Hilda de Paulo (Inhumas-GO, Brasil, 1987) vive e trabalha entre Brasil e Portugal. É mulher travesty artista e curadora, princesinha do cerrado transfeminista decolonial autora do projeto Arquivo Gis, membra fundadora da Cia. Excessos e da eRevista Performatus, e organizadora e diretora da Mostra Performatus. Atualmente é mestranda em Artes Plásticas com percurso em Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal. Também, nessa mesma faculdade, fez uma especialização em Práticas Artísticas Contemporâneas e, na Faculdade de Letras dessa mesma universidade, licenciou-se em História da Arte.
Tem integrado exposições coletivas nacionais e internacionais, e algumas de suas obras integram permanentemente o acervo de alguns museus, como o do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro-RJ, Brasil), o do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Niterói-RJ, Brasil) e o da Fundação Memorial da América Latina (São Paulo-SP, Brasil). Participou das seguintes residências artísticas: Programa de Residências Despina (Rio de Janeiro-RJ, Brasil, 2019); Fjúk Arts Centre (Húsavík, Islândia, 2015-16); e Casa do Sol – Instituto Hilda Hilst (Campinas-SP, Brasil, 2014).
Desde 2010, tem explorado uma série de procedimentos artísticos com ênfase na pintura expandida, mesclando a sua autobiografia com outras histórias reais e ficcionais, reunindo elementos da literatura, da cultura contemporânea, da história da arte e de mitologias de civilizações diversas.
Mais informações
Web site: www.ciaexcessos.com.br/hilda-de-paulo/biografia/
Instagram: @hilda.de.paulo
Facebook: www.facebook.com/eu.hilda.de.paulo
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Texto crítico, por Ulisses Carrilho
Nem a cor amarela presente na série de pinturas em pequeno formato apresentadas por Hilda de Paulo, nem o dourado que dá cor a outros trabalhos e detalhes da mesma série apaziguam a busca pelo sol vindouro citado pelo artista na frase pintada sobre a parede do espaço de seu ateliê, como intervenção. Muito embora os trabalhos em tela tenham se constituído numa lógica processual, de livre investigação da cor — o que contrasta com a metodologia projetiva de vários trabalhos seus, pensados como capítulos de um longo romance — arriscaria de antemão relacionar estas pinturas com o auxílio de uma palavra inscrita em uma delas: caos. De caráter informe, como poderiam também sugerir as bordas vacilantes da tipografia empregada pelo artista, este vazio primordial, tanto indefinido quanto ilimitado, propiciou o nascimento de todos os seres e realidades do universo. Mesmo a ordem é precedida pelo caos e desta relação temporal mais complexa — note que a palavra “serão” resguarda um futuro que acontecerá em breve, uma promessa sem escalas, em pouco tempo — surge esta epígrafe, cujas tintas tornam-se provocadoramente políticas à luz do contexto político recente.
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por Frederico Pellachin