Na próxima terça-feira, dia 11 de setembro, a partir das 19 horas, abrimos a Despina para uma conversa pública com a participação d_s artistas Miro Spinelli (RJ, Brasil); Vinícius Pinto Rosa (RJ, Brasil), Henry McPherson (Escócia, Reino Unido) e Stephanie Black-Daniels (Escócia, Reino Unido).
Selecionad_s para a primeira edição da Residência Corpos Abertos (Open Bodies Residency) – um programa concebido em conjunto pela Despina e The Fruitmarket Gallery, com o apoio do British Council e do Creative Scotland -, _s quatro artistas já ocupam nossos ateliês de residência, onde desenvolvem seus projetos em sintonia com o novo ambiente e com as novas interlocuções. No final de setembro acontece um evento especial no espaço que irá trazer o resultado deste processo.
Confira a seguir mais informações sobre _s residentes desta primeira edição.
Miro Spinelli vive e trabalha no Rio de Janeiro. É mestre em Performance pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da UFRJ e atualmente investiga a performance e sua relação com a materialidade, a escrita e a dissidência. Desde 2014 desenvolve o projeto continuado e seriado Gordura Trans, que entre ações, fotografias, textos e instalações, já foi apresentado em diversas cidades brasileiras e no exterior. O projeto já teve a colaboração de artistas como Fernanda Magalhães, Jota Mombaça e Jup Pires.
Em 2017 Miro foi contemplado como bolsista, junto à artista Luisa Marinho, para uma residência na Biblioteca Andreas Züst, na Suíça, onde desenvolveram o projeto “Chupim Papers”. Sua produção é atravessada por temas como precariedade, abjeção, decolonialidade, política dos afetos e transgeneridades, tendo como foco o corpo e suas possíveis poéticas e políticas. Mais recentemente, tem se interessado em pesquisar como a performance, a partir de uma conexão radical com a matéria, pode gerar forças despossessivas sobre os sujeitos, criando possíveis contra ontologias.
Vinicius Pinto Rosa vive e trabalha em Niterói (RJ). Atualmente, cursa bacharelado em Artes Visuais na Universidade Federal Fluminense e trabalha como assistente da artista mineira radicada no Rio de Janeiro Laura Lima. Sua prática incorpora questões que atravessam identidades e subjetividades na produção de objetos e instalações, tendo o próprio corpo como potência de imagem e ação, que por sua vez estabelece novas formas de relações, acessos e imagens do mundo e do outro. Realiza sua produção muito influenciado pelo universo de uma marcenaria (onde seu pai trabalha e onde acontece boa parte de sua vivência em ateliê).
Seus trabalhos atingem ao mesmo tempo campos da performance e do design, e questionam as construções, polarizações e linhas de binaridades já estabelecidas. Também revelam um hibridismo e uma multiplicidade de ativações e acessos que o corpo pode criar a partir de uma relação direta com o objeto. “Dispositivos” e “Baseline” são projetos que o artista vem desenvolvendo desde 2014 e que já foram apresentados em diversas galerias e espaços de arte brasileiros.
Henry McPherson é um artista intermídia que vive e trabalha em Glasgow, Escócia. Sua prática em composição, improvisação e performance está ancorada na produção de partituras musicais mistas, performance planejada, composição em tempo real e prática interdisciplinar e cruzada, por meio da qual ele explora identidades pessoais e coletivas, tradições musicais e performativas. Seu trabalho está centrado no corpo-mente, no objeto-ponto como mediador, no tema da invocação, geração impulsionada, práticas artísticas queer e sustentáveis, e significados de propriedade na improvisação gerada coletivamente.
Henry é membro fundador do coletivo de artes mistas “EAST” (Experimental Artists Social Theatre), da dupla de instrumentistas (piano) “KUI” e do trio de câmara “Savage Parade”. Nos últimos anos, tem colaborado com diversos grupos e artistas, como a BBC Scottish Symphony Orchestra, a BBC Scotland, Martyn Brabbins, o RedNote Ensemble, a Glasgow New Music Expedition, Garth Knox, Zilan Liao e o Ensemble Modern, da Alemanha. É graduado em composição pelo Royal Conservatoire of Scotland e entre os prêmios que recebeu, destacam-se: Dinah Wolfe Memorial Prize for Composition (2014); Scottish Opera’s Opera Sparks Competition (2016); the Patron’s Prize for Composition (2017); the BBC Scottish Symphony Orchestra Composition Club Prize (2017); the Harriet Cohen Memorial Music Award (2018). Também foi indicado para o primeiro Scottish Awards for New Music (2017). Residências que participou como bolsista incluem: Banff Centre for the Arts and Creativiy (CA, Alberta, The Creative Gesture: Collective Composition Lab for Music and Dance) e Skammdegi Residency and Festival (IS, Olafsfjördur).
Stephanie Black-Daniels vive e trabalha em Glasgow, Escócia. Passou grande parte da sua infância e adolescência no Oriente Médio, onde iniciou seus estudos. Mais recentemente, completou seu doutorado em Artes Visuais, com especialização em Performance, na The Glasgow School of Art. Desde 2010, tem excursionado por festivais e galerias no Reino Unido, Alemanha, Lituânia, Finlândia e Estados Unidos. Em 2011, recebeu o Prêmio Athena pela New Moves International e National Review of Live Art, Glasgow. Stephanie foi orientada pela pioneira de “King Drag”, Diane Torr (1948 – 2017).
A sua minuciosa prática como moderadora de oficinas é vital para a maneira como faz, pesquisa e produz novos trabalhos. Seu mais recente workshop aconteceu no Glasgow Sculpture Studios, onde explorou a relação entre objeto e corpo através da performance. Stephanie está interessada em como um objeto pode mudar a sua interação e intimidade com os outros, criando pontuações visuais e poéticas que agem como uma chave dramatúrgica para o desenvolvimento narrativo de uma performance. Seu trabalho situa-se entre uma prática física e escultórica, cujos resultados performativos (ao vivo e documentados) combinam som, movimento, imagem, objeto, luz e vestuário. O seu comprometimento com a performance acontece a partir de um desejo de explorar a relação entre corpo e espaço, especialmente em torno do gênero e da sexualidade. Ela usa o corpo como uma ferramenta de medição e está interessada no “corpo estendido” e no “corpo como objeto” para trazer à tona questões em torno do “eu”, “o outro” e “o teatral”.
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