Vive e trabalha em Londres, Reino Unido. É artista visual e professor do Camberwell College of Art – em colaboração com a University of the Arts London. Graduado com distinção em Artes Plásticas (Gravura) pela Cambridge School of Art, terminou seu mestrado em 2008 na Central St. Martin’s School of Art and Design. É membro do Saturation Point Projects, um coletivo curatorial e editorial de artistas cujas práticas são reducionistas, sistemáticas e geométricas.
Seu trabalho é baseado principalmente em uma prática sistemática de desenho que explora como um simples conjunto de regras iniciais pode gerar uma alta complexidade de estruturas e composições. Muitas vezes ele usa a repetição de uma linha idêntica como ponto de partida, mas o resultado final é sempre baseado em certos princípios matemáticos que sustentam cada peça.
Esta residência na Despina é a continuação de um corpo de trabalho iniciado em 2018 na residência Bakkali Tasarim em Istambul, onde a sua prática de desenho foi “elucidada” em 3 dimensões. No Rio, Gooding desenvolveu uma instalação que utiliza fios coloridos conectados a uma série de paredes geométricas desenhadas previamente. As obras de Istambul foram todas realizadas com fio preto, mas as estruturas que surgiram na Despina são processadas em um movimento de três cores, que se fundem e se misturam entre si. Após a residência, quando retornar a Londres, o artista estará à frente da curadoria de uma grande exposição coletiva na galeria Arthouse1, intitulada “Iterações”, que explora as diversas maneiras que os artistas utilizam a repetição de formas para gerar obras de arte apuradas e sedutoras.
Recentemente, o artista participou de exposições individuais em Istambul, Vancouver e Londres, além de inúmeras exposições coletivas como “8 lines”, na Platform A Gallery (Middlesborough); “Momentum”, na Angus-Hughes Gallery (Londres); “In Line”, na Griffin Gallery (Londres); “Static / Kinetic”, na Alice Black Gallery (Londres) e “From Center”, na Loud & Western Building (Londres).
A residência de Ben Gooding na Despina teve o suporte de um fundo de desenvolvimento profissional da University of The Arts London.
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Texto crítico, por Victor Gorgulho
Há uma relação óbvia entre os trópicos e a cor. Na história da arte, não são poucos os episódios em que artistas nascidos no hemisfério norte deslumbram-se com a sensualidade da luz das bandas do sul, em seu infindo espectro de nuances e tons. De Gauguin e suas incursões pela América Central a diversos outros casos da contemporaneidade, a cor apresenta-se como elemento chave nos experimentos de artistas que aterrissam nas bandas de cá. Durante seu período de residência na Despina, Ben Gooding deu prosseguimento a sua pesquisa escultórica de caráter minimalista e sistemática. Subvertendo aquele que parece ser um código típico deste tipo de produção – usual e fartamente vista em tons de preto, cinza e afins – o artista inglês apresenta o último de seus experimentos, nesta edição do Senado Tomado. Nele, fios em tons de rosa, roxo e pêssego entrelaçam-se e tomam o espaço, fundindo-se em uma exuberante arquitetura que conjuga materialidade e leveza, sombra e luz.
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por Frederico Pellachin