Ania Reynolds

Ania Reynolds
01.08.2021 - 31.01.2022

Originalmente planejado como um projeto presencial de continuação da residência de julho de 2019 da artista Ania Reynolds, Trilha Sonora evoluiu para uma colaboração artística transcultural devido às restrições causadas pela pandemia da Covid-19.
Na impossibilidade de viajar ao Rio para fazer o trabalho, Ania está colaborando remotamente com a artista carioca Anna Costa e Silva, que irá captar imagens do cotidiano da cidade para o projeto. A partir destas imagens, Ania irá trabalhar na edição e trilhas em seu estúdio caseiro em Melbourne, na Austrália. O resultado final deste projeto colaborativo será apresentado na Despina no início de 2022.
Trilha Sonora é uma investigação sobre a relação entre som e imagem em movimento e explora o poder da música e do som para transmitir e ditar narrativas e emoções. A artista e compositora Ania Reynolds compôs para todas as formas de arte, do circo ao cinema, do teatro aos podcasts e à arte performática.
Neste trabalho, ela explora o papel da trilha sonora como contadora de histórias, criando um pequeno vídeo com três trilhas sonoras distintas. O público terá a chance de escolher sua própria aventura de trilha sonora ou comparar as diferentes narrativas sonoras.
Este projeto tem apoio do Governo Australiano por meio do seu Conselho de Artes.

      

Marcela Cavallini

Marcela Cavallini
01.03.2020 - 31.03.2020

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Performer, dançarina sudaka e professora de yoga. Interessada em processos ficcionais do corpo, nas relações entre a cultura e a sociedade, na perspectiva da memória, ética, feminismo e meio ambiente.

É Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense. Especialista em Ciência, Arte e Cultura na Saúde pelo Instituto Oswaldo Cruz -FIOCRUZ. Licenciada em Dança pela Faculdade Angel Vianna e em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Fluminense.  Estudou no Programa Fundamentação EAV do Parque Lage. Formou-se profissionalmente em Dança Contemporânea pela Escola de Teatro e Dança Fafi-ES.

Realizou trabalhos em parceria com outras artistas e coletivos em projetos de dança, performance e artes visuais, entre eles, destacam-se: projeto de artes em colaboração comunitária “Estampar Movimento em Cor”, premiado pelo edital de Microprojetos Culturais do extinto Ministério da Cultura; videoperformance Ata-Duras, integrante do Panorama de Artes Visuais em Belo Horizonte;  “Comeria Eu Carne de Touros?” espetáculo de dança-teatro premiado pelos editais de montagem e circulação da SECULT-ES; “Bunda e Progresso”, participante do Festival de Performance de Belo Horizonte e do Aldeia SESC-ES; “Scarpin-me – Jogo de Imagem e Desafio”, programa de performances e criação em residência junto com o agrupamento Obscena-BH, premiado pelo edital de residências artísticas da SECULT-ES. Selecionada com o grupo Atuação através do edital de Diversidade Cultural com o Projeto de Artes, Carnaval e Empoderamento Social “Perseguidas – eu gosto de ser mulher!”.

Seus últimos trabalhos solos participaram do Festival Latino-Americano de Arte e Ativismo -UYU e Festival Corpos Críticos-RJ. Atualmente, está vinculada ao BRISA Lab com a residência artística “Territórios Sensíveis: Baía de Guanabara” financiada pela Prince Claus Fund e Instituto Goethe.

Àquelas que Intentam Atravessar Paredes: Performance entre Residências

No dia 16 de março, na metade da residência da artista, a Despina fechou em recesso devido ao Covid-19. Seguindo a proposição inicial de realizar residências dentro da residência, e em interlocução com outras seis artistas – Edzita Sigo Viva, Clarice Rito, Tuk Melo, Ara Nogueira, Dulce Lysyj e Anna Cecilia Cabral – as trocas seguiram de forma remota e os desdobramentos são um documento deste tempo difícil em que nos isolamos diante de uma crise e epidemia sem precedentes.

Os resultados podem ser vistos neste documento em PDF, produzido colaborativamente pelas artistas.

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pornosascorpas@gmail.com
https://cargocollective.com/marcelacavallini

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Roberta Vaz

Roberta Vaz
16.02.2020 - 28.02.2020

Nascida em Bagé (Rio Grande do Sul), vive e trabalha em Berlim, Alemanha. Estudou Artes Cênicas na UFRGS/POA e logo mudou-se para Londres – Reino Unido, onde atuou e dirigiu peças de dança em locais como Teatro Robin Howard de Dança, Battersea Arts Center, Camden People’s Theatre, ICA e Hoxton Hall. Lá também se formou em Artes Visuais na Central Saint Martins – University of the Arts London.

Suas obras em vídeo, performance e instalação apareceram em exposições coletivas em Le Manicle – Le Havre/França, Strangelove Moving Image Festival – Londres, Supernormal – Ipsden/Reino Unido, Horatio Jr. – Londres, Kulturhaus – Estocolmo, Waterside Contemporary – Londres, Festival de Arte da Cidade – Porto Alegre, Vitrine Gallery – Londres , Santander Cultural – Porto Alegre, Alma Enterprise – Londres, Bronze – Porto Alegre e Senado Tomado/Despina – Rio de janeiro. Já publicou na Auto Italia South East – Londres e na Take Care Magazine – Milan. Sua última exposição foi Dioptre – Display, Berlim, em novembro de 2019 – que estará em cartaz na Galeria Prego, em Porto Alegre, de fevereiro a março de 2020.

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www.robertavaz.com
Instagram: @robbievaz

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Andressa Cantergiani

Andressa Cantergiani
16.02.2020 - 28.02.2020

Vive entre Berlim e Porto Alegre. É doutoranda em Poéticas Visuais pelo PPGAV-UFRGS, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Graduada em Artes Cênicas pelo DAD/UFRGS. Estudou Performance na UDK – Universidade das Artes em Berlin. Doutorado sanduíche na University of Applied Sciences and Arts- Hoschulle Hanôver – Alemanha.

É artista representada pela Galeria Mamute, Porto Alegre, Brasil. Gestora da BRONZE Residência e Galeria Península em Porto Alegre. Curadora e educadora do PPPP – Programa Público de Performance Península – premiado duas vezes pelo editais #Juntospelacultura FAC ProculturaRS, pelo FUMPROARTE, Atelier Livre Poa e Prêmio Açorianos como melhor projeto de divulgação e inovação cultural.

Participou de residências, projetos e exposições em diversos lugares do mundo, com destaque para a ação-instalação AVESSO, em parceria com o artista Maurício Ianês, na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, 2018. Também foi contemplada com o PRÊMIO INSURGÊNCIAS, uma residência coletiva no AgoraCollective, Berlin (curadoria Daniela Labra e Paz Ponce).

Exposições individuais: AORISTA, curadoria Francisco Dalcol, na Fundação ECARTA, Porto Alegre e CORVA, Galeria Mamute, Porto Alegre – RS, curadoria Daniela Labra, 2019.

Exposições coletivas: ADORNO POLÍTICO, curadoria de Paulo da Mata e Tales Frey. Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos, 2018, Cidade do Porto, Portugal; FALTAVA-LHE APENAS UM DEFEITO PARA SER PERFEITA, curadoria Coletivo ÎO, Museu do Trabalho, Porto Alegre, Brasil, 2019; IMAGÉTICA HOT, curadoria Henrique Menezes, Centro Cultural DMAE, Porto Alegre, Brsil, 2019; CORPO BRASILEIRO, curadoria Peter Hosek, Housekcontemprary, Madrid, 2020.

Possui obras em coleções particulares e acervos do MARGS-RS, MAC-RS e AMARP-RS.

Mais informações
www.andressacantergiani.art.br
Instagram: @andressacantergianiart

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Adrien Pelletier

Adrien Pelletier
01.02.2020 - 31.03.2020

Nascido na França, vive e trabalha em Paris. Estudou Design Gráfico na Central Saint Martins (BA) e no Royal College of Art (MA) em Londres, Reino Unido. Por muitos anos, foi diretor de arte de revistas de moda em Londres e Paris. Também é pintor e colabora regularmente com a Villa Noailles, em Hyères.

As pinturas de Adrien tendem a ser ingênuas, retratos íntimos de amigos, amantes e estranhos. Elas também podem ser bobas, sexy ou inocentes. Ultimamente, seus trabalhos têm adotado uma abordagem mais jornalística e sua prática está se enveredando para o documentário, combinando entrevistas com retratos pintados.

Em 2017, o artista foi convidado por Jean Pierre Blanc, diretor da Villa Noailles, para uma residência na “Ile du Levant”, na França. Adrien pintou 45 retratos de pessoas que residiam nesta pequena ilha, uma vila naturista encravada em uma rocha no mar Mediterrâneo. A série retrata uma pequena comunidade de indivíduos determinados, que optaram por viver a vida do seu jeito, sem roupas, sem carros, em um ritmo diferente.

O foco de seu projeto de residência na Despina é retratar a resistência cultural à extrema direita e as possíveis interações entre as comunidades. Adrien irá pintar retratos e fará entrevistas com ativistas, artistas, intelectuais, pessoas que trabalham com o meio ambiente, direitos das mulheres, direitos dos afro-americanos, direitos LGBTQ e com a proteção das populações da Amazônia.

Mais informações
Instagram: @atelieradrienp

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Ana Bial

Ana Bial
01.02.2020 - 29.02.2020

Nascida no Rio de Janeiro, vive e trabalha em Nova York (EUA).

É bacharela em Artes pela Escola de Artes Visuais de Nova York. Sua prática atual inclui pintura e escultura que incorporam referências arquitetônicas e corporais. Estas referências oscilam entre o surrealismo melodramático e o pragmatismo cômico.

Mais informações
www.anabial.com
Instagram: @ana.bial

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Anderson Oliveira

Anderson Oliveira
02.01.2020 - 31.03.2020

Nasceu em 1991 no Rio de Janeiro (Brasil), cidade onde vive e trabalha. Atua como arte-educador e pesquisador na intersecção entre arte, educação e políticas públicas. Além disso, dedica-se ao curso de mestrado em Políticas Públicas e Formação Humana na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), investigando Arte Pública e a memória da Unidade Experimental no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro nos anos 1960-70.

Entre seus trabalhos mais recentes, destacam-se: a participação na curadoria coletiva da exposição A Utopia do Não, no Paço Imperial (2019); a vivência nas equipes de arte-educação das exposições Luzes do Leblon (2019), Brincadeira de Criança e Glauco Rodrigues e os arredores da Praça XV (2018); e a experiência na monitoria no Laboratório de pesquisa e prática de Texto em Arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2019).

Durante sua residência na Despina, Anderson pretende explorar, em encontros com curadores e educadores locais, a relação entre o experimentalismo, a arte contemporânea e a sua potência pedagógica e, assim, pensar em novas singularidades, grupos, laboratórios e a criação de práticas curatoriais emancipatórias para o desenvolvimento de programas educativos nos/dos/com os museus.   

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Instagram: @andernauka

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Francisco Brandão

Francisco Brandão
02.01.2020 - 31.03.2020

Vive e trabalha em Juiz de Fora, MG. Mestrando em Arte, Cultura e Linguagens pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora – MG), com pós-graduação em Cenografia e Expografia pela UVA (Universidade Veiga de Almeida – RJ).

Desenvolve pesquisa prático-teórica na área de construções de objetos e ações poéticas, buscando, através da comunicação do sensível, atingir intimidades. Utiliza as tradições como matéria prima, subvertendo-as e propondo encontros e partilhas de pessoalidades como um de seus conceitos operacionais. Seu trabalho materializa-se pelas ambiguidades, disfunções e periculosidades. O objeto é corpo e a matéria, diálogo.

Sua primeira ação artística foi a instalação “Ex-votos” (2016), por meio da qual compôs um tapete de penas de gesso nas ruas do centro de Juiz de Fora. Este trabalho se desdobrou em itinerâncias, tendo sua ultima exibição na Galeria Gaia da Unicamp (Universidade de Campinas – SP) em 2019.

Mais informações
www.franciscobrandao.com.br
Instagram: @franciscob_

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Matei Vogel

Matei Vogel
01.11.2019 - 30.11.2019

Vive e trabalha em Zurique, Suíça. Estudou música na Academia de Belas Artes de Zurique e sua paixão pelas artes visuais surgiu em Florença (Itália), onde teve encontros inspiradores com artistas locais. Ao visitar uma exposição sobre o movimento Vorticista – realizada em 2011 no Museu Guggenheim de Veneza –  conheceu as obras do artista francês Henry Gaudier Brzeska, que acabou se tornado uma forte influência e inspiração para o desenvolvimento da sua prática como artista.

Em 2016, Vogel começou a trabalhar em um ateliê localizado em um antigo complexo industrial em Zurique, onde pôde mergulhar em um período intenso de trabalho e pesquisa.  A sua primeira exposição individual, “Notes From the Underground” (Notas do Subterrâneo), realizada em 2017 em Zurique, apresentou uma série de pinturas abstratas intuitivas. Desde então, o artista tem participado de exposições em outros espaços de destaque na cidade. Em 2018, foi premiado durante um salão de artes na Galeria Onishi, em Nova York (EUA). Em 2019,  apresentou trabalhos em Veneza, no Misericordia Archives, e na Bienal de Londres.

Em sua prática, Vogel busca revelar a existência do subconsciente, transpondo-o em pinturas. Para ele, o ato de criação é como uma performance de improviso guiada pela expressão de emoções rítmicas. Também acredita que a inovação só pode ser alcançada pela qualidade e sinceridade das suas convicções pessoais. Todo começo de uma nova obra é, portanto, o começo de uma expedição ao eu interior e a revelação de uma emoção, beleza, ancestralidade e talvez uma resposta à vida moderna.

Mais informações
www.mateivogel.com

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Mégane Voghell

Mégane Voghell
01.11.2019 - 30.11.2019

Vive e trabalha em Montreal, Canadá. Seu interesse está nas muitas maneiras pelas quais o mundo pode ser vivenciado na ausência de um corpo físico. Por meio de instalação, correspondência (textual), desenho e vídeo, seu trabalho questiona os binarismos transcendência / imanência; real / virtual.

Através de dispositivos – tangíveis e intangíveis – Voghell utiliza uma mitologia pessoal que aponta para uma experiência além-mundo, mas que é extraída de uma temática muito real. Seu trabalho emerge do desejo de definir as peculiaridades das forças elementares e fenomenológicas ao nosso redor para melhor manipulá-las e reinventá-las.

Seu trabalho tem sido apresentado em festivais e várias exposições coletivas e individuais, incluindo “harbinger”, no espaço de arte Eastern Bloc (2015); no FME, em Rouyn-Noranda (Center l’Écart, 2015); no Centro de Arte Le Lobe, em Chicoutimi (2016); na Feira Paris Variation (2017); e mais recentemente na Galeria Calaboose, em Pointe-Saint-Charles (2019) e Galeria Vicki, em Newburgh (2019). Seu trabalho já foi incluído em algumas publicações, tais como Nut II, ETC MEDIA e Cigale. Também foi curadora do evento “Episode Laurier”, em junho de 2018.

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O centro de arte contemporânea Diagonale e o Conseil des Arts de Montréal, em parceria com a Despina, contemplaram Mégane Voghell com uma bolsa integral para participar do nosso programa de residências em novembro.

O projeto que a artista desenvolveu no Rio durante esse período apresentou o fio como matéria e como noção conceitual. Considerando a inegável importância do fio (e do têxtil em geral) como ferramentas para a construção de laços entre mulheres ao longo da história, a ideia é destacar este potencial relacional de maneira prática e reflexiva. Mais precisamente, o projeto extrai suas fontes de um site on-line de relacionamento entre duas jovens – a artista, ela mesma, residente em Montreal (Canadá) e “X”, brasileira residente em Limoeiro, Pernambuco (Brasil) – e busca selar uma resolução recuperando traços do desenrolar dessa relação no tempo.

O fio da conversa, assim como o fio da costura, tem um potencial para ser esticado, para vincular elementos, para criar unidade ou ruptura. Ambos os fios agem como ligações sutis, mas também vão criando ativamente um objeto ou um assunto maior que os mantêm juntos. Nesse contexto, peças de roupas ou um relacionamento entre dois indivíduos são resultados desses fios que os contêm através do tempo e do espaço. A história investigada durante a residência de Voghell na Despina é a dessa relação mencionada acima, mas também pode ser a de uma peça mal costurada e cheia de furos, resultado da falta de tempo e espaço.

Mais informações
www.meganevoghell.com

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Texto crítico, por Keyna Eleison

Uma intimidade repentina e pública.
Como se já fosse de madrugada e estivéssemos sentadas há anos no mesmo lugar.
E se eu contar um segredo?
Ela roubou meu coração.

Seria fácil escrever sobre o trabalho de Mégane Voghell: a artista explora relações on-line com texto e desenhos. Desenvolve todo um exercício, intenso e extenso de intimidade sem fisicalidade. Pesquisando, ela parte de materiais cotidianos e de forma intuitiva descreve sua dinâmica.

Absorve e é absorvida pela sua pesquisa e a vontade de atravessar percursos tidos como íntimos são matéria de interesse e movimentos de distanciamentos e aproximações com as vivências.

Não são fatos relatados; seria possível um relacionamento ser uma obra de arte? Qual trabalho de arte não é um relacionamento? Em suas pinturas, ou melhor, em seus trabalhos com tinta em tecido, as cores vermelhas e rosadas mostram fisicalidade, enquanto o branco e preto remetem diretamente ao papel e à tinta da carta escrita.

Carta esta que não existe, toda a relação é digital, mas ainda guarda nela a composição de curiosidade e tempo alargado de uma relação através de palavras. Uma escrita direta das sensações e desejos.

Mas não é possível ficar na camada da observação, mesmo que ativa e penetrada pela intenção de empatia.

Se o que mais interessa é a pesquisa e a pesquisa é um relacionamento, parto para me relacionar, aceito a proposta dada por Mégane a perceber que a fisicalidade absorve movimentações completas que são imperceptíveis.

O gesto, a suavidade, o tecido, as cores, os dias, as palavras, as trocas, os silêncios, os vazios e os dedos. Os dedos que teclam e os olhos que leem, os botões da roupa e dos aparelhos eletrônicos de comunicação.

Não é fácil escrever estando arrebatada. A distância não é geográfica. E os desejos não realizados? Será que realmente existiram ou fazem parte do ritmo da relação? A ausência física mata a relação? Como posso ficar tão perto de você estando fora do alcance carnal? Um aparelho é um subterfúgio de proteção? Não seria o papel, a folha, um meio? A pele tocada ainda assim está protegida?

Não posso evitar a inquietação fomentada pela polarização de enquadramento de relacionamentos. E Mégane Voghell abraça isto como matéria de arte. Tanto sentido…

Longe da perseguição pelo ideal. O trabalho segue para depois de hoje e ela nos deixa, mas não me sinto só. Me sinto exposta, despida de proteção, e percebo que esta é a proposta. Arte assim. Artista assim. Curadora assim.

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por Frederico Pellachin

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