Vive e trabalha em Darwin, capital do Território do Norte, Austrália. Em sua prática, Amina explora conceitos geométricos através da pintura mural, desenho de parede e instalação. Ela realiza trabalhos em larga escala, frequentemente justapondo esses meios para desenvolver obras site-especific, diretamente nas paredes ou instalando peças desenvolvidas para as especificidades de uma galeria ou espaços alternativos.
A artista já expôs extensivamente em toda a Austrália e no Sudeste Asiático, incluindo: Watch This Space (Alice Springs, 2010), Jogja Gallery (Yogyakarta, Indonesia, 2012), Sangkring Project Space (Yogyakarta, Indonesia, 2013), KRACK! STUDIO (Yogyakarta, Indonesia, 2014), Griffith University Art Gallery (Brisbane, 2015), Verge Gallery, University of Sydney (2015), Firstdraft (Sydney, 2015), Sydney Non Objective (2016), J-Studio (Manila, Filipínas, 2016) e 98B COLLABoratory (Manila, Filipínas, 2018). Também já participou do Programa de Residência Gertrude Contemporary Studio 18 e recebeu inúmeras bolsas e prêmios por seu trabalho como artista visual, por meio do Australia Council for The Arts, The National Association of the Visual Arts (NAVA) , Ian Potter Foundation e The Northern Territory Government.
Uma Explosão Combinatória (trabalho em andamento)
Amina está atualmente desenvolvendo um novo corpo de trabalho com o suporte do Australia Council for the Arts. A residência na Despina envolveu a fase de pesquisa e desenvolvimento de seu projeto intitulado “Uma Explosão Combinatória”, no qual ela analisa as reações em cadeia exponenciais e em cascata que ocorrem em explosões nucleares. No momento, ela está explorando um “mash-up” visual de representações diagramáticas de reações nucleares e imagens da história da tecnologia nuclear, referenciados aqui como material de origem e que orientam a forma e a composição do mural.
Ao explorar o conceitualismo geométrico, ela cria uma composição progressiva em que uma forma abstrata desencadeia outra e assim sucessivamente. A progressão das formas irá percorrer um caminho ao redor das paredes e outros aspectos atípicos do espaço; neste caso o espaço fica envolvido pela composição. A artista compõe seus trabalhos a partir de formas abstratas que são estilizadas – tais como desenhos-gráficos – e que estão situados em uma paisagem espacial inconstante. A composição é densa em forma, cor e padrão, e o sentido estético se refere ao Movimento Conceitual Neo-Geo, ao Projeto da Era Atômica e à Abstração Neoconcreta.
Mais informações
https://aminamcconvell.blogspot.com/
***
Sobre Explosões Combinatórias – partes 3 e 4 (por Daniela Mattos)
Nesta série de trabalhos, composta por pinturas de grande escala realizadas diretamente sobre a parede – tais como a pintura mural e os grafitis – a artista Amina McConvell vem pesquisando a diversidade visual e conceitual presente em explosões nucleares (por meio das diversas representações gráficas e diagramáticas de tais eventos, bem como de registros videográficos históricos), desenhos animados (como O Gato Felix), a produção pictórica abstrata do Modernismo, do Neoconcretismo e do Post Atomic Design Movement, movimento de design surgido nas décadas de 1960 e 1970 com influência na visualidade de experimentos atômicos.Ainda que estas referências sejam importantes pontos de partida para a realização de seu trabalho, a artista os desenvolve também considerando que há ali uma dimensão ficcional expressa pelos elementos visuais, estruturas compositivas e toda a narrativa presente na obra, uma espécie de jogo que se instaura entre personagens variados, sejam pontos, linhas ou planos (como nas elaborações de Paul Klee em seu livro “Pedagogical Sketchbook”, também destacado como fonte de pesquisa para estas “Explosões Combinatórias”).
É possível perceber, independente das referências de pesquisa da artista, que há nesta série de trabalhos uma camada bem-humorada e lúdica presente nas pinturas, algo que expressa a potência de reinvenção que Amina realiza nas significações de origem de sua obra. Por fim e não menos importante, sua obra aqui é voltada às especificidades do espaço, da localidade na qual foi realizada, um projeto processual resultante das experiências de Amina McConvell durante a residência. Neste sentido, a escala das paredes e outros elementos presentes no espaço expositivo, como os canos de conduíte (também utilizados como suporte para a pintura) ou o azul das janelas (que se reflete no halo prateado de uma das estruturas pictóricas), ou mesmo a arquitetura local (como vemos na composição que contorna o guarda-corpo da escada) também integram as vozes presentes neste diagrama ficcional que a artista nos convida a ver.
A artista, curadora e professora Daniela Mattos acompanhou Amina McConvell durante sua residência na Despina.
***
Apoio
Galeria de fotos (navegue pelas setas na horizontal)
por Frederico Pellachin