Durante o mês de março de 2016, o Programa de Residências Despina realizou um ciclo especial em parceria com a Central Saint Martins, University of the Arts London. Quatro artistas recém formadas foram selecionadas e comissionadas por meio de uma convocatória aberta conduzida pela instituição britânica para participar do nosso programa. Beatrice Vermeir, Carlotta Novella, Helena de Pulford e Sarah Crew ocuparam ateliês na Despina, receberam suporte curatorial e participaram de uma série de atividades, incluindo workshops, conversas e seminários, além de visitas a outros ateliês e espaços culturais.
Beatrice Vermeir é uma artista, crítica e poeta que vive e trabalha em Londres. É formada em escultura pela Central Saint Martins, University of the Arts London. Em junho de 2015, Beatrice participou de uma residência no Grizedale Arts, em Cumbria, no noroeste inglês, onde desenvolveu um projeto que combinou a história da comida local com a filosofia educacional e experimental de John Ruskin. As atividades desta residência envolveram oficinas de produção de queijo e de um café comunitário de baixo custo, além do cultivo de uma horta. Em novembro do mesmo ano, Beatrice colaborou com o coletivo londrino “Houserules”, participando de um programa de passeios conduzidos por artistas na região de Peckham, em Londres (parte da programação da ArtLicks). Também atuou como diretora e figurinista na produção teatral “‘You Are Me And I Am You ”, que esteve em cartaz durante o último Festival VAULT, em Londres. A sua prática artística é mista e colaborativa e está focada na pesquisa de formas alternativas de organização social, de trabalho e educação.
Carlotta Novella nasceu em Veneza (Itália). Vive e trabalha em Londres (Inglaterra). É graduada em Gestão da Construção, com mestrado em Arquitetura: Cidades e Inovação pela Central Saint Martins, University of the Arts London. O trabalho de Carlotta aborda questões sócio-políticas e culturais contemporâneas através de um olhar espacial, com foco na confluência entre espaços públicos e privados. Um de seus projetos, “Bairros Industriais”, apresentou estratégias urbanas alternativas e intervenções de design para facilitar o trabalho em casa para beneficiários de programas de habitação social. Entusiasta do trabalho colaborativo, a sua prática transita por estruturas temporárias (sócio-espaciais e móveis), desenhos arquitetônicos, oficinas participativas, eventos e performances. Mais informações: http://carlottanovellaworks.com/
Helena de Pulford vive e trabalha em Londres (Inglaterra). Graduada pela Central Saint Martins, University of the Arts London, foi contemplada com o Art Cass Prize e selecionada para o programa Acme. A sua prática artística é essencialmente escultórica, mas também incorpora performance, escrita e imagens em movimento. Seu trabalho reinterpreta a história visual europeia por meio de questões que envolvem teorias contemporâneas de gênero. Exposições recentes incluem: 3×3 Collaborations for Art Licks Weekend 12 Orpen Walk, Londres (2015); Supermarket Sweep, Nice Galley, Londres (2015); Degree Show CSM School of Art, Londres (2015); Open Studios, 1 Granary Square, Londres (2014); Talking about Pink Salmon, 1 Granary Square, Londres (2014); Copy, Elthorne Road Project Space, Londres (2014) e Para-Site, Concourse Gallery, Londres (2013).
Sarah Crew é um artista e escritora que vive e trabalha em Bristol (Inglaterra). É mestre em Fotografia pela Central Saint Martins, University of the Arts London. A sua prática transita pela instalação, filme, som e performance ao vivo, e envolve as relações mutáveis, as conexões e os pontos de disjunção entre o humano, o animal e a paisagem. As implicações disso são analisadas por meio da utilização da tecnologia contemporânea, que está incorporada em um ambiente cada vez mais tátil e dualista. Mais informações: www.sarahcrew.com
Durante a residência, as quatro artistas conceberam uma estrutura nos moldes de uma habitação provisória, que permitiu uma espécie de “co-polinização” entre as suas práticas individuais. Este projeto recebeu o nome de “Trânsito-Rio” e ganhou um blog – http://transito-rio.weebly.com –, que serviu como plataforma de documentação das experiências e processos vivenciados pelo grupo no Rio de Janeiro.
Também participaram do I Seminário Internacional de Escolas de Arte no Parque Lage, onde puderam compartilharam as experiências dessa residência com o público. E numa parceria entre o MAR – Museu de Arte do Rio e a Despina, a artista Sarah Crew realizou um workshop especial, em colaboração com os educadores do museu. O público presente no espaço foi convidado a construir “guarda-chuvas”, com o objetivo de explorar os cenários desafiadores do século XXI. A estrutura do guarda-chuva tornou-se um objeto para discussões visuais e explorações lúdicas. À medida em que novas paisagens foram adicionadas à estrutura, o guarda-chuva como um todo passou a refletir a curvatura da terra, ressurgindo como um campo criativo para ser investigado a partir de cima. Depois de concluídas, estas esculturas tridimensionais (que a artista nomeou de “brella-scapes”) também assumiram a forma de uma instalação, que foi construída ao longo da atividade.
Ao final da residência, uma mostra especial foi aberta ao público na Despina, apresentando os resultados dessa experiência coletiva. Confira abaixo alguns registros da passagem de Beatrice, Carlotta, Helena e Sarah pelo Rio de Janeiro. E não deixe de ler, em PDF, o texto de Bernardo José de Souza, curador que acompanhou as artistas durante a residência (página 1, página 2).
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