Daniel Gnattali

Artistas em Residência
01.03.2017 - 30.04.2017

Carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em Design Gráfico,  atua como ilustrador desde 2009.

Em 2015-2016, participou das exposições “Desdobramentos” e “Segmentos” (Centro Cultural Laurinda Santos Lobo e Sesc Engenho de Dentro, respectivamente), que abordaram a ilustração como obra de arte no mercado, estudando o impacto da arte como forma primordial de comunicação e como ela se faz presente e necessária em diversas camadas da sociedade, de vitrines de lojas a galerias de arte.

Atualmente, como monitor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e residente na Despina, Daniel começa a observar, em facetas paralelas à sua produção artística, claros registros gráficos de uma transição – uma tomada de consciência do seu desenvolvimento como artista. Neste novo contexto, o artista caminha para uma nova fase de experimentações, que deixa sua pesquisa suspensa e não suspensa – a busca pela pesquisa torna-se a própria pesquisa.

O contraponto entre suas ilustrações de traço concreto – embora dançante – e suas pinturas de expressão dinâmicas e espontâneas deixa claro o extrapolar das linhas de contorno como uma metáfora para as limitações às quais o artista está sujeito no mercado de trabalho.

Natureza, arquétipos, ancestralidade e transmissão de sensações, temas presentes em seus trabalhos atuais como ilustrador, poderão, em contato com a infinitude de linguagens que a arte contemporânea oferece, desaguar em novas paragens.

Mais informações:
http://www.danielgnattali.com
instagram: @danielgnattali

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Texto curatorial
por Carla Hermann

Daniel Gnattali é um artista que tem o desenho como base. Sua participação na residência artística teve como propósitos o amadurecimento de uma poética artística e conectar as suas duas áreas de atuação: a ilustração e aquilo que ele considerava como “arte sem demanda”. O trabalho que Daniel apresenta hoje resulta das suas pesquisas na residência e do entendimento de que seu desenho se mostra para o mundo de múltiplas formas. No campo ampliado do desenho (onde habitam a pintura, a colagem, a fotografia), o artista se sente livre para desenvolver seu imaginário gráfico e espalhá-lo pelo mundo, seja nas suas gravuras e colagens, que podem habitar as paredes do cubo branco, ou seja nos rótulos de cerveja que levam a sua assinatura e que vivem em bares e mercados. Essa multiplicidade de modos de fazer arte trouxe para Daniel a auto percepção de que se apresenta ao mundo sob diversas roupagens. Não seríamos, afinal, múltiplas facetas de nós mesmos diariamente? Vemos então uma série de documentos de identificação de Daniel Gnattali. A partir de muitas impressões da sua carteira de motorista, ele faz uma leitura crítica da padronização e da necessidade de nos colocarmos no mundo a partir daquilo que definimos – ou que nos é imposto – como identidade. Cada indivíduo pode ser um monstro, uma projeção, um sonho, um animal, a natureza ou um super-herói do mundo bizarro. Depende da máscara escolhida para cada momento. E assim, Daniel mostra quantos dele cabem em uma única identificação oficial.

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