Vive e trabalha em Lima, Peru.
Zegarra desenvolve seu trabalho a partir de diferentes meios físicos e materiais, principalmente usando técnicas de gravura e cerâmica. Está interessada em observar o momento em que as coisas mudam e podem entrar em colapso, contraste ou oposição. Uma espécie de jogo com o limite de significado e materialidade das coisas, com a fantasia e a mística, com o “meta-corpóreo”.
Sua prática gira em torno da existência humana e da tendência incerta e mutável que a acompanha. Neste processo, ela procura destacar a fragilidade como característica inerente do indivíduo e também os seus sistemas de crenças, sentimentos, identidades e culturas, evocando o paradoxo e o bizarro. Sem contar na fragilidade do material visto no tempo, criando referências arqueológicas e metáforas na fusão corpo-território.
Durante a sua residência na Despina, Zegarra concebeu uma série de “objetos-ruínas”. Neste processo, a artista explorou desde as formas primitivas até a cerâmica (e sua fusão com a paisagem), tendo em vista a passagem do tempo e o poder da natureza sobre as criações humanas.
Mais informações
www.anazegarra.com
www.anazegarraartwork.tumblr.com
instagram: @satrina_
Texto curatorial
por Alexandre Sá
Ana Zegarra preocupa-se com as relações já conhecidas e historicamente solidificadas entre a arte e a natureza (e vice-versa). Embora seja possível detectar elementos e posturas surrealistas nas formas informes que são erigidas, o corpo e a memória do corpo surgem como um manancial profícuo para a sua pesquisa visual. Tratam-se de objetos, pequenos recortes, instantes frágeis de captura utópica de uma corporeidade que é instaurada muito mais pelo olhar que especificamente pelo seu devir tátil. Como se fosse possível devolver a uma figuração perdida índices de paisagem que foram descobertos a partir do corpo (seu e dx outrx) em uma disposição de elementos simbólicos que evanescem a proposição simbólica que talvez os componha, eliminando seu desejo de experimentação e interação para mergulhar na construção inconsciente de uma paisagem outra, composta por um tipo de observação extremamente delicada e não menos rigorosa.
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