Catarina Cubelo

Artistas em Residência
01.04.2017 - 30.04.2017

Vive e trabalha em Londres (Inglaterra). É mestre em Artes Visuais pela Central Saint Martins, University of the Arts London. Foi recentemente selecionada para o Mullehnlowe Nova Award e Red Mansion Art Prize.

Na sua prática artística, Catarina se interessa pela performatividade e a temporalidade das imagens. O seu trabalho envolve uma pesquisa sobre o tempo que as coisas precisam para se conhecerem e a importância do movimento do corpo como condição da tridimensionalidade das coisas. Essa pesquisa, por sua vez, é materializada em performance, escultura, escrita, desenho ou vídeo.

Durante a sua participação no Programa de Residências Despina, Catarina pretende investigar a diferença que marca a língua em potência. De conhecer esta língua, que é a sua, através da experiência simbólica do corpo em movimento. Uma pesquisa que constitui temporalidade como uma atividade de dinâmicas e afetos, que tenta engendrar hipóteses de teorias de percepção como uma teoria da experiência.  O estranho que se encontra no caminho do passeio é uma postura a adotar para recuperar a experiência.

Mais informações
www.catarinacubelo.eu

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Texto curatorial
por Raphael Fonseca

A escrita é um elemento importante na produção de Catarina Cubelo – seja como elemento essencial para sua investigação como artista e teórica, seja como elemento formal a aparecer explicitamente em alguns de seus trabalhos. Outras vezes também, como em alguma de suas proposições de performance, o texto se faz importante para a colaboração com grupos heterogêneos de pessoas. Durante a residência na Despina, a artista se colocou a caminhar por diferentes trechos do Rio de Janeiro – em especial aqueles que fazia entre Botafogo e o Centro da cidade. A alteridade inevitável que o seu corpo vivenciou em uma cidade cujo urbanismo dialoga com a de sua terra natal (Portugal), mas ao mesmo tempo se diferencia da cidade que habitou nos últimos anos (Londres), certamente é um estopim poético para sua escrita. Do mesmo modo que seu corpo se locomoveu por diferentes paisagens e situações narrativas, sua escrita parece se basear em diferentes narradores e personagens efêmeros. Até mesmo a diagramação de suas palavras e a opção por espaçá-las por diferentes pontos da arquitetura da Despina apontam para o fato de que, fazendo uma pequena adaptação do original, “caminhar é preciso, viver não é preciso” – a potência de seu texto é proporcional à vitalidade de suas experiências.

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