Nascida em Porto Alegre (RS), vive e trabalha no Rio de Janeiro. É Bacharel em Artes Visuais com especialização em Figurino e Indumentária pelo SENAI-CETIQT RJ. Também é formada em Costura e Modelagem pelo SENAI RS. Participou do curso de Formação em Arte Contemporânea da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage. É autora do livro de artista “Aquela que não estava lá”, lançado pela editora Casa 27 em 2015. Atualmente, é ativista no coletivo feminista “Vem pra luta amada”.
Sua prática artística toma forma no dia-a-dia, nas investigações das tarefas e dos processos de trabalho, nas simbologias presentes no desenvolvimento das ações e no seu próprio posicionamento perante o mundo, como mulher, trabalhadora e artista. Além de abordar questões relativas ao universo feminino e à expressão das angústias deste gênero no seu trabalho, Fauth também busca uma profunda problematização de temas como auto-imagem/auto-representação, alteridade, o corpo e seus desdobramentos no contexto sociocultural e político do mundo contemporâneo, tendo a performance como principal suporte. Fotografia, vídeo, poesia, livro de artista, serigrafia, texto, indumentária e instalação vêm sendo utilizados pela artista como formas de registro das suas experiências corpóreo-sentimentais, que lançam luz sobre alguns temas como passagem do tempo e impermanências.
Durante o período de sua residência na Despina, Fauth deu sequência à sua pesquisa sobre Performance e Feminilidades, propondo a escuta e o diálogo com diversas mulheres em um processo de criação coletiva.
Mais informações
http://cargocollective.com/mfauth
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Os Estudos da Feminilidade de Marcela Fauth
por Daniela Mattos
O projeto desenvolvido pela artista Marcela Fauth em sua residência no Despina se produziu a partir do encontros entre mulheres, de costuras (objetivas e subjetivas), aglomerados de roupas de brechó encontrados em lugares como o Rio de Janeiro e Berlim, resíduos corporais, restos da natureza coletada nas ruas em trajetos cotidianos, tecidos emprestados por outras artistas… Tudo isso compõe a materialidade desta instalação, que conta ainda com a ativação de uma performance coletiva, gerada por trocas de experiências, conversas e escritas de mulheres.
A feminilidade, isto que é performativo na mulher, algo que não é dado ou essencialista mas socialmente formado e marcado pela resistência à sociedade patriarcal e machista em que vivemos, é investigado de modos diversos por Marcela em sua pesquisa artística.
Ao mesmo tempo em que sua obra nos mostra e articula versões do feminino, Marcela Fauth nos convida a também inventar outras versões do tornar-se mulher, território sobre o qual ainda há tanto por se criar e descobrir.
A artista e curadora Daniela Mattos acompanhou Marcela Fauth durante a sua residência na Despina. Performers que participaram da ação que compõe a instalação “Às que virão depois de nós”: Ana Gabriela Costa, Ana Cândida Machado, Andrea Aguia, Karina Villafan, Marcela Fauth e Susan Soares. Também colaboraram no processo criativo durante a oficina: Isabella Lescure, Kamyla Matias, Katharina Blank, Maria Marvila e Thamires X. de Andrade.
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Galeria de Fotos (navegue pelas fotos na horizontal)
por Frederico Pellachin