Jo Longhurst

Jo Longhurst
01.09.2015 - 30.09.2015

Vive e trabalha em Londres, Reino Unido. Longhurst é reconhecida internacionalmente por sua pesquisa sobre as nocões culturais de perfeição e tradições da prática fotográfica que se desdobram em diversas manifestações artísticas, como vídeo, instalação, performance, além da própria fotografia. Seus projetos em curso “The Refusal” and “Other Spaces” exploram o mundo dos cães de corrida do seu país e dos ginastas de elite.

Algumas de suas obras fazem parte de coleções públicas e privadas e têm sido apresentadas em várias exposições e eventos em museus e galerias do mundo, incluindo “Noah’s Arc: On Humans and Animals in Art”, Museu Ostwall (Dortmund); “Sport, Sport, Sport”, Transmission Gallery, Glasgow (Escócia); “Other Spaces”, Mostyn, Llandudno (País de Gales); “The Worldly House”, dOCUMENTA (13), Kassel (Alemanha); “Artists’ Symposium on Perfection”, Whitechapel Gallery, Londres (Reino Unido); “Photography in Britain since 2000″, Cracóvia (Polônia); “Cocker Spaniel and Other Tools for International Understanding”, Kunsthalle zu Kiel, Kiel (Alemanha); “New Works”, National Media Museum, Bradford (Reino Unido) e “The Refusal”, Museu Folkwang, Essen (Alemanha).

Longhurst é pós-graduada pelo Royal College of Art, em Londres e é professora de Fotografia e Belas Artes na Birmingham School of Art. Em 2012, recebeu o Art Gallery of Ontario’s Grange Prize, a mais importante premiação do Canadá para a fotografia internacional.

Durante a sua residência na Despina (que contou com o financiamento do British Arts Council), a artista desenvolveu trabalhos inéditos. Neste processo, ela investigou a história da ginástica e a sua relação com o corpo como uma ferramenta política. Novas obras examinam questões de gênero, movimento e agentes; e questões de energia dinâmica versus poder e controle. A artista utilizou materiais e condições relevantes para a prática contemporânea de ginástica, tais como: giz-de-atleta, som atmosférico, além dos corpos dos próprios atletas, por meio de intervenções performáticas colaborativas (neste caso específico, a artista contou com a participação da equipe de ginástica rítmica da Vila Olímpica da Mangueira).

Mais informações
http://www.jolonghurst.comhttp://www.jolonghurst.com
http://cfar-biad.co.uk/index.php/researchers/470-jo-longhurst

Texto curatorial
por Alexandre Sá

A produção de imagens fotográficas (ou quase) é a linguagem de Jo Longhurst. Inquestionavelmente. Para além do motivo, a artista busca em uma série de registros de corpos de ginastas, a possibilidade de compreensão do corpo como objeto específico a ser tensionado no espaço. O corpo como pura fisicalidade numa relação arquitetônica com o entorno, suportado pela força do movimento da ação. Seu trabalho aqui descobre um outro caminho, pois a imagem produzida já não se deseja mais fiel ao seu objeto, resolvendo abdicar da segurança do retrato para produzirem camadas de sensações e texturas que talvez estejam no subsolo da observação. O resultado, a partir de um contato direto com o grupo de ginástica rítmica da Vila Olímpica da Mangueira, é um conjunto de abstrações que, de maneira sagaz, parece diluir aquilo que vê, provocando uma deambulação do olhar e promovendo uma névoa poética exótica e não menos vigorosa.

Galeria de fotos
(por Frederico Pellachin)

Risja Steeghs

Risja Steeghs
01.09.2015 - 30.09.2015

Vive e trabalha em Amsterdã, Holanda. Já ocupou um ateliê no NDSM Treehouse e faz parte do coletivo londrino “Uncooked Culture”.

Ao contrário da maioria dos artistas, Risja não começou a sua carreira em uma escola de belas artes, mas imobilizada em uma cama em uma pequena cidade localizada na provínicia de Limburg. Um doença rara afetou principalmente o seu sistema nervoso motor, o que a impossibilitou de se dedicar à pintura e ao desenho, práticas com as quais já se ocupava. Esta condição adversa desvelou para a artista um novo campo de experimentação – a colagem -, potencializada num primeiro estágio por meio da apropriação de fotografias antigas de sua família.

Recuperada após um longo período de confinamento, Risja tem explorando novas práticas, combinando o seu trabalho artístico com música e poesia.

Selecionada para participar do nosso programa de residências durante o mês de setembro, Risja desenvolveu uma instalação que faz referência ao período em que esteve na cama, ou conforme a sua descrição, “um projeto multimídia que encontra a sua fundação sob os lençóis”.

A instalação Therapy Rooms é formada por pequenos “aposentos”, onde o espectador é atraído para um universo diferente, preenchido por sons e imagens. Além de propor a investigação dos limites da arte como prática terapêutica, esse projeto também sugere a criação de uma narrativa de isolamento social, condição fértil de introspecção e liberdade. Neste processo, a artista contou com a parceria do músico carioca Carlos Eduardo Soares.

Texto curatorial
por Alexandre Sá

Risja Steeghs ficou durante alguns longos anos deitada em uma cama em virtude de uma doença específica. Seu contato com o mundo se dava muito fortemente através dos sentidos, como se possível uma expansão do seu corpo (vibrátil?) pelo espaço que a rodeava. Naquele momento, o Outro, não tão infernal como Sartre defendia, surgia como um potente eixo de observação. Então, num golpe rápido para sua sobrevivência subjetiva, a artista percebe que a dor era/é fruto dos olhares e das palavras tão entrecortadas que vinham daqueles que a visitavam e promoviam seu cuidado. Aqui para esta mostra, influenciada pela nossa herança arquitetônica/subjetiva, aliada a algum desejo atmosférico de redenção que sustentou grande parte da produção brasileira dos anos 60, Risja constrói um espaço físico/poético de silêncio, suspensão e observação e pela primeira vez, assume seu corpo como elemento esfacelado (no melhor sentido); impresso e presente em toda a situação que erige, numa relação horizontal de aproximação e distanciamento com o outro que lhe surge como complemento imprescindível. A cama é o corpo.

Mais informações
www.risjasteeghs.com

Galeria de Fotos
(por Frederico Pellachin)