Ana Lira, Danitza Luna (Mujeres Creando) e Felipe Rivas na UERJ

Acontece
Quinta, 07.06.2018

Temos o prazer de convidar todxs para uma conversa com xs artistas e ativistas Ana Lira, Danitza Luna (Mujeres Creando) e Felipe Rivas na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Este encontro, que acontece dia 7 de junho às 11 horas no auditório do Instituto de Artes, ocorre a convite e foi organizado pelos professores Alexandre Sá, Denise Espirito Santo e Aldo Victorio Filho como parte dos programas de Graduação e Pós Graduação em Artes.

Os artistas e ativistas Ana Lira (Recife), Danitza Luna (Bolivia) e Felipe Rivas (Chile) foram contemplados com uma bolsa para participar de uma residência especial de dois meses no Rio de Janeiro através do projeto Arte e Ativismo na América Latina, da Despina, com o suporte da organização holandesa Prince Claus Fund.

Nesta terceira edição, o Arte e Ativismo na América Latina tem como tema “DISSENSO E DESTRUIÇÃO” e acontece entre maio e julho. A residência ocorre em sintonia com o propósito do projeto de promover o encontro entre artistas e ativistas latino-americanos para que novas narrativas – mais democráticas, transgressoras e multiculturais – sejam desenvolvidas, difundidas, amplificadas e ouvidas. Este ano o objetivo é convergir práticas que abordem questões relativas à criação de novos mundos, com o intuito de articular outros modos de organização, meios de subjetivação, formas de sociabilidade, modelos de produção, sistemas de troca, mecanismos de remuneração e metodologias de educação: existências transformadoras capazes de exercitar outras maneiras de viver, focadas nos afetos e partilha do comum.

Esperamos vocês! #UERJResiste

SOBRE OS ARTISTAS

ANA LIRA é uma artista e ativista brasileira que vive e trabalha em Recife (Pernambuco, Brasil). As suas experiências artísticas buscam discutir vivências políticas e ações coletivas como processos de mediação. Relações de poder e implicações nas dinâmicas de comunicação estão entre os seus principais interesses no desenvolvimento de projetos, que articulam narrativas visuais, material de imprensa, mídias impressas e publicações independentes. É especialista em Teoria e Crítica de Cultura e, nos últimos anos, também desenvolveu trabalhos independentes de pesquisa, curadoria, além de projetos educacionais articulados com projetos visuais. Participou de mais de sete coletivos durante duas décadas. É articuladora dos projetos educacionais Cidades Visuais, Entre-Frestas e Circuitos Possíveis, este último relacionado à elaboração de fotolivros e fotozines. Recebeu o Prêmio Funarte Arte Contemporânea 2015 pela exposição Não-Dito, que foi apresentada no MABEU/CCBEU em Belém (2017) e no Capibaribe Centro da Imagem, em Recife (2015). É autora do livro Voto, publicado pela editora independente Pingado Prés, em 2014 (1ª ed.) e 2015 (2ª ed. – traduzida), que hoje integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo e a coleção de fotolivros do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Museu da UFPA (Belém do Pará). Também é pesquisadora em projetos audiovisuais – atualmente está iniciando uma pesquisa para o projeto Terrane, uma narrativa visual sobre as mulheres pedreiras do semiárido brasileiro, a partir da experiência da Casa da Mulher do Nordeste. Durante a sua residência na Despina, Ana pretende investigar as relações e dinâmicas entre visibilidade e poder, por meio do mapeamento de saberes e compartilhamento de informações-em-cultura que não passam pelos grandes circuitos de comunicação.

DANITZA LUNA é uma mulher feminista boliviana, cartunista e designer gráfica, que vive e trabalha em La Paz. É formada em Artes Visuais pela Universidad Mayor de San Andrés, com especialização em escultura. Desde 2011, integra o movimento político anarco-feminista “Mujeres Creando”, uma das plataformas de arte e ativismo mais importantes e influentes do seu país, que desenvolve projetos artísticos de intervenção e performance em espaços públicos, além de oficinas de arte e serigrafia e programas educacionais em universidades e sindicatos de mulheres. Dentre as exposições recentes que participou como parte do movimento, destaque para a mostra “Muros Blandos”, no Museu da Solidariedade Salvador Allende, em Santiago do Chile (2017), onde desenvolveu, junto com as artistas Esther Angollo e Maria Galindo, uma série de murais provocativos e irônicos que ressaltaram algumas polêmicas políticas e religiosas. Já em 2016, desenvolveu especialmente para a Bienal Internacional de Artes da Bolívia (também com Esther e Maria) os projetos de intervenção pública “Altar Blasfemo” e “Escudo Anarco-Feminista Antichauvinista”, que ocuparam o muro externo do Museu Nacional de Arte da Cidade de La Paz. E em 2015, participou do Encontro Internacional de Arte de Medelín – “Historias Locales / Prácticas Globales”, na Colômbia, onde ministrou com demais membros do coletivo a oficina de serigrafia “Grafica Feminista, No acepto ser cosificada”, no Museu de Antioquia. Os resultados dessa experiência foram exibidos em um mural público na ruas de Medelín. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Danitza irá coordenar um oficina gráfica feminista gratuita, que acontece em 7 datas diferentes durante os meses de maio de junho. Os resultados gráficos desses encontros estarão compilados em uma memória impressa com tiragem gratuita.

FELIPE RIVAS SAN MARTÍN é um artista e ativista chileno, que vive e trabalha em Valência, Espanha, onde atualmente é bolsista de doutorado na Comissão Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, CONICYT, da Universidade Politécnica de Valência (UPV). É mestre em Artes Visuais pela Universidade do Chile. Sua produção artística compreende pintura, desenho, performance e vídeo em confluência com a imagem tecnológica (interfaces virtuais, codecs digitais). É co-fundador do Coletivo Universitário de Dissidência Sexual, CUDS, plataforma de ativismo que participa desde 2002. Dirigiu as revistas de crítica e cultura queer “Torcida” (2005) e Disidenciasexual.cl (2009). Rivas vincula ativismo e produção artística com pesquisa, texto e curadoria relacionados à arte, política e tecnologias, teoria queer, pós-feminismo e performatividade. Durante a sua residência no Rio de Janeiro, Felipe irá apresentar questões que transitam por sua pesquisa, como as tecnologias disciplinares e de controle às quais os corpos homossexuais são submetidos. Para tanto, pretende utilizar como foco inicial o caso dos homossexuais do Rio de Janeiro nos anos 30 do século passado, quando serviram de objeto de estudo para o livro “Homossexualismo e Endocrinologia” (Leonidio Ribeiro, 1938). Essas técnicas foram atualizadas com a nova lógica de dados e algoritmos computacionais, incluindo projetos que visam identificar a orientação sexual de pessoas com base em análises biométricas e algorítmicas. A noção de “dados” tem um duplo sentido: de um lado, refere-se aos dados, isto é, ao fenômeno da “informatização da sexualidade”. Por outro lado, “dados” refere-se ao tempo. Segundo Felipe, essas tecnologias de poder vão além do tempo e forçam o ativismo a pensar sobre a temporalidade das lutas. Daí surge a sua proposta de um “Retrofuturismo Queer”, como uma metodologia para abordar esses problemas do ativismo atual diante das tecnologias do poder. “Retrofuturismo Queer” pretende projetar o futuro do poder e das lutas maricas, através de um olhar sobre o passado de lutas e experiências de violência.

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Este evento faz parte do ARTE E ATIVISMO NA AMÉRICA LATINA, um projeto da Despina, realizado em parceria com a organização holandesa Prince Claus Fund, que se estende por três anos (2016, 2017 e 2018). A cada ano, um tema norteia uma série de ações que incluem ocupações, oficinas, conversas, projeções de filmes, exposições, encontros públicos com nomes importantes do pensamento artístico contemporâneo e um programa de residências artísticas. Nesta terceira edição (2018), o projeto tem como tema “DISSENSO E DESTRUIÇÃO” e acontece entre maio e junho.

SERVIÇO
Ana Lira, Danitza Luna (Mujeres Creando) e Felipe Rivas na UERJ
Onde: Auditório do Instituto de Artes da UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 – 11º andar – bloco E
Quando: Quinta-feira, dia 7 de junho
Horário: das 11 da manhã a 1 da tarde.
Entrada gratuita

FICHA TÉCNICA
Concepção e desenvolvimento do tema: Consuelo Bassanesi e Guilherme Altmayer
Comunicação e Documentação: Frederico Pellachin
Gestão Financeira e Jurídica: Clarice Goulart Correa
Produção: Pablo Ferretti
Comitê de Seleção: Consuelo Bassanesi, Guilherme Altmayer e Pablo León de la Barra

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