Fala pública com a jornalista e ativista argentina Marta Dillon

Terça, 15.08.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Tornar-se um corpo

Nas histórias feministas, a experiência não é suficiente para forjar uma voz. É necessário também um corpo, que é feito de sangue e lágrimas, fezes e babas, músculo, pele, maquiagem. Um corpo como o que possuímos. Todos os dias e em todos os lugares. Sustentamos esse corpo com palavras, o erguemos, o adornamos com acessórios e tatuagens; envolvemos esse corpo em coisas escolhidas a dedo e o levamos às ruas. Sem nunca esquecer de que há sangue correndo ali. Sim, somos feministas.

Nós dispomos esse corpo para transformá-lo em algo nosso, que goze seus próprios gozos, que inscreva o tempo ao seu ritmo, que se expanda e se contraia de acordo com seu desejo. Porque nossos corpos são escritos antes mesmo que possamos vivenciá-los. É sobre essa superfície tangível que regras são cunhadas por outros para o seu funcionamento adequado: que não tenha cheiro, que tenha apenas algumas partes destacadas, que seja limpo, que procrie, que abrigue e cuide. E se não, o quê? Se não, abjeção: prostitutas, lésbicas, feminazis, gordas, estéreis, péssimas mães.

A fala “Tornar-se um corpo” percorre desde os corpos desaparecidos pela ditadura até a criação do corpo coletivo nas manifestações feministas que permitem outras formas de ser e estar no mundo.

Marta Dillon é uma jornalista e ativista feminista lésbica que vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina. Dirige o suplemento feminista Las12, no jornal Página12 e é participante ativa dos coletivos Ni Una Menos e Emergentes – comunicación y acción. Publicou os seguintes livros: Aparecida (2015), Vivir con virus (2004 e 2016) e Corazones Cautivos (2008). Marta também escreve roteiros para filmes de ficção e documentários. Atualmente está filmando o documentário La Línea 137.


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ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, workshops, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2017), o projeto tem como tema o CORPO e se estende de maio a outubro. Mais informações sobre o projeto, o tema e a programação completa, clique aqui.

Crédito da imagem (topo)
Foto: Sebastian Miguel

 

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Gran finale de “Os corpos são as obras” no Turma OK

Sexta, 04.08.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Sexta-feira,  4 de agosto, é o último dia para ver a exposição “Os corpos são as obras”. Na mesma noite, celebraremos o gran finale em uma noite glamourosa no Turma OK.

Vamos nos concentrar na Despina a partir das 19h00 e sair em caminhada para o clube social Turma OK na Lapa (0800 pra quem chegar junto antes, quando distribuiremos as entradas).

Vamos prestigiar o Turma OK, o clube social LGBT mais antigo do Brasil (criado em 1961), jogar bingo e assistir a um show de variedades com os melhores da casa em homenagem à Luana Muniz. Esta ação marca o encerramento da exposição  curadoria de Guilherme Altmayer e Pablo Leon de la Barra.

“Os corpos são as obras” faz parte do ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA – um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, workshops, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2017), o projeto tem como tema o CORPO e se estende de maio a outubro.

Este evento marca também o início da próxima fase do projeto, que consiste em uma residência de dois meses dos artistas Carlos Martiel, Cristiano Lenhardt e Mariela Scafati. Mais informações por aqui.

Serviço

Gran finale “Os corpos são as obras”
Quando: 04 de agosto
Horário: a partir das 19 horas
Local: Despina
(ponto de encontro para saida rumo ao Turma OK na Lapa)
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado – Centro

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Sobre o Turma OK

Turma OK é um clube social gay que existe desde 1961 e é considerada o mais antigo grupo social transviado do Brasil em atividade, segundo descrição no website. Porém, entre o ano de 1969 e 1975, o clube permaneceu fechado por causa das ameaças de violências repressivas do período da ditadura militar. Hoje instalado no sobrado de um pequeno prédio na Rua dos Inválidos, a casa promove reuniões entre os sócios, recebe convidados e apoiadores para almoços, noites de bingo e espetáculos de variedades, onde os shows de go go boys e drag queens novatas e veteranas são a grande atração. O nome “turma” era comumente usado nos anos 50 e 60 por homossexuais que promoviam reuniões em apartamentos para fins de diversão e socialização, uma vez que os encontros homossexuais em locais públicos eram socialmente rejeitados e proibidos. Nestas turmas, entre jantares, performances improvisadas e encenações de teatro, formavam-se fortes laços de solidariedade. Os aplausos eram substituídos pelo estalar dos dedos para que o barulho não chamasse a atenção dos vizinhos. Além do Turma OK, existiram vários outros grupos na cidade do Rio de Janeiro, como a Turma do Catete, Turma de Copacabana, Turma da Zona Norte, Turma do Leme, Turma da Glória, Turma de Botafogo e o Grupo Snob. Nas reuniões das turmas se construíam novas subjetividades, comportamentos e formas de conviver de homossexuais cariocas dos anos 50 até os anos 70.

Saara Nights #17

Quinta, 27.07.2017

Nesta edição:

Ação: Navalha: Manicure Show #2 Tornar-se Navalha
– parte da programação da exposiçao “Os corpos são as obras
Mais informações por aqui.

Mostra Final de Residências
com Ana Zegarra (Peru), Romy Pocztaruk (Brasil) e Shachaf Predilailo (Israel).

Serviço

SAARA NIGHTS #17
Quando: 27 de julho, quinta-feira,  19:00
Onde: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

E-flyers (clique nas imagens para ampliar)
Arte: Frederico Pellachin

Navalha: Manicure Show #2 Tornar-se Navalha

Quinta, 27.07.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Dando continuidade à programação da exposição “Os corpos são as obras”, em cartaz na Despina até o dia 4 de agosto, convidamos todxs para:

NAVALHA: Manicure Show #2,

Tornar-se NAVALHA

TRÁ:
Nesta edição NAVALHA: Manicure Show revelará por nós e para nós: gays: bichas: *trans: não-binárias: afeminad_s: masculin_s: lésbicas: corpos não conformados: gênero disruptivo: mulheres desgovernáveis: repito: nesta edição NAVALHA: Manicure Show trará a base de seu EXÉRCITO de NAVALHAS: aquilo em que trazemos em nossas BASE.
TRÁ:

AÇÕES de
Ventura Profana & Jhonatta Vicente
Uhura Bqueer
Vinicius Pinto Rosa
FROZEN2000

PARTICIPAÇÃO de
Galba Gogóia

SOM de
Daniela Avellar

VÍDEOS de
Marie Carangi
Ricardo Càstro
Gabriel Junqueira

NOITE FOTOGRAFADA por
VIDAFODONA
Cybershot___

SERVIÇO

Navalha: Manicure Show #2 Tornar-se Navalha
(parte da programação da exposição “Os corpos são as obras”)
Quando: quinta-feira, 27 de julho
Horário: 19:00
Local: Despina
Entrada gratuita

GALERIA DE FOTOS (navegue pelas setas na horiontal)
por Frederico Pellachin

 

 

ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2016), o projeto tem como tema o CORPO. Mais informações, por aqui.

Fala pública com a ensaísta e performer Jota Mombaça

Terça, 08.08.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Desmontando a caravela queer na vida após a morte do colonialismo

O contexto particular de emergência de um cânone queer no Brasil não pode ser pensado fora de uma analítica da colonialidade do saber, que evidencie o que a pensadora, performer e ativista chilena Hija de Perra certa vez descreveu como um efeito simultaneamente colonizador de “nosso contexto sudaca, pobre de aspirações e terceiro-mundista”, mas que perturba “os sujeitos encantados pela heteronorma”. Se queer coloniza perturbando, é porque adere ao processo histórico no qual as bases do projeto corpo-político da colonialidade, que predica a universalidade do sujeito eurobranco heteronormal (seu saber, sua política, sua performance e sua ontologia), colapsa. Mas qual o sentido das perturbações queer no contexto sempre já colonizado do mundo que conhecemos como Brasil (ex-colônia? Neo-colônia? Pós-colônia?), e em que medida, ao proliferar-se globalmente, os cânones queer não reestruturam a lógica das caravelas coloniais, servindo de suporte e plano de inscrição dos fantasmas do colonialismo no presente imediato do colapso da colônia? Como performar e pensar as desobediências de gênero e dissidências sexuais sem reestruturar lógicas elitistas que reencenem a situação colonial? Como desmontar a caravela queer? E como fazer vir as corpo-políticas mais-que-coloniais capazes de ultrapassar a vida após a morte do colonialismo e as supremacias branca, hétero e cisgênera rumo a outras formas de existir e de fazer mundo?

Jota Mombaça é uma bicha não binária, nascida e criada no Nordeste do Brasil, que escreve, performa e faz estudos acadêmicos em torno das relações entre monstruosidade e humanidade, estudos kuir, giros descoloniais, interseccionalidade política, justiça anti-colonial, redistribuição da violência, ficção visionária e tensões entre ética, estética, arte e política nas produções de conhecimentos do sul-do-sul globalizado. Trabalhos atuais são a colaboração com Oficina de Imaginação Política (São Paulo) e a residência artística junto ao Capacete 2017 na Documenta 14 (Atenas/Kassel).

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The forgotten “Santos” of Brazil.
Jota Mombaça para La Pocha Nostra.
Mar/2015. Foto: Ramilla Souza

Confira a seguir o registro em áudio da fala de Jota Mombaça na Despina.

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ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2016), o projeto tem como tema o CORPO. Mais informações, por aqui.

 

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Conversa com a artista e gestora Deborah Anzinger (NLS – Jamaica)

Quinta, 06.07.2017

Como gerir espaços de arte quando doações, investimentos privados ou financiamentos públicos simplesmente não existem? Que tipo de parcerias existem dentro do seu alcance? Sem grandes injeções de capital, o que pode ser realizado em um período de 5 anos e como?

Na próxima quinta-feira, dia 6 de julho, a partir das 19h00, venha participar de uma conversa com a artista Deborah Anzinger, que irá compartilhar as suas experiências como gestora da NLS (New Local Space), um centro de arte contemporânea localizado em Kingston, na Jamaica. Após 5 anos à frente da organização, Deborah acredita que esta é uma ótima oportunidade para refletir sobre progressos, processos, fracassos e sucessos, tendo em vista os contextos local e global.

Esta conversa terá como mediador convidado o curador e professor Raphael Fonseca e será em inglês, com tradução “informal” para o português 😉

Esperamos tod@s! A entrada é gratuita e haverá um bar no espaço vendendo cerveja.

Mais informações sobre o NLS, visite:
www.nlskingston.org

Deborah Anzinger é artista e também fundadora do New Local Space (NLS), um centro de arte contemporânea que realiza exposições locais e internacionais, conduz um programa de residências artísticas e executa pesquisas na área. A NLS tem parcerias internacionais e locais com instituições como British Council Caribbean, Bluecoat (Liverpool, Inglaterra), Transformer (Washington DC, EUA), ARC Magazine e Jamaica Cultural Development Commission. A NLS já apoiou o trabalho de artistas locais como Leasho Johnson, Oneika Russell, Phillip Thomas, Camille Chedda, Storm Saulter e Kelley-Ann Lindo, e outros artistas e curadores regionais e internacionais. Como artista, Anzinger exibiu recentemente na Royal West of England Academy (Bristol, Inglaterra), no Museu de Arte Contemporânea da Diáspora Africana (Brooklyn, Nova York), na National Art Gallery of the Bahamas (Nassau City, Bahamas), na National Gallery of Jamaica, Sargent’s Daughters (Nova York, EUA) e na Nicelle Beauchene Gallery (Nova York, EUA). Anzinger também participou de colóquios e seminários no San Francisco Museum of Modern Art, (e)merge Art Fair e Art Museum of the Americas. O seu trabalho já foi divulgado em publicações como Frieze Magazine, Huffington Post, Washington Post, New York Times, Art Nexus no Small Axe Journal. Recebeu recentemente, em 2016, uma bolsa de estudos para a Escola Skowhegan de Pintura e Escultura.

Serviço

Conversa com a artista e gestora Deborah Anzinger (NLS – Jamaica)
Mediação: Raphael Fonseca
Quando: quinta-feira, 6 de julho
Horário: 19h00
Local: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro
Entrada gratuita

Cine clube póspornô + debate-papo

Terça, 04.07.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Dando continuidade à programação paralela à exposição “Os corpos são as obras” – em cartaz na Despina até 4 de agosto -, convidamos todxs para um Cine Clube Despina especial, que acontece na próxima terça-feira, dia 4 de julho, a partir das 19h30.

Corpos dissidentes. Corpos como armas bélicas. Fabulações marginais de prazeres da carne. Um novo imaginário do corpo, do sexo e das práticas pornográficas. Eis o cineclube pós-pornô.

Debate-papo: Andiara Ramos Pereira, Nathalia Gonçales e Kleper Reis.

Filmes

Reivindico meu direito a ser um monstro – Susy Shock

Poema lido no Festival pela Despatologização das Identidades Trans na cidade argentina de La Plata, 2011.

Indecencia Transgenica – Hija de Perra & Perdida

Atenção! Se o sexo fora da ordem “natural” te ofende, se você é da opus dei, se você é homofóbico ou se sua moral não te permite, abstenha-se de ver este vídeo.

Conjuro Sapatâniko – Marina Murta e Nina Rodrigues
Em uma noite de lua nova, duas sapatonas se unem para praticar conjuros contra o cistema normativo heterocapitalista. A força orgástica sapatão combatendo a dominação das terras e dos corpos dissidentes da heterossexualidade compulsória, incitando a rebeldia e resistência sapatanicas y agrofanchas.

Latifúndio – Érica Sarmet
Área demarcada, regulada e vigiada do Estado, o corpo é a nossa primeira propriedade privada. Vasto, amplo, oferece múltiplas possibilidades de criação e construção, mas acaba reduzido a práticas sexuais e corporais monocultoras. E se nós invadíssemos o corpo? Para a reforma agrária sexual você precisará de carvão, ovos e tinta vermelha.

Extética – nishmi
sobre adequar-se a padrões
sobre normalizar nossos corpos
(tamanha doutrina)
angústias estéticas há muito guardadas.
sobre liberdade.

Tarta nupicial – Lu Muzzin, Fernanda Guaglianone, Ph lau gam

Vídeo-registro de ação realizada na cidade argentina de La Plata, 2012. Um percurso por lugares historicamente utilizados como cenários para legitimar o ritual do casamento normativo.

‹ X-MɅNɅS › – Clarissa Riberiro
Recife, 2054. No submundo os dissidentes sexuais, bichas bandidas, travestis, sapatonas boladas e todos os corpos marginalizados bolam um plano para destruir a cisheteronorma.

Lemebel – Joanna Reposi
O itinerário traçado pelo ativista, artista e escritor chileno Pedro Lemebel indica um caminho marcado pela dor, uma incursão pelas feridas de um passado que ainda insiste em fazer turno.

Coletivo Coiote e Anarcofunk na Cinelândia

Korpos enquanto armas bélicas
Matéria envolvente entre espaço-tempo
Desprogramadxs do desejo de consumo hetero-capital-cri$tão
Desejantes de um devir selvagem
Korpos em festa

Bios

Andiara Ramos Pereira (Dee Dee) é membro da Coletiva Feminista Maria Bonita RJ, responsável pela organização da I Mostra Pós Pornô (R)Existentes e outros eventos de pós-pornografia na cidade do Rio de Janeiro. Compõe os grupos de pesquisa Práticas estético-políticas na arte contemporânea/UFF e Trauma, subjetividade e políticas de reconhecimento/UniRio. Possui pesquisa voltada para as intersecções entre Arte, Gênero e Política.

Nathalia Gonçales compõe o CineQueer e NuSex – Núcleo de Estudos em Corpos, Gêneros e Sexualidades. Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisa temáticas relacionadas a ficções sexuais, arte, performance e políticas do corpo.

Kepler Reis é algo entre o visível e o invisível. Artífice e observador da vida em ação, arte em vida. Promove encontros coletivos semanais tendo como grande matriarca o Yoga. Membro fecundador da Casa Sapucaia, uma realizadora de sonhos em criação. Pequeno Agricultor Urbano, Curandeiro e Gente em formação. Desenvolvendo o processo curativo “CU É LINDO”, segundo movimento da trilogia “A Santíssima Trindade ou Em Nome do Pau, do Cu e da Buceta, Adão” e reencontrando os caminhos do processo curativo “A Revolução Começa Na Cozinha”. Estudou teatro, dança, circo, alimentação viva, yoga e artes visuais. Exercitando ahimsá e santośa.

Serviço

Cine Clube pós-pornô + debate-papo
(parte da programação da exposição “Os corpos são as obras”)
Quando: terça-feira, 4 de julho
Horário: das 19h30 às 22h30
Local: Despina
Entrada gratuita

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ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA é um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta segunda edição (2016), o projeto tem como tema o CORPO. Mais informações, por aqui.

Performance / Maiêutica com Raquel Mützenberg

Terça, 04.07.2017

Arte e Ativismo na América Latina – ano II (2017)

Seguindo com a programação paralela da exposição “Os corpos são as obras” – em cartaz na Despina até 4 de agosto -, convidamos todxs para a performance “Maiêutica”, com Raquel Mützenberg, que será realizada na próxima terça-feira, dia 4 de julho, a partir das 16 horas, no Largo São Francisco (centro histórico do Rio de Janeiro, coladinho à Despina).

Cheguem um pouco mais cedo, concentramos na Despina e descemos todxs para a praça.

Maiêutica: Performance de rua com formas animadas. Partejar de ideias que compõem um corpo-matéria que se desdobra antropofagicamente.

Maiêutica é um partejar de ideias. Ideias que compõem um corpo-matéria que se dobra e desdobra, atualiza e condensa as fisicalidades e a plasticidade de seres em cena. O corpo é recurso material e plástico que se deixa dividir ou multiplicar pelas subjetividades femininas: a capacidade de renascer, de se re-parir.

O processo Maiêutica é uma tentativa de “re-parir-se”, de renascer de si mesma. O material cênico foi coletado a partir do contato com gestantes, parturientes, doulas, notícias jornalísticas e discussões de grupos sobre parto humanizado, violência obstétrica e misoginia. A investigação iniciou como uma pesquisa acadêmica e se desdobrou em intercâmbios com artistas de distintas áreas, prevalecendo o diálogo interdisciplinar durante sua construção.

Raquel Mützenberg investiga performance, formas animadas e corpo. Se permite afetar pela subjetividade coletiva para criar a partir de técnicas do teatro de formas animadas. Pensa a cena a partir de um devir-corpo que é suporte e matéria para os seres que cria, gerando visualidades em estranhamentos ao borrar o limite entre o corpo e a matéria. Aprofundou suas investigações cênicas durante pesquisa de mestrado realizada entre 2014 e 2016 no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (UFMT).

SERVIÇO

Performance / Maiêutica, com Raquel Mützenberg
Quando: terça-feira, 4 de julho
Horário: das 16 às 17 horas
Local: Largo São Francisco – Centro

Fique atentx ao restante da programação da exposição “Os corpos são as obras”.
Para mais informações, clique aqui.

Saara Nights #16

Terça - 27.06.2017

Nesta edição:

Abertura da exposição
“Os corpos são as obras”

Curadoria: Guilherme Altmayer e Pablo León de la Barra
Obras de registros de: Andiara Ramos, Ana Matheus Abbade, Aleta Valente, Anitta Boa Vida, Bruna Kury, Camila Puni, Carlos Motta, Coletivo Xica Manicongo, Eduardo Kac, Fabiana Faleiros, Fabio Coelho, FROZEN2000, Gabriel Junqueira, Kleper Reis, Lampião da Esquina, Lyz Parayzo, Maurício Magagnin, Matheus Passareli, Nathalia Gonçales, Odaraya Mello, Raquel Mützenberg, Ricardo Càstro, Tertuliana Lustosa, Turma Ok, Uhura Bqueer, Vagner Coelho, Ventura Profana & Jhonatta Vicente, Victor Arruda, Vinicius Rosa,  Vítor Franco e Xanayanna Relux. A exposição continua até 4 de agosto e faz parte da ações e atividades da segunda edição do projeto Arte e Ativismo na América Latina. Mais informações e programação completa das ações paralelas por aqui.

Mostra Final de Residências
com Lyz Parayzo e Rafael Bqueer
Encerrando uma residência de dois meses na Despina, os artistas Rafael Bqueer e Lyz Parayzo abrem seus ateliês e apresentam alguns trabalhos desenvolvidos durante o período dessa ocupação, que inaugurou a primeira fase da segunda edição do projeto Arte e Ativismo na América Latina – uma parceria Despina e Prince Claus Fund.

+

Fina Estirpe DJ Ensemble
Discotecagem de classe, provocativa e dançante com o Dj Frederico Pellachin.

Serviço

SAARA NIGHTS #16
Quando: 27 de junho, terça-feira,  19:00
Onde: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2 – Sobrado
Centro – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita

Arte do e-flyer: Frederico Pellachin
Crédito da foto do e-flyer: José Eduardo Zepka

Cine Clube Despina especial – encerramento da exposição “o terceiro mundo pede a bênção e vai dormir”

Quarta, 21.06.2017

Convidamos tod@s para uma sessão especial do Cine Clube Despina, que marca o encerramento da exposição “o terceiro mundo pede a bênção e vai dormir”.

“O Q É O BRASIL, O Q É O BRASILEIRO?”

Exibição de:
“Meu mundo jegue”, Cristiano Lenhardt, 2014, 3’03”
“Sem essa, Aranha”, Rogerio Sganzerla, 1970, 92′

A exibição será seguida de fala do artista e professor da ECO-UFRJ Andre Parente em diálogo com o curador Victor Gorgulho e os demais artistas da exposição.

Sinopses

“Meu mundo jegue”, 3’03”
Sobretudo o amor, a pobreza indígena maior riqueza da alma. Ruas sem asfalto, árvores e mais árvores ao ponto de voltar a ser mato. Prefiro ser picado por uma cobra, comido por uma onça do que sentir preconceito ou abuso de poder.

“Sem essa, Aranha”, 92′
Banqueiro do jogo do bicho, Aranha mora com três mulheres. O magnata é uma caricatura da burguesia nacional, às voltas com os solavancos do país. Sua trajetória é o ponto de partida para um ensaio fílmico sobre o subdesenvolvimento mental das elites brasileiras.

Serviço

Cine Clube Despina especial – encerramento da exposição
“o terceiro mundo pede a bênção e vai dormir”
Quando: 21 de junho – quarta-feira
Horário: 19 horas
(a exibição dos filmes começa pontualmente às 19h30)
Local: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2 – Centro
Entrada gratuita

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Crédito da imagem
Still do vídeo “Meu mundo jegue” (2014), de Cristiano Lenhardt