Despina.

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por Frederico Pellachin

Diambe da Silva e Tadáskía

Daniel Santiso e Max Willa Morais
11.02.2019 - 31.03.2019

Esta residência inaugurou uma iniciativa piloto de um programa subsidiado, que visa apoiar o desenvolvimento da pesquisa e da prática de artistas locais. Nossos agradecimentos especiais aos curadores Bernardo Jose De Souza, Guilherme Altmayer, Leno Veras e Victor Gorgulho, que apoiaram e participaram desta primeira experiência conosco. 

Daniel e Max vivem e trabalham no Rio de Janeiro. Suas pesquisas partem de narrativas invisibilizadas para afirmar memórias coletivas por meio de fotografias, textos e ações, no interesse de lidar com representações no campo social e estético. Ao longo desta residência na Despina, a dupla reuniu alguns desdobramentos de suas intervenções urbanas, no sentido de trazer a uma outra escala as situações geográficas, poéticas e políticas que, em seus procedimentos, projetam melhores condições de vida e de trabalho em uma sociedade estruturalmente colonial. Por meio da conjugação entre passado e futuro e partindo da relação com pessoas, territórios e saberes, os artistas buscam processos visuais como ferramentas para criar práticas compartilhadas.

Daniel Santiso (1993) é artista, cineasta e escritor. Formado pela Escola de Comunicação da UFRJ / Rádio e TV em acordo internacional com a Université Sorbonne Nouvelle UFR Arts et Médias. Seus trabalhos atuais são a colaboração na Residência Anarca Filmes (2018), no Espaço Saracvra; o fotolivro Livro-poeira (2018), como desdobramento do documentário experimental A poeira não quer sair do Esqueleto (2018), dirigido junto com Max Willa Morais e financiado pela Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro e Fundação Cesgranrio; e a ação 13+17 (2018) em parceria com Felipe Ferreira, Guilherme Altmayer, Maíra Barillo, Pâmella Liz e Rodrigo D’Alcântara, em exposição no Galpão Bela Maré. Pesquisa atualmente elementos da comunicação visual em relação à diáspora negra brasileira, em acervos públicos e privados, e desenvolve ações em torno de memórias coletivas.

Mais informações
http://cargocollective.com/danielsantiso
silvasantisodaniel@gmail.com

Max Willa Morais (1993) é artista com desenvolvimento em linguagens das Artes Visuais e da Educação. Integra o Projeto Experiências Indiciais/UERJ, pelo qual realizou a produção executiva do seminário e mostra Entre a natureza e o artifício (2017-2018) do PPGArtes/UERJ; e pesquisa Educação e Culturas das Periferias pelo Instituto Maria e João Aleixo (2018). Organizou com Daniel Santiso e com Lorran Dias a Semana Cinerama, mostra independente de cinema e videoarte com colaboração da UFRJ, UERJ, Université Toulouse 2 e Centros Culturais no Rio de Janeiro, em 2016 e em 2017. Seu trabalho investiga histórias em acervos, situações geográficas e relações materiais/imateriais com pessoas e objetos, sobretudo referindo-se às memórias negras diaspóricas e familiares.

Mais informações
https://maxwillamorais.wixsite.com/portfolio
maxwillamorais@gmail.com

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As experiências e processos desta residência originaram a exposição “Cartões de Revisita”, que esteve em cartaz na Despina de 22 a 29 de março de 2019. Confira todos os detalhes, incluindo texto crítico e galeria de fotos, por aqui.

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por Frederico Pellachin

Manuel La Rosa

Manuel La Rosa
01.02.2019 - 31.03.2019

Nascido em Lima, Peru. Vive e trabalha em Santiago do Chile desde 2000. Artista visual e fotógrafo formado pela Universidade do Chile, La Rosa participou de exposições coletivas e individuais em instituições como o Museu de Arte Contemporânea e o Museu Nacional de Belas Artes, ambos no Chile. Atualmente é professor assistente do Departamento de Fotografia da Faculdade de Artes da Universidade do Chile.

Seu trabalho é uma busca pessoal para compreender os processos e comportamentos humanos evocados através de elementos orgânicos e inorgânicos, bem como das concepções filosóficas de trabalhos experimentais ou científicos que estão presentes na prática artística em geral. Recentemente, está debruçado na sua experiência migratória no Chile e a sua ligação com seu país de origem.

Na Despina, La Rosa buscou conexões com os diferentes imaginários que cercam a sua atual pesquisa artística, seja através da incidência da mistura racial e sociocultural no Brasil, seja pela alusão à sua origem e experiência migratória e identitária no Chile. E também pela reconfiguração social que acontece atualmente no Chile, com base no que o Brasil já viveu em tempos coloniais, vinculando uma visão tripartite e atemporal sobre as distinções daquilo que concebemos como sociedades latino-americanas e que estão relacionadas por meio das mesmas doenças históricas.

Durante seu processo, La Rosa transportou essas problematizações para processos experimentais, nos quais se aproveitou de elementos vernaculares (orgânicos e inorgânicos) e poetizou de alguma forma as concepções de origem, reformulação e constante transformação.

Mais informações
Web site: manuel-larosa.com
Instagram: @mnuelarosa

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Texto crítico, por Victor Gorgulho

A produção artística de Manuel La Rosa orbita em torno da ideia de deslocamento, geográfica e alegoricamente. Nascido em Lima, no Peru, e radicado em Santiago, no Chile, o artista investiga sua própria condição migratória e as implicações identitárias e sócio-culturais que ela revela em sua vida pessoal e trabalho.

A instalação que exibe após seus dois meses de residência reúne experimentos produzidos em diferentes suportes e técnicas. Em comum, investigam os signos e códigos que a transferência geográfica de Santiago para o Rio de Janeiro revela. La Rosa debruça-se sobre este desplazamiento, por exemplo, ao induzir a ação da salinização da água do mar em materiais como o látex de luvas de laboratório. Em resultado, manifestam-se transpirações, cristalizações, mutações de toda ordem.

A escolha por trabalhar com determinados materiais é indicativa de sua vivência da cidade, da praia a Zona Norte, atravessando o período do carnaval. A estrutura metálica que corta o espaço sugere um caminho em processo, ongoing, remetendo tanto aos andaimes utilizados para construir edificações efêmeras quanto aos pinos metálicos empregados na fixação óssea em contextos cirúrgicos – ambos vistos pelo artista com frequência em suas caminhadas pelo espaço urbano.

O embate entre estruturas orgânicas e inorgânicas, campo de interesse de Manuel, reforça a atmosfera de experimento científico do conjunto de trabalhos. A união entre a metade de uma batata e a de um inhame – tubérculos típicos de origem andina e brasileira, respectivamente – ganha valor escultórico ao serem enlaçados por barbante ou envoltos pelo látex preto das luvas. A desconsertante junção das partes não só referencia as condições de origem díspares dos vegetais como aponta para a possibilidade da construção de um corpo terceiro: disforme, uno, novo.

O curador e pesquisador Victor Gorgulho acompanhou o processo de pesquisa e prática de Manuel La Rosa durante a sua residência na Despina.

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por Frederico Pellachin

Adriana Nascimento

Adriana Nascimento
02.01.2019 - 31.01.2019

Vive e trabalha em São João Del-Rei, Minas Gerais, onde é professora e pesquisadora na UFSJ (Universidade Federal de São João Del-Rei).  Atua como investigadora de processos urbanos, urbanização e urbanidades. Durante a sua formação e práticas profissionais, tem estudado a relação artecidade/arteurbanidade. Seu processo de pesquisa é pendular, atuando em frentes distintas por cada fase da vida/projeto, e tem sido tanto o da deriva, quanto o da apropriação, da experiência e o da vivência com uma escrita/narrativa que se busca autoral e, portanto, parcial. Simultaneamente à sua pesquisa, orienta dissertações no programa de mestrado interdisciplinar da UFSJ, articuladas ao projeto Intervenções Efêmeras em Contextos Urbanos: A ação cultural e artística na transformação da imagem da cidade.

Seu projeto de curadoria para a residência na Despina é do olhar sobre o urbano. Questiona o lugar do urbano na contemporaneidade e o que é o urbano, que não é, necessariamente, a cidade. Para além de uma curadoria de trabalhos e obras de arte, a proposta aqui é a de criar, com participação colaborativa, uma espécie de inventário de leituras urbanas num processo inter e transdisciplinar de exposição-arquivo-entrevistas sobre o tema: Urbanidades Latino-Americanas. Propõe elencar alguns possíveis modos sobre como as urbanidades latino-americanas vêm sendo expressas em diferentes campos do conhecimento, incluindo o artístico e urbanístico.  Dentre os seus questionamentos, destacam-se: Que linguagens abarcam tais complexidades? O que dizem a respeito da urbanidade? Que elementos urbanos dignificam a cidade? A presença da natureza oferece urbanidade? E a sua ausência? Como aparecem representados, incorporados ou mesmo rejeitados em distintos campos disciplinares? Abstrato, real, imaginário? Que repertórios e referências?

A residência de um mês é um dos momentos (espaço-tempo) desse processo de criação, de montagem-colagem dos excertos levantados, como anotações em partitura para um concerto, ainda a ser executado. A exposição-arquivo-entrevistas que dela resulta é um momento posterior: documento, memória e registro.

Além do nosso site, acompanhe todo o processo da residência e da pesquisa em:
Página no Facebook: Urbanidades Latinoamericanas
Instagram: @adriana.nascimento.arq, @urbanidadeslatinoamericanas

Esta residência conta com o apoio da UFSJ / PROEX (Pró-Reitoria de Extensão) e dos seguintes assistentes/orientandxs: Pedro Azalim, Nalu Carvalho, Alice Saute Leitão e Luciana Canavez.

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por Frederico Pellachin

Apoio

Andrew Opty

Andrew Opty
02.01.2019 - 31.03.2019

Vive e trabalha em Amsterdã, Holanda. Durante a sua residência na Despina, Opty trabalhou com temas que envolvem aprendizado, fracasso e sucesso no fazer artístico. Experimentação e método em si atuaram como ponto de partida para essa exploração – muitas vezes revelando o trabalho por trás do trabalho, a fim de tornar a realização final mais acessível para o espectador.

A repetição intencional de motivos figurativos e não figurativos é um ponto chave dentro de sua prática, como um meio de sistematizar a sua pesquisa. Materiais de secagem rápida – como acrílico e nanquim – são fundamentais para que essas reincidências ocorram, assim como o desenho em papel e sua tradicional associação com o esboço e com os estudos preparatórios.

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Texto crítico, por Victor Gorgulho

Nos trabalhos realizados durante seus três meses de residência na Despina, Andrew Opty investiga as possibilidades da pintura enquanto meio, articulando-as ao seu interesse pelo design generativo. Tentáculo do design contemporâneo, a ideia de “generative” design utiliza algoritmos de inteligência artificial para gerar resultados, em um processo automatizado de produção de imagens que caminha, naturalmente, na contramão da pintura.

Em suas telas abstratas, o artista parte de sequenciais experimentos técnicos feitos em seus “charts”, cartelas compostas por “grids” em que explora técnicas pictóricas diversas, relacionando cor, tinta e composição. Como numa espécie de catálogo, são obras que funcionam como referência para composições maiores, onde a pintura é produzida – gerada – a partir dos restos de tinta acumulados nas paletas de tinta advindas destes testes e também de trabalhos antigos, como seus primeiros experimentos no campo do retrato. São composições que oscilam entre o randômico e a engenhosidade de arranjos em que a presença da mão humana se revela necessária, indispensável.

Operando em uma similar subversão do léxico tradicional da pintura, seus “portraits” consistem em uma série em curso em que o artista trabalha a materialidade da tinta sobre a imagem de dois rostos, um masculino e um feminino, gerados por algoritmo. Opty deforma, esconde e esgarça expressões faciais vazias, inabitadas. Camadas de tinta sobre seres gerados pela computação, em uma era em que a arte parece ser pós (e pré?) tudo.

O curador e pesquisador Victor Gorgulho acompanhou o processo de pesquisa e prática de Andrew Opty durante a sua residência na Despina.

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Sobre: Trabalhos abstratos

Nesta série de trabalhos, Andrew Opty explora seu interesse no design generativo, na inovação técnica e na materialidade da própria tinta como um artefato. Usando tintas acrílicas acumuladas em paletes antigas,  Opty reformula as sobras em colagens abstratas. Como efeito colateral dessa abordagem, a tinta deixada nas paletas de pinturas anteriores é frequentemente reciclada em trabalhos subsequentes. Em Untitled # 4, por exemplo, o que sobrou se torna um assunto chave, enquanto Untitled # 6 é formado inteiramente por sobras de paletas utilizadas em experimentos técnicos fracassados ​​ou em uma série de retratos. Chart (“Gráfico”) é uma forma de catálogo para vários desses experimentos técnicos. Funciona como um registro prático, bem como uma referência para a geração de composições maiores, como Untitled # 1-4.

Sobre: ​​Retratos em curso

Neste grupo contínuo e inacabado de retratos, Andrew Opty olha para o papel sempre em evolução da tecnologia e a resposta que damos a isso como seres humanos e artistas. Os retratos utilizam como ponto de partida uma pesquisa acadêmica recente sobre Redes Adversariais Generativas (uma técnica em Inteligência Artifical) e sua capacidade de sintetizar rostos humanos oriundos de fotos realistas inteiramente fictícias, mas convincentes. Opty, em seguida, serve-se desse assunto como uma espécie de criatividade assistida por máquina para apoiar seu próprio aprendizado e exploração no antigo ato de pintura de retratos.

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por Frederico Pellachin e Andrew Opty

Amina McConvell

Amina McConvell
01.11.2018 - 30.11.2018

Vive e trabalha em Darwin, capital do Território do Norte, Austrália. Em sua prática, Amina explora conceitos geométricos através da pintura mural, desenho de parede e instalação. Ela realiza trabalhos em larga escala, frequentemente justapondo esses meios para desenvolver obras site-especific, diretamente nas paredes ou instalando peças desenvolvidas para as especificidades de uma galeria ou espaços alternativos.

A artista já expôs extensivamente em toda a Austrália e no Sudeste Asiático, incluindo: Watch This Space (Alice Springs, 2010), Jogja Gallery (Yogyakarta, Indonesia, 2012), Sangkring Project Space (Yogyakarta, Indonesia, 2013), KRACK! STUDIO (Yogyakarta, Indonesia, 2014), Griffith University Art Gallery (Brisbane, 2015), Verge Gallery, University of Sydney (2015), Firstdraft (Sydney, 2015), Sydney Non Objective (2016), J-Studio (Manila, Filipínas, 2016) e 98B COLLABoratory (Manila, Filipínas, 2018). Também já participou do Programa de Residência Gertrude Contemporary Studio 18 e recebeu inúmeras bolsas e prêmios por seu trabalho como artista visual, por meio do Australia Council for The Arts, The National Association of the Visual Arts (NAVA) , Ian Potter Foundation e The Northern Territory Government.

Uma Explosão Combinatória (trabalho em andamento)

Amina está atualmente desenvolvendo um novo corpo de trabalho com o suporte do Australia Council for the Arts. A residência na Despina envolveu a fase de pesquisa e desenvolvimento de seu projeto intitulado “Uma Explosão Combinatória”, no qual ela analisa as reações em cadeia exponenciais e em cascata que ocorrem em explosões nucleares. No momento, ela está explorando um “mash-up” visual de representações diagramáticas de reações nucleares e imagens da história da tecnologia nuclear, referenciados aqui como material de origem e que orientam a forma e a composição do mural.

Ao explorar o conceitualismo geométrico, ela cria uma composição progressiva em que uma forma abstrata desencadeia outra e assim sucessivamente. A progressão das formas irá percorrer um caminho ao redor das paredes e outros aspectos atípicos do espaço; neste caso o espaço fica envolvido pela composição. A artista compõe seus trabalhos a partir de formas abstratas que são estilizadas – tais como desenhos-gráficos – e que estão situados em uma paisagem espacial inconstante. A composição é densa em forma, cor e padrão, e o sentido estético se refere ao Movimento Conceitual Neo-Geo, ao Projeto da Era Atômica e à Abstração Neoconcreta.

Mais informações
https://aminamcconvell.blogspot.com/

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Sobre Explosões Combinatórias – partes 3 e 4 (por Daniela Mattos)

Nesta série de trabalhos, composta por pinturas de grande escala realizadas diretamente sobre a parede – tais como a pintura mural e os grafitis – a artista Amina McConvell vem pesquisando a diversidade visual e conceitual presente em explosões nucleares (por meio das diversas representações gráficas e diagramáticas de tais eventos, bem como de registros videográficos históricos), desenhos animados (como O Gato Felix), a produção pictórica abstrata do Modernismo, do Neoconcretismo e do Post Atomic Design Movement, movimento de design surgido nas décadas de 1960 e 1970 com influência na visualidade de experimentos atômicos.Ainda que estas referências sejam importantes pontos de partida para a realização de seu trabalho, a artista os desenvolve também considerando que há ali uma dimensão ficcional expressa pelos elementos visuais, estruturas compositivas e toda a narrativa presente na obra, uma espécie de jogo que se instaura entre personagens variados, sejam pontos, linhas ou planos (como nas elaborações de Paul Klee em seu livro “Pedagogical Sketchbook”, também destacado como fonte de pesquisa para estas “Explosões Combinatórias”).

É possível perceber, independente das referências de pesquisa da artista, que há nesta série de trabalhos uma camada bem-humorada e lúdica presente nas pinturas, algo que expressa a potência de reinvenção que Amina realiza nas significações de origem de sua obra. Por fim e não menos importante, sua obra aqui é voltada às especificidades do espaço, da localidade na qual foi realizada, um projeto processual resultante das experiências de Amina McConvell durante a residência. Neste sentido, a escala das paredes e outros elementos presentes no espaço expositivo, como os canos de conduíte (também utilizados como suporte para a pintura) ou o azul das janelas (que se reflete no halo prateado de uma das estruturas pictóricas), ou mesmo a arquitetura local (como vemos na composição que contorna o guarda-corpo da escada) também integram as vozes presentes neste diagrama ficcional que a artista nos convida a ver.

A artista, curadora e professora Daniela Mattos acompanhou Amina McConvell durante sua residência na Despina.

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por Frederico Pellachin