Entre os meses de abril e julho, Despina | Largo das Artes irá sediar as atividades do 1º Programa PRAZER É PODER.
Com curadoria de Bernardo José de Souza e Susana Guardado, este programa compreende uma série de ações e debates que investigam noções de arte, hedonismo e contracultura, mas sobretudo uma plataforma de pesquisa sobre a potência criativa que emana dos instintos vitais ou mesmo das pulsões de destruição. Impulsionados pela curiosidade que mata e nos faz viver, os encontros buscam especular sobre o princípio do prazer e as diversas manifestações culturais que dele derivam.
Estruturado em blocos, o programa de conversas, performances, festas e ações artísticas e políticas movidas a sol, prazer e inteligência coletiva, ganha corpo em 2016 a partir de colaboradores interessados em explorar as fronteiras que separam pensamento e ação, trabalho e ócio, necessidade e liberdade, natureza e espírito.
Eis algumas especulações a alimentar o debate proposto por PRAZER É PODER :
Estaríamos vivendo, hoje, uma crise de imaginação? Ainda há espaço para a utopia na vida contemporânea? Seria a praia uma grande arena democrática para o exercício do prazer e da liberdade? Seria a rua a grande arena política onde crenças pessoais e coletivas são expressadas, experimentadas e ouvidas pelas massas?
Das ruas e dos morros cariocas verte a força vital de uma cidade em convulsão: artérias de um Rio de Janeiro para poucos, mas de muitos: cenário do Carnaval como catarse coletiva, do Funk como antídoto à alta-cultura, do sexo e do corpo como plataformas de prazer e de poder – uma paisagem exuberante que contrasta passado e futuro, riqueza e pobreza, repressão e liberdade.
SERVIÇO
1º PROGRAMA PRAZER É PODER
Local dos encontros: Despina | Largo das Artes
Rua Luis de Camões, 2. Centro Histórico. Rio de Janeiro
Fone: (21) 3197 6002
Email: info@despina.org
Àqueles que puderem, sugerimos ingresso colaborativo a partir de R$ 20.
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PROGRAMAÇÃO
20 de abril, às 19:00
Uma ideia na cabeça e uma câmera no pau: do ultravioleta ao infravermelho
Marcos Chaves + Bernardo Mosqueira
Conversa entre Marcos Chaves e Bernardo Mosqueira sobre praia, corpos, sexo e prazer, seguida da exibição do filme “Oferta e Procura”.
Oferta e Procura (Day and Nightspots),
de Marcos Chaves
Produção de Lula Buarque de Hollanda, fotografia de Toca Seabra e Marcos Chaves e edição de Natara Ney
Filme integrante do projeto “Destricted.br”, curado por Marcia Fortes e Neville Wakefield
Marcos Chaves nasceu no Rio de Janeiro em 1961, e iniciou sua atividade artística na segunda metade dos anos 1980. Trabalhando sobre os parâmetros da apropriação e da intervenção, sua obra é caracterizada pela utilização de diversas mídias, transitando livremente entre a produção de objetos, fotografias, vídeos, desenhos, palavras e sons.
Bernardo Mosqueira é diretor do Prêmio FOCO Bradesco ArtRio. É membro da Comissão Curatorial da Galeria de Arte IBEU desde 2011; lecionou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage; participou de residências no Brasil e no exterior; Recebeu o prêmio-residência V::E::R, como crítico/curador, em Terra Una, MG (2011); foi premiado no 1º Laboratório Curatorial da SP-Arte; realiza de forma independente e anualmente o festival de performance Vênus Terra desde 2010; É escritor e foi responsável por mais de 40 curadorias.
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6 de maio, às 19:00
Nossa Liturgia
Leo Felipe + Tiago Rivaldo
Aos filhos do cinismo e da ironia resta apenas a pista de dança como espaço da experiência de comunhão. A dimensão litúrgica da festa a coloca ao lado da religião. O paganismo dos pós-modernos substitui um templo por outro. Êxtase por apenas 30 reais.
Leo Felipe canta e dança sempre que pode. É escritor e curador; mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pesquisa que investiga a contracultura, o punk e outros fenômenos localizados entre as artes, a política e a cultura pop. É diretor e curador da Galeria de Arte da Fundação Ecarta. Desde a década de 1990 tem se dedicado a diversos projetos na cidade de Porto Alegre, compreendendo artes visuais, música, literatura, jornalismo e radiodifusão.
Tiago Rivaldo vive no Rio de Janeiro desde 2001, onde além de desenvolver seus projetos em Arte trabalha em produções de Cinema. Utiliza imagens técnicas associadas a ações performativas e operações relacionais para pensar a relação do seu corpo com o espaço e com o tempo e refletir sobre o eu-e-o-outro e o ser-estar. É um dos criadores do coletivo Bota na Roda que desde o início de 2013 produz eventos com música e intervenções de arte contemporânea.
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13 de maio, às 19:00
Funk: O Proibidão
Carlos Palombini + Praga
Palombini apresenta o compositor Thiago Jorge Rosa dos Santos, o MC Praga, da Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, autor de vários dos maiores sucessos do proibidão, para falar sobre sua técnica e sua arte.
Carlos Palombini estudou piano com Sebastian Benda, formou-se em direção teatral pela UFRGS e obteve doutorado em música na Universidade de Durham, no Reino Unido, com tese sobre a tipo-morfologia do objeto sonoro. Sua pesquisa sobre o funk carioca conta com apoio do CNPq, e investiga, em particular, o subgênero proibidão, isto é, aquele que trata da “vida do crime”.
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25 de maio, às 20:00
Conversa com os curadores Pablo León de la Barra e Bernardo José de Souza durante a abertura da exposição “Jugador como pelota, pelota como cancha”. Mais informações aqui.
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8 de junho – 19:00
O Corpo como Plataforma de Prazer
Bruno Cuiabano + Catarina Saraiva
Em nossa sociedade produtiva, tende-se a dissociar mente e corpo. Ócio: onde o corpo encontra a mente, tornando-se uma coisa só. O espaço de ócio, de festa, é aquele onde este encontro se faz com naturalidade em um terreno que pode ser comum aos dois, sem hierarquias. O corpo como expressão da sexualidade e de suas formas de performance de gênero. A dupla propõe jogos entre corpo e mente, e o tantra, para investigar o paradoxo que é a dissociação de ambos.
Catarina Saraiva é curadora, produtora e investigadora de artes cênicas. Dirigiu o festival alkantara em Lisboa, o festival Panorama, no Rio de Janeiro e desenvolveu projetos de curadoria e investigação em várias cidades entre Europa e América Latina. Actualmente, é curadora da plataforma internacional de artes cênicas Movimiento Sur, sediada no Chile. Em paralelo desenvolve distintos projetos de curadoria, assessoria artística e apoio dramaturgista a artistas e organizações entre Europa e América Latina, dois continentes onde se desdobra profissional e emocionalmente. O foco de trabalho de todas estas colaborações e projetos assenta na importância do diálogo igualitário entre curador e criador e no desenvolvimento do discurso crítico artístico para uma melhor compreensão da sociedade.
Bruno Cuiabano é especialista em Análise Institucional e Esquizoanálise pelo instituto Felix Guattari e especialista em Acupuntura pelo Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagem, com formação profissionalizante em Teatro pelo Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. Desenvolveu trabalhos de investigação e apresentações de obras artísticas nas áreas de Teatro, Dança Contemporânea e Performance como intérprete-criador e preparador corporal. Tem percurso de investigação na filosofia tântrica e trabalha com o método da Massagem 5 Elementos desenvolvido por Miho Mihov e Jayanatha Devidasi. Coordenador de grupos de estudo com os temas: sexualidade, relações de gênero e paradigmas não-monogâmicos de relacionamento amoroso.
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15 de junho – 19:00
O prazer de não trabalhar, ou: a recusa do trabalho
Rodrigo Nunes
A relação entre prazer e trabalho normalmente é pensada ou como exclusão mútua –– prazer é algo que ocorre fora do tempo de trabalho –– ou como investimento do primeiro no segundo: quanto mais a fronteira entre tempo de trabalho e tempo de lazer desaparece, mas somos chamados a encontrar prazer e identificação em nossos empregos. Mas há uma outra maneira de conceber esta relação, que é o prazer como tempo liberado, tempo tomado de volta do imperativo do trabalho assalariado. A isto se deu o nome, na Itália dos anos 70, de rifiuto al lavoro: a recusa do trabalho. As diferentes dimensões desta ideia, e do prazer a ser encontrado nela, são o que esta apresentação pretende desenvolver.
Exibição do filme:
Lavorare con Lentezza (Guido Chiesa, 2004)
Radio Alice foi uma rádio livre em Bologna, Itália, no final dos anos 70. Autodeclarando-se “mao-dadaísta”, representava a “ala criativa” do amplo movimento social que ficou conhecido como Autonomia. O filme, roteirizado pelo coletivo Wu Ming (autores, entre outros, do livro Q, O Caçador de Hereges), ficcionaliza este movimento por meio do encontro de dois de seus vetores mais importantes: a contestação contracultural e experimentação de novas formas de vida, por um lado, e a recusa do trabalho assalariado e da disciplina fabril, por outro.
Rodrigo Guimarães Nunes é PhD em Filosofia pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres e professor de filosofia moderna e contemporânea no Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tendo antes sido professor visitante em diversas universidades do Brasil e do exterior. É autor do livro Organisation of the Organisationless. Collective Action After Networks (Mute/PML Books, 2014) e colaborador de diversas publicações nacionais e internacionais, como Radical Philosophy, Les Temps Modernes, Le Monde Diplomatique, Serrote, Nueva Sociedad, The Guardian, Al Jazeera e Folha de São Paulo. Em 2014, editou um dossiê sobre o quadro político brasileiro pós-junho de 2013 para a revista francesa Les Temps Modernes. Foi membro do coletivo editorial da revista Turbulence e atualmente coordena o grupo de pesquisas Materialismos: Ontologia, Ciência e Política na Filosofia Contemporânea (CNPq). Como curador, organizou o programa de filmes e debates ‘Stronger Are the Powers of the People’: Politics, Poetics and Popular Education in Brazilian Cinema, 1962-1979, apresentado em Londres (No.w.here, 2009) e Berlim (Eiszeit Kino, 2011).
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9 de julho – 19:30
Prazer é poder – Jogo Social / Ato Performance
Facilitador: Bruno Cuiabano
<INSCRIÇÕES LIMITADAS máximo 30 pessoas>
Numa ação performática de ativação da consciência individual e coletiva, a ficção pode comer a realidade, mas o contrário também. Podemos juntos fazer viver a ideia de que realidade é ficção. Onde se estabelecem as fronteiras entre o possível e o impossível quando se entra num espaço de Performance? O que significa libertar o corpo da mesma forma que liberta a mente? Durante um tempo definido, vamos assumir um espaço de permissão e também limitação, onde todo o poder é dado à vontade e liberdade de cada um.
Bruno Cuiabano propõe uma experiência de prazer, uma festa de carinho que seguirá regras de um jogo que permita aos participantes encontrar a essência do pensamento e da prática que não leva a lugar nenhum, mas que ajuda à criação de energias positivas e confiança.
Uma experiência coletiva onde cada participante assume o papel de performer e entra num espaço de desejo e consentimento. Onde corpo e mente têm que estar presentes, ativos e disponíveis. A proposta é uma festa de carinho, onde também se exige uma análise crítica sobre a disponibilidade do toque ou não-toque, dos limites mentais e corporais de estar com o outro. O desafio é lançado a partir do momento em que os performers/participantes entram no ato. Através do jogo, cria-se uma zona autônoma temporária e solicita-se a participação de todos numa experiência que pretende libertar corpo e mente através de ações carinhosas, amorosas, eróticas e sexuais. E ao mesmo tempo, ativar a mente sobre a sua relação com estes conceitos: o que é carinho, amor, erotismo e sexo?
Se possível traga uma canga e uma pequena luminária. 😉
Bruno Cuiabano é especialista em Análise Institucional e Esquizoanálise pelo instituto Felix Guattari e especialista em Acupuntura pelo Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagem, com formação profissionalizante em Teatro pelo Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. Desenvolveu trabalhos de investigação e apresentações de obras artísticas nas áreas de Teatro, Dança Contemporânea e Performance como intérprete-criador e preparador corporal. Tem percurso de investigação na filosofia tântrica e trabalha com o método da Massagem 5 Elementos desenvolvido por Miho Mihov e Jayanatha Devidasi. Coordenador de grupos de estudo com os temas: sexualidade, relações de gênero e paradigmas não-monogâmicos de relacionamento amoroso.
>Inscrição antecipada: 20 reais (deposito até dia 8).
Inclui a entrada gratuita na festa
> Inscrição com pagamento na hora: 35
tambem inclui a entrada gratuita na festa
Conta
Bruno Pereira Vieira Cuiabano
Banco do Brasil
Agencia 3610-2
conta corrente 38.502-6
Comprovante para o email:
bruno.cuia@gmail.com
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9 de julho – 00:00
Prazer é Poder convida Cashu
Com formação em arquitetura, Carol Schutzer (Cashu) começou a organizar festas de rua e ocupações no centro de São Paulo com o coletivo Voodoohop. Neste contexto, ao lado de Laura Diaz criaram a festa Mamba Negra, oferecendo experiências mais obscuras e focada em apresentações live. Através de sua pesquisa, seus sets transitam entre o minimal techno, deep, house e com referências deinstrumentais e percussivas. Com sonoridades fortes e texturas ácidas, tingidas com melodias suaves e levemente melancólicas, de forma sutil, seu conjunto tece uma atmosfera misteriosa, soturna.
Cashu é residente da Mamba Negra, fazendo parte também da Voodoohop e Carlos Capslock e tocando frequentemente em outras festas bem presentes na cena independente de São Paulo – Vampire Haus, Blum. Já tocou e participado ativamente de movimentos como Ravetalização na Cracolândia e no Parque Augusta. Além de ser chamada com frequencia para tocar em outras cidades do Brasil como Santos, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Floripa. Tocando em festas de rua, clubes ou warehouse partys.
Recentemente, ao lado de L_cio e Tessuto lançou a track Traumatesado pela nova label da Capslock, MEMNTGN. E junto com L_cio, produz a Radio Vírus que tem programação quinzenal e dá suporte à cena local, apresentando lives e djsets.
Horário: 24:00
Line:
Sugu
Cashu
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Data a ser confirmada
Helio Oiticica: Crelazer
Lisette Lagnado
“Eu inventei um negócio chamado Crelazer, eu queria transformar o dia todo, inclusive o lazer, e a preguiça, numa coisa assim de estado permanente inventivo, por isso eu comecei a transformar o lugar que eu moro, o ideal era esse, morar na própria obra”
Helio Oiticica
Crelazer é fusão entre crer, criar e lazer, e busca implantar uma nova prática de vida, baseada na percepção criativa do indivíduo e na sua inclusão no coletivo, tomando lazer como produção
Lisette Lagnado é escritora e curadora, doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Foi coordenadora do arquivo da obra de Hélio Oiticica (Projeto HO, Instituto Itaú Cultural, São Paulo), e sua abordagem original nesta pesquisa levou à ampliação dos estudoa sobre o artista. Em 2013, foi curadora do Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo e, em 2006, foi curadora da 27 ª Bienal de São Paulo. Em 2010, fez a curadoria da mostra Desvíos de la deriva. Experiencias, travesías y morfologías, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri. Lagnado contribuiu para publicações de muitos artistas como Dominique Gonzalez- Foerster, Thomas Hirschhorn e Rivane Neuenschwander.
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