Maria Marvila

Artistas em residência
12.07.2018 - 26.08.2018

Vive e trabalha em Barcelona, Espanha. ​​Atualmente é mestranda em Investigação e Produção Artística na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona, onde também é Bacharel em Artes. Durante a sua graduação, participou de um intercâmbio na Accademia di Belle Arti di Venezia. Seu trabalho já foi exposto no “Córtex Frontal”, durante residência no Arraiolos (Portugal); na galeria “lokal_30”, em Varsóvia (Polônia) e no espaço “Mecànic”, em Barcelona.

Sua pesquisa está focada no desenvolvimento da relação entre os indivíduos e os espaços por eles habitados, e suas interações subsequentes. Utilizando a ação de caminhar como forma de se aproximar e ocupar um espaço, e depois percebê-lo como um organismo vivo, Marvila observa as características de um ambiente e tenta compreendê-lo, ativando todos os sentidos, muitas vezes mudando sua própria atitude para se tornar parte dele, por meio de uma camuflagem física e mental, e também por imitação. Tendo a fotografia, escultura e instalação como principais suportes, a artista tem produzido múltiplas reflexões e representações de seus universos encontrados. Há nesse processo uma recente transição de um trabalho puramente visual para uma projeção mais tátil de ideias.

Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Marvila procurou transitar pela cidade identificando marcas que revelam eventos e momentos passados, marcas que contribuem para a constante mutação da paisagem. Uma espécie de rastreamento das cicatrizes que estão impressas numa pele de concreto coberta por velhas e novas feridas.

Mais informações
mariamarvila.com

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Texto crítico
por Raphael Fonseca

A pesquisa desenvolvida por Maria Marvila na Despina vai de encontro às suas experiências anteriores no campo da fotografia. Interessada nas marcas que o espaço urbano trás em sua matéria – chãos, paredes, fachadas -, a artista registrava fotograficamente os desenhos e manchas gerados a partir da ação do tempo.

Durante sua temporada no Rio de Janeiro, além da fotografia, Marvila deu prosseguimento aos relevos que faz extraindo essas marcas da cidade. O que eram rachaduras e riscos se transformam em desenhos expostos para a fruição formal por parte do público. A relação com o chão – no caso de sua montagem – se perpetua devido à forma escolhida para mostrar esses objetos feitos com diferentes materiais. Um vídeo traz a artista em um de seus momentos de coleta e nos possibilita enxergar a história da cidade como um quebra-cabeça ou um mapa – muitas são as partes e, de fato, nada realmente se encaixa. O espaço público é essa sucessão de temporalidades que são amalgamadas e escapam às tentativas de sua racionalização.

O professor, curador e crítico de arte Raphael Fonseca acompanhou Maria Marvila durante a sua residência na Despina.

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Galeria de Fotos (navegue pelas setas na horizontal)
por Frederico Pellachin