Maria Gracia Ego-Aguirre

Artistas em Residência
01.04.2017 - 30.04.2017

Vive e trabalha em Lima, Peru. Especializada em Escultura pela Pontifícia Universidade Católica do Peru, Maria explora a natureza como um corpo manifesto e a vulnerabilidade humana intrínseca à sua amplitude e escala.

Atualmente em residência na Despina, a artista trabalha em uma série de “entidades” territoriais que se relacionam à desordenada geografia do Rio de Janeiro e em sintonia com a presença humana. Uma visão pessoal sobre as “fissuras” e “rupturas” das paisagens e seus terrenos indômitos.

Entre as exposições recentes que participou, destaque para a mostra coletiva “Haciendo La Audicion” – Museu de Arte Contemporânea de Lima (MAC) – 2016.

Mais informações
instagram: @mujernevado
gmail: mgegoaguirrealvarez@gmail.com

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Texto curatorial
por Carla Hermann

A peruana Maria Gracia pesquisa ocupações e entendimentos do espaço. Ciente de que mapas são representações da realidade mas que jamais podem ser confundidos com ela, a artista busca em suas obras despertar a consciência das pessoas sobre os lugares, e se interessa direta e constantemente por conceitos geográficos. Ao mesmo tempo, Maria conta ficções sobre o espaço. Buscando fazer paisagem, utiliza construções que são elas mesmas cartografias efêmeras. E nos apresenta ao fim da sua residência no Rio de Janeiro um conto sobre a interação entre natureza e a ação humana, onde formas retiradas no mundo natural abraçam uma peça de mobiliário com gavetas e superfícies investigativas. Há uma série de partes da natureza na instalação de Maria Gracia. Cascos de árvores colados parecem crescer sobre o pequeno armário desfigurado, como os arbustos e trepadeiras que tomam de volta as ruínas de uma civilização antiga. Mostrando que é possível moldar e guardar o mundo exterior, os compartimentos carregam pedaços de matéria encontrada. Musgo, moldes de pedras, terra, uma folha de costela de adão amarelada formam uma pequena coleção bizarra, de um mundo que se pretende biológico mas que já nasce artificial. O armário abriga ainda objetos moldados pelas mãos humanas e que são projeções da natureza: vela de cera emula o crescimento de fungos, um pequeno modelo de morro feito de isopor recoberto de lascas de pedra portuguesa finge geomorfologia, mapeamentos trazem cartografias livres do Rio de Janeiro. Na soma das partes, o objeto que Maria Gracia cria é um corpo híbrido e de formas estranhas, e que desperta a curiosidade exatamente pela sua dualidade entre e o vivo e morto.

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